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CRISE POLÍTICA
Mobilizações no Peru por justiça contra os responsáveis pela repressão e assassinato de manifestantes
Redação LID Peru

As mobilizações massivas realizadas por todo o Peru durante a última semana têm sido brutalmente reprimidas pela Polícia Nacional, deixando uma soma de 2 mortos, 94 feridos e dezenas de desaparecidos. Ainda que o presidente ilegítimo Manuel Merino tenha renunciado no domingo, os protestos nas ruas seguiram pedindo castigo aos responsáveis políticos e materiais desses abusos.

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Na última semana e após a posse ilegítima de Manuel Merino como presidente do Peru, milhares de jovens se marcharam nas diversas cidades do país. Lima tem sido o centro dos protestos, concentrando as marchas mais numerosas e com maior grau de combatividade. Lá também se dão as demonstrações mais cruéis de violência policial. O ponto mais alto foi a repressão registrada no sábado, que tomou a vida dos jovens estudantes universitários Bryan Pintado Sánchez e Inti Sotelo Camargo, atingidos por balas de borracha e bombas de lacrimogêneo lançadas pelos efetivos da Polícia Nacional.

Essa repressão brutal terminou selando a sorte do governo curto, ilegítimo e assassino de Merino, que renunciou em bloco no sábado pela noite e domingo de manhã.

Segundo os diversos relatos das organizações de Direitos Humanos, as últimas jornadas de luta do sábado passado haviam deixado na cidade de Lima 94 feridos, dos quais 63 se encontram hospitalizados, e 42 desaparecidos (cujo paradeiro foi sendo descoberto ao longo da segunda-feira, com ainda 7 indeterminados) e só se sabe, por meio de seus familiares e amigos, que saíram para as mobilizações e que até agora não voltaram para casa. A Polícia Nacional é responsável por todos esses abusos já que, desde que começaram os protestos contra Manuel Merino, sempre atuaram com violência brutal contra os manifestantes, colocando em perigo suas vidas e saúde.

A entrada em ação violenta da Polícia Nacional se encontra amparada na denominada “lei do gatilho fácil”, que foi promulgada por Martín Vizcarra no início da quarentena. Essa norma blinda legalmente os efetivos policiais diante dos abusos que possam cometer contra o povo.

A “lei do gatilho fácil” dá impunidade aos policiais peruanos e os empodera de tal forma que desde a determinação do estado de emergência os abusos policiais têm crescido, sendo já um fato recorrente ver policiais reprimindo trabalhadores ambulantes e atentando contra a população. Nesse sentido, na semana passada um efetivo policial assassinou um trabalhador com um disparo no pescoço em Callao e saiu impune do crime, como também estão impunes as mortes de 13 pessoas em um operativo policial numa danceteria do distrito de Los Olivos.

Como vem acontecendo em outras partes do mundo, esse despertar da juventude que vê no Peru também começou a questionar o papel da Polícia Nacional. Por essa razão, o assassinato dos estudantes, ao invés de intimidar os manifestantes, deu mais força às mobilizações, onde cartazes com frases como “a polícia não me protege, a polícia me assassina” se converteram em expressões emblemáticas de rechaço a esse órgão repressivo do Estado.

Os peruanos não podem permitir que os crimes e os abusos da polícia fiquem impunes. Para isso, é preciso lutar para que se revogue o quanto antes a “lei do gatilho fácil” e para que se julgue e puna exemplarmente os responsáveis políticos e materiais dos assassinatos de Bryan Pintado Sánchez e Inti Sotelo Camargo, vítimas da violência policial. Devemos levantar uma campanha pela liberdade imediata dos presos por lutar e pela aparição com vida dos companheiros desaparecidos.

 
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