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HOMOFOBIA
Evo Morales: “Não quero pensar que é lésbica, companheira ministra”
Rosaura Boaretto

No ato passado para firmar o contrato de construção do primeiro hospital de terceiro nível na cidade de Trindad do departamento de Beni e a entrega de 34 ambulâncias, o presidente Evo Morales disse à Ministra da Saúde, Ariana Campero, em tom de piada: “Beni é tão grande, tem que se planificar ministra de Saúde (...) não quero pensar que é lésbica, companheira ministra”, pondo em evidência mais uma vez sua atitude lesbofóbica e machista.

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Por outro lado, não faz mais de uma semana, o vice-presidente Álvaro García Linera também fez publicamente uma declaração machista a respeito da solteirice da ministra mencionada: “Na verdade, ministra, casar não é mais assim, o noivo pede uma ‘provinha de amor’, mas é primeiro buscando o matrimônio, senão logo você vai ficar com sua ‘provinha’ esperando”. Indo além, março passado da presente gestão, o candidato para a prefeitura de Yacuiba pelo Movimento ao Socialismo (MAS), Carlos Brú, no final da sua campanha e na presença do presidente Evo Morales, disse em seu discurso que a ministra Ariana Campero devia ficar em Yacuiba: “Há outro tema que não vou deixar passar. Esta cidade (Yacuiba), tem camas de solteiro chefe (em referência ao presidente Evo Morales); para a ministra também, camas de solteiro com os chefes em cima . Não fiquem enciumadas, meninas, se nos organizamos, tem para todos”.

Apesar de Morales e García Linera se “desculparem publicamente” por sua brutais declarações, forçados pelo rechaço que elas geraram, as mesmas evidenciam a tendência retrógrada nas esferas governamentais, desde onde não se questionam atitudes como essas e muito menos são denunciadas desde as cadeiras que ocupam as mulheres que supostamente nos representam. Este rol absolutamente conservador e patriarcal se corresponde com as crescentes alianças do Estado com empresários, banqueiros, agroindustriais e setores de uma nova burguesia emergente de origem popular. Desta maneira, se explica as boas relações que estão estabelecidas com o Vaticano, que debaixo da máscara da renovação se seguem reproduzindo práticas opressoras e discriminadoras.

Não é a primeira vez que Evo Morales se destaca por comentários infelizes. No ano de 2013, saiu publicamente dizendo que: “o frango tem hormônios femininos, por isso os homens quando o comem têm desvios em seu ser”. Suas declarações não fazem mais que fomentar uma estigmatização das identidades e orientações sexuais dissidentes que se perpetuam desde a cumplicidade clerical.

O Pão e Rosas da Bolívia rechaça e denuncia essas declarações lesbofóbicas a respeito da diversidade sexual. É evidente que o denominado “processo de câmbio” não inclui os setores mais oprimidos como o das mulheres e da diversidade sexual, e que apesar de existirem mulheres dentro do Estado, em cargos de poder, elas não nos representam, mas, sim, legitimam esse tipo de formas de violência ao não intervir e muito menos denunciar as agressões que as mulheres e a diversidade sexual sofrem, assim como reproduzem feitos como estes para toda a população.

 
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