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MARXISMO E QUESTÃO NEGRA
A luta contra o racismo e as contradições do discurso liberal
Letícia Parks
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Em primeiro lugar, quero deixar uma coisa pontuada: se engana quem acha que é briga quando uma mulher debate e defende suas convicções. Me inspiro em tantas mulheres e homens revolucionários, negras, brancos, árabes, latinos, que nunca abaixaram a cabeça ao defender suas posições. E é disso que se trata. Longe da superficialidade da lógica do cancelamento, isso é um debate crítico, tão caro ao marxismo revolucionário que defendo. Meu debate é político e também teórico. Quero defender posições que considero fundamentais para que não caiamos nas armadilhas do discurso liberal para a luta contra o racismo.

Nesse texto eu vou pontuar três contradições do discurso liberal.

Contradição #1: o apoio às empresas

Poucas coisas no mundo estão mais carimbadas pelas características do capitalismo do que o racismo

Essa frase carrega uma síntese muito importante dentro dela, que é compartilhada também pelo Malcolm X: sem racismo não existe capitalismo. Isso porque é incalculável o quanto os capitalistas lucram com a existência do racismo. São rios e rios de dinheiro que são roubados a mais da classe trabalhadora não branca no mundo inteiro. O que seria do lucro do patrão se árabes, muçulmanos, indianos, latinos, africanos, afrodescendentes, indígenas e todos os que vivem como migrantes fora do seu país de origem, o que seria do lucro do patrão se todas essas pessoas tivessem os mesmos direitos e os mesmos salários que os não brancos?

No Brasil, as mulheres negras chegam a receber em média 60% a menos que os homens brancos, e representam uma parte enorme da classe trabalhadora. Mulheres brancas recebem 30% a menos que homens brancos, e homens negros também, 30% a menos que estes. Ou seja, com o patriarcado e o racismo, a enorme maioria feminina e negra (ambas mais de 50%, sem cruzamento dos dados) recebe salários menores, o que faz com que a própria divisão internacional do trabalho seja calculada também através da distribuição dos povos oprimidos em cada país. O Brasil não seria o país do trabalho precário, dos baixos salários, sem racismo e sem patriarcado e, seguramente, seria mais difícil para empresas como a Ifood, Uber, Rappi ou 99 justificarem a ausência completa de direitos trabalhistas não fosse a marca do racismo disseminada sobre a vida de milhões em nosso país.

As opressões, todas elas, são extremamente necessárias pro capitalismo, são a ideologia que fortalece as estruturas dessa sociedade, baseada na exploração do trabalho.

É por isso que é impossível levar adiante um combate antirracista que esteja associado ou apoiado nas empresas. O racismo se materializa com salários menores e perda de direitos trabalhistas – e também com moradia precária, violência policial, evasão escolar e uma infinidade de exemplos. O mais óbvio: antirracismo também precisa ser contra a polícia.

Então como é possível contar com aliados uma classe de pessoas – os capitalistas, os banqueiros, os grandes empresários – que são justamente as pessoas que vivem do lucro que vem do ataque a justamente essas condições? As massas trabalhadoras, essa maioria feminina e negra, tem interesses opostos aos capitalistas, inclusive, a nossa história se enfrentou o tempo todo com esses interesses!

O racismo que foi fundado para justificar a escravidão de um continente inteiro roubou a gente das nossas terras e serviu para a acumulação capitalista. Depois, já enriquecida, essa burguesia assume o poder e mantém o racismo vivo para justificar o domínio sobre as colônias. São as massas negras revolucionárias no Haiti – assim como as mulheres trabalhadoras francesas – que mostram essa contradição no quente, e enquanto a França se funda como primeiro país oficialmente capitalista do mundo, haitianas e haitianos apontam a contradição e pela sua própria liberdade, se separam da burguesia escravocrata francesa.

A nossa luta, hoje, separada das empresas, incansável na denúncia dos bancos que terceirizam mulheres negras, das empresas por aplicativo que retiram direitos e salário da juventude negra, da mídia burguesa que promove racismo institucional e apoia reformas contra a classe trabalhadora, serve para apontar um caminho da grande aspiração histórica que podemos ter: a de derrotar esse sistema capitalista e abandonar a divisão do mundo entre classes, e nesse caminho, varrer todo racismo da sociedade.

A burguesia dos dias de hoje é herdeira de séculos de escravidão. Os corpos e o trabalho negro e indígena foram partes constitutiva da acumulação primitiva de capital que permitiu um salto na produção de riquezas nunca antes visto pela humanidade. Ser anti racista e contribuir com os grandes empresários, como banqueiros e empresas de aplicativos é uma contradição em si mesmo.

Contradição #2: negros no topo

A ausência de negras e negros em cargos de comando de empresas ou de representação política é um dos efeitos óbvios do racismo: sem direito à escolaridade, à moradia, à saúde e à participação política, é muito mais difícil para que as mulheres e os negros estejam no topo.

Mas não nos enganemos: a cor da nossa pele ou o gênero que a gente escolhe ter não nos faz necessariamente favoráveis a liberdade das negras e negros ou das mulheres ou das LGBTs. Em São Paulo, o Fernando Holiday, por exemplo, adora defender pautas de deslegitimação da luta negra, como a proposta dele de acabar com as cotas raciais.

Nos EUA, onde Trump governa com um ódio racista explícito, já houve um presidente negro, o Barack Obama, que ordenou invasão e guerras contra países oprimidos, servindo como um agente da opressão imperialista em várias regiões do mundo. Foi durante o governo dele inclusive que surgiu o movimento Black Lives Matter, quando o Eric Garner foi assassinado pela polícia.

Porque que pros negros e negras estarem no topo, eles tem que estar embebidos de ideologia capitalista?

Bom, estar embebido de ideologia capitalista é chave para poder cumprir um papel muito importante pro grande capital, que é servir como apaziguadores dos movimentos sociais. Com a onda crescente do movimento de mulheres e do movimento negro no mundo, o desespero capitalista faz com que os próprios partidos e coorporações mais reacionários precisem botar alguém com a nossa cara para comandar os interesses deles, porque isso pode criar a ilusão em muita gente de que as angústias que levaram a gente para rua foram solucionadas, mas isso não aconteceu. A verdade é que ao passo que aumenta a representatividade, aumentam também os golpes, o reacionarismo, os ataques contra a classe trabalhadora e o povo pobre, aumentam as mortes pelas mãos da polícia, aumenta o trabalho precário. Como pode ser que a gente veja as coisas separadas? Não podemos ver. Isso é o que quer a mídia dos patrões, que a gente veja só o que eles mostram na TV, e deixe de ver o enorme sofrimento da grande massa trabalhadora, que frente à crise econômica, politica, social e agora também sanitária, só vê seus dramas crescerem.

Não podemos olhar só pro topo, gente. Não são dois mundos separados, o topo e o chão. Do topo, se olhar pro chão, ele ainda vai estar sujo de sangue negro e operário, feminino, LGBT.

Ou seja, a conquista de representatividade não consegue mudar a estrutura da sociedade capitalista que depende do racismo e que vai sempre seguir reafirmando isso enquanto estiver funcionando dessa forma.

Uma perspectiva revolucionária impacta nas lutas do cotidiano. Cada negra ou negro que se torna uma liderança operária, em sindicatos tribunos do povo, como intelectuais orgânicos dos trabalhadores, grandes artistas que emergem denunciando as mazeleas sociais nos bairros e comunidades e não abrem mão dessa luta, são todas importantes conquistas, porque não é alcançar o topo capitalista, mas o contrário, ser uma liderança dos trabalhadores é ser orgânico, e estar lado a lado, é viver seus dilemas, é colocar o corpo na frente no momento da repressão e tocar junto o seu samba, e nós batalhamos pelos negros estarem na vanguarda dessas necessárias e entusiasmantes lutas, e não servindo a empresas do grande capital, que são parte da perpetuação do racismo.

Atenção então pra essa ideia: o liberalismo tem uma armadilha ideológica. Ele é o racismo brutal e ao mesmo tempo uma outra ala do próprio capitalismo que se coloca como o contrário, antirracista, com igualdade de oportunidades. Essa é a grande armadilha: eles colocam dentro do sistema, canalizam para dentro de si mesmos, o rechaço ao que ele tem de mais perverso e brutal.

Não se trata, portanto, de criar uma ilusão de uma suposta melhora da aparência do capitalismo. Isso só favorece sua manutenção. Se trata de derrubar o capitalismo e construir uma nova sociedade sem opressão e sem exploração. Essa é a tarefa apaixonante que convido todos, junto com centenas de militantes, operários das indústrias, professoras, carteiros, trabalhadores do telemarketing, aeroviários, metroviários, estudantes, que não querem mais um no topo, mas sim destruir o divisão entre chão e topo. É um discurso ideológico burguês a busca de chegar ao topo, lembrem-se que se há topo há chão, se há quem venceu, há milhões que “perderam”, e nessa eterna competição, seguem sendo nossas irmãs e irmãos negros, trabalhadores e pobres os que se culpam pela sua falta de sucesso, acreditando veemementemente numa suposta meritocracia, onde quem chegou ao topo é porque se esforçou, escreveu livros e fala várias línguas, visita presidentes em Paris e Milão. Não. Não quero isso. Não há perdedores na nossa classe e não aceito que lancem sobre nenhum de nós a culpa pela miséria desse sistema.

Contradição #3: o colorismo

Como sabem, venho sendo vítima de uma série de insultos de pessoas que buscam roubar meu direito a minha identidade negra. Gente, só pode ser piada né? Dizer que eu não sou negra. Qualquer pessoa que entrar num IML vai ver que a polícia escolhe todos os dias gente da minha cor para somar entre as vidas roubadas pela bala da polícia.

É inegável que entre as massas negras, hajam diferentes experiências com o racismo, influenciadas por todo tipo de fatores. Ser mulher negra não é o mesmo que ser homem negro, ser LGBT e negro, ter a pele mais clara ou mais escura também não é a mesma coisa. Tão pouco as experiências são exatamente as mesmas, a partir de um determinismo fenotipico. Mas eu me pergunto: a quem interessa identificar essas diferenças? O que deve importar para nós é identificar a dor do outro, ouvir, sistematizar em propostas para nossa luta e se embaiderar do programa de quem vive realidades diferentes da nossa, acrescentando e fortalecendo a nossa luta contra o sistema capitalista e todos os seus políticos, desde a direita asquerosa do Bolsonaro, até o autoritarismo dos militares, dos juízes eleitos por ninguém (como o STF) e dos golpistas que tentam pagar de “democratas” quando na verdade são articuladores dos grandes ataques que destroem as nossas vidas, como o Maia com a reforma da previdência, ou Sérgio Moro e a Lava Jato, que abriram caminho para todos esses ataques.

Por isso, não se trata de escolher um punhado de pessoas que são mais negras, ou que são verdadeiramente negras, para falar no nosso nome.

Se trata de massificar uma luta contra o racismo que é vivido por pessoas com vários tons de pele e com várias experiências particulares, organizar essa luta, unificar essa luta, respeitar cada pauta e lançar nossas vozes num só grito para que sejam os capitalistas que paguem pela crise.

Tornar a identidade exclusiva só pode ser interesse de quem quer falar sozinho em nosso nome, quando a experiência do racismo não é uma experiência exclusiva a uma ou outra pessoa, no caso do Brasil, é uma experiência de massas. Vou usar aqui o trecho de um texto da Bianca Santana:

Segundo dados divulgados pelo IBGE em 2017, enquanto o rendimento médio real de um trabalhador branco era de R$ 2.660 e dos pretos era R$ 1.461, o do pardo era R$ 1.480. Percebem a vantagem social?

(A Bianca tá sendo bastante irônica, tá gente? A “vantagem” social no caso seriam R$19, ou um saco de arroz, nos preços dos dias de hoje.)

Continuo com ela:

Do mesmo modo, enquanto o desemprego entre brancos era de 9,5%, dentre os pretos era de 14,4%, dentre os pardos era 14,1%. Sei que os dados cansam. Apresento só mais alguns. Dentre as empregadas domésticas, 50% são pardas (as quais somam 40% do total de mulheres), 13% pretas (quando são 8% do total de mulheres), 35% brancas (47% das mulheres).

Esses dados que a Bianca trouxe nesse texto incrível chamado Nossa negritude de pele clara não será
negociada são muito bons, porque eles mostram o que muita gente tem me dito nas redes sociais, em mensagens, em encontros pessoais: tenho a pele clara mas sofro racismo. E aí estão os números: pretos e pardos – que diga-se de passagem são categorias fabricadas pelos institutos de pesquisa burgueses para nos identificar – vivem as mesmas marcas sociais do racismo, e essa divisão, como disse, fabricada, tem uma história muito odiosa e interessante para eu contar para vocês:

Lembra que eu falei do Haiti? Bom, a revolução haitiana colocou muita coisa em questionamento quando aconteceu, provocou a ideologia burguesa e a escravocrata ao mesmo tempo, porque ao exigir liberdade, igualdade e fraternidade, apontou uma contradição do iluminismo – que só valia pros homens brancos europeus e ricos – e também se voltou contra o regime escravocrata. E essa luta, assim como suas ideias, percorreram a América inteira, botando medo de rebeliões na cabeça das elites e desejo de revolta nas mentes escravas – que eram negros e indígenas, importante dizer isso.

Bom, no Brasil esse medo foi avassalador, porque a grande maioria da população aqui era negra e escravizada, então imagine que se essa galera decide fazer o que foi feito no Haiti, numa composição populacional bem parecida com a nossa, a elite brasileira não poderia sobreviver. Então essa elite teve uma "ideia genial": decidiram “branquear” o Brasil, trazendo mais população branca para cá, durante várias décadas vieram italianos, espanhóis e outros povos, muitos vivendo em condições bastante precárias de vida, e estimulando com discursos asquerosos a violação e estupro de mulheres negras para povoar regiões com povos “mestiços”. Daí vem a ideia de mulata – a mula, que é mistura de cavalo com burro – a associação da mulher negra com uma objetificação do corpo, que atinge massivamente as mulheres, num mundo onde somos mercadorias.

Isso foi uma verdadeira promoção de um projeto de país que superaria as contradições raciais através da formação de um povo majoritariamente mestiço. Teve muita literatura defendendo isso inclusive. Já leram Iracema e Macunaíma?

Enfim, a conclusão que quero chegar com vocês é de que a tese da mestiçagem é uma tese racista, porque o racismo significa algumas coisas que estão presentes nessa tese: a ideia de que a cor da pele ou as características físicas carregam uma espécie de moral junto delas (em outras palavras: essencialismo. Por exemplo, achar que porque é negro é bom, ou mau, esse tipo de coisa...) que no caso do mestiço seria uma docilidade, um bom humor, alto astral, sensualidade, etc; e também a interpretação da sociedade através de valores e premissas e não através da análise detida da realidade. Essa segunda ideia é um componente interessante do racismo, o fato de que o mecanismo dele funciona através de negar o que a realidade apresenta, como são as ideologias em geral. Por exemplo, ao dizer que com o mestiço tem menos racismo, a tese do branqueamento transmite uma projeção ou um desejo como fato, como realidade, quando o que a realidade mostra é outra coisa, que filhos da mistura entre negros e brancos também sofrem racismo. O racismo eugenista funcionava diferente mas também tinha essa marca, ele também projetava uma ideia sobre a realidade, ao invés de fazer o movimento invertido, no caso do eugenismo, se projetava a ideia de que os negros tinham cérebros menores, não tinham uma parte do cérebro que funcionaria para interpretação de idiomas, por isso tinham idiomas “guturais” como eles falavam... E todos nós sabemos que não é assim. Essas coisas não eram comprovadas, elas eram transmitidas da ideia, do projeto de sociedade de uma elite, sobre a realidade, para justificar uma realidade de opressão.

A tese do branqueamento não se combinava mais com uma teoria eugenista pras raças. Foi preciso pro pensamento burguês brasileiro criar teses que dessem conta de apagar a presença negra no Brasil - óbvio que sem alterar a existência do racismo como prática cotidiana. A principal tese que busca dar conta disso foi a tese da democracia racial, que teve como principal expoente do Gilberto Freyre, apesar de não ter sido conceitualizada por ele, e com muitos intelectuais fazendo coro, como Sergio Buarque de Hollanda, entre outros. Essa tese sustenta uma farsa absurda de que a miscigenação no Brasil teria criado uma raça brasileira, livre de racismo, com características de mescla entre as raças que compõem a história nacional, e que nesse sentido cada povo encontrou o seu lugar em harmonia. Inclusive, sustenta até uma visão de que a própria miscigenação e a escravidão que a precede foram mobilizadas de forma harmônica e pacífica, com um convívio alegre entre as raças. Gente, não foi assim. A miscigenação foi, muitas vezes, obra do estupro, e a escravidão marcou uma relação de profundo racismo que permanece até hoje nas relações de trabalho, sendo hoje, negras e negros, os que tem os piores tipos de trabalho com as piores remunerações.

A ideia da mestiçagem, que seria o “branqueamento” do Brasil, foi refutada por todo o movimento negro que lutou contra a ditadura, junto da denúncia da farsa desse mito da democracia racial - que diga-se de passagem, está sendo recuperado pelo próprio Bolsonaro pra dizer que não existe racismo no Brasil!

Referências intelectuais como Abdias do Nascimento, Lélia Gonzalez, Solando Trindade, entre outros, dedicaram uma enorme parte da sua trajetória intelectual para desmontar a farsa de que a mestiçagem gerou uma realidade intermediária entre negros e brancos – os mestiços – que teriam, supostamente, uma vida melhor.

Nesse processo, as massas negras – que todos esses intelectuais reconheciam ser a soma do que as instituições do estado chamavam de pretos e pardos – eram privadas da sua identidade racial, o que leva a um problema importante que é a dificuldade de se opor a um inimigo, porque ele está invisível. Por isso, encerro esse vídeo fazendo um chamado a massificação da identidade negra recuperando um símbolo utilizado por esses militantes, que me foi apresentado pela primeira vez pelo meu pai, que era o bordão negro é lindo.

Somos negros, e isso é importante de dizer para que possamos nomear nosso inimigo, o capitalismo e todos os seus representantes, os líderes das empresas que precarizam nosso trabalho e roubam nosso suor, os políticos que nos fazem viver debaixo da ponte para que eles possam viver em mansões, a extrema direita e seus representantes odiosos como Bolsonaro, Mourão, Trump, e todas os políticos implementadores do projeto de dominação imperialista que gera dor, fome e morte por todo o mundo, independente das cores que eles tem. Exatamente por isso, nosso projeto não pode ser de conciliação de classes, não existe conciliação com a direita e os racistas

Negro é lindo, e não podemos deixar a nossa identidade ser roubada.

O direito a nossa identidade é também a recuperação da nossa trajetória de luta, o aprendizado com nossas experiências do passado, e a luta por uma nova vida, sem machismo, racismo ou homofobia, uma vida que valha a pena ser vivida, e para isso a nossa ferramenta não é o apoio às empresas ou à docilidade frente a hipocrisia capitalista, que nos dá uma cadeira ilustre na mídia ao mesmo tempo que nos deixa sem luz por dias no Amapá. Nossa ferramenta é o marxismo revolucionário, a única teoria-programa que atinge na raiz o problema do racismo e luta pelo fim de todo esse sistema miserável que é o capitalismo, de mãos dadas com todas as raças, etnias e gêneros que sujeitos da história e conscientes das batalhas do presente, compõem juntas as fileiras pela destruição total de todas as opressões. Não importa como as pessoas se auto intitulam, importante é o que elas fazem. Para nós marxistas, a prática é o critério da verdade. Defender a promoção individual, a relação com as empresas e a divisão em subcategorias do povo negro é nada mais do que liberalismo, tão bem recebido pelos grande canais de comunicação, chefes de estado e grandes capitalistas

A nossa luta é por um antirracismo socialista e revolucionário, conectada com a massa negra e proletária do país, na batalha por construir uma sociedade que supere a divisão entre as classes e todas as opressões que sustentam essa divisão.

 
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