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TRAGÉDIA EM MINAS GERAIS
MP exige que qualidade da água do Rio Doce seja divulgada
Redação
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O Ministério Público Estadual de Minas (MPE-MG) emitiu recomendação para que o Instituto Mineiro de Águas (Igam) divulgue em seu site informações sobre a qualidade da água do Rio Doce, atingido pela lama da barragem da Samarco que rompeu em Mariana no dia 5 deste mês.

A população das cidades atingidas pelo desastre já vinha exigindo que fossem divulgadas as informações a respeito da qualidade da água. O promotor Leonardo Castro Maia, coordenador do MP para a Bacia do Rio Doce, pediu que os dados tivessem divulgação mais ampla em base a essa demanda da população.

O Igam já tem feito análises periódicas da água, mas sem ampla divulgação à população. Na primeira depois da tragédia, foram coletadas amostras de água e sedimento no município de Rio Doce, considerando os resultados de oxigênio dissolvido, pH, condutividade elétrica e turbidez na água. Nessa análise, as amostras apresentaram resultados de oxigênio dissolvido e turbidez em desacordo com os limites da legislação.

Da mesma forma, estudo feito por um laboratório de Vitória (ES), que enviou uma equipe para Governador Valadares (MG), encontrou valores de minerais e turbidez inadequados. Neste caso, porém, a análise foi feita em três locais, mas as inadequações foram registradas apenas no centro da cidade mineira, uma das primeiras atingidas pela lama de rejeitos.

São dados que servem de lápide ao já declarado morto Rio Doce. É uma verdadeira catástrofe ambiental e humana promovida pelo capitalismo, que já afeta inúmeras cidades da região que sofrem com falta de abastecimento de água e vivem em uma verdadeira situação de calamidade pública. É em função de uma lógica de se importar apenas com o lucro que gerou esse desastre ambiental que ceifou a vida de dezenas de trabalhadores. Não só as empresas são diretamente responsáveis por ele, mas também o governo que incentiva licitações ambientais frouxas para que tais empresas, grandes financiadoras das campanhas eleitorais de diversos partidos desse país (como o PT, PMDB e PSDB), possam fazer o que bem entendem com os bens naturais de toda população.

O corpo de bombeiros encontrou mais um corpo em Mariana nesta sexta

Além da vítima identificada nessa sexta, 20, foi encontrado mais um corpo na região do acidente. Assim, são 8 mortes confirmadas e 4 corpos no aguardo da identificação. O corpo da vítima identificado nessa sexta era de Samuel Vieira Balbino, de 34 anos, funcionário da Geocontrole BR Sondagens, empresa terceirizadora que prestava serviço à Samarco.

Mesmo assim, 11 pessoas continuam desaparecidas. Delas, 3 são moradores de Mariana e 8 são funcionários da mineradora Samarco. Dos 8 corpos já identificados, 2 são crianças.

O comandante geral do corpo de bombeiros conversou com as famílias dos desaparecidos e negou a informação de que a corporação reduziu a equipe de busca. Segundo a nota divulgada pelo órgão: “apenas as equipes que fizeram as varreduras do Rio Doce é que retornaram para as suas bases. Estas são equipes diferentes das que estão em Mariana.”

Diante disso, a corporação assegura que enviará mais uma equipe de 26 bombeiros nesse sábado, 21, para ajudar nas buscas próximo às margens do rio.

Análise

É legítima a exigência da população das mais de 200 cidades da bacia do Rio Doce de que se mantenha informada sobre as consequências do desastre promovido pela Samarco, Vale e o governo. O fato da Vale ter distribuído água contaminada com querosene em Governador Valadares (veja aqui) mostra que os trabalhadores e a população da região devem ser descrentes que essas empresas ou o governo são capazes de resolver o problema que eles mesmos geraram. Os moradores e dessas 200 cidades devem tomar para si o controle do acompanhamento da qualidade da água, assim como da organização da arrecadação e da distribuição de água pelas campanhas de solidariedade, isso tudo junto aos trabalhadores e especialistas em associações de base. A reestatização da Vale com controle dessas associações sem que haja indenização dos seus atuais donos e acionistas, assim como através do confisco de bens da empresa, é a resposta que tem que ser dada para, pelo menos, minimizar a situação de calamidade na bacia do Rio Doce.

Na foto: A lama vinda das barragens da Samarco com rejeitos de mineração seguem ao longo do leito do Rio Doce em direção à sua foz, localizada em Regência, Linhares. Fred Loureiro/ Secom (ES).

Esquerda Diário/ Agência Estado

 
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