Hasselmann mostra que embora tenha denunciado o gabinete do ódio se descolando de Bolsonaro, o ódio não saiu dela. Quem seriam os “vagabundos” nas palavras de Joice? Os milhares de desempregados que enfrentam a pandemia com trabalho precário ou os milhares de moradores de rua que tiveram cobertores arrancados pela GCM (Guarda Civil Municipal) de Bruno Covas? Ou então os moradores das favelas que sofrem diariamente com a violência racista e assassina das polícias militar estadual e da GCM da capital?
A candidata do PSL reafirma ainda a velha retórica que confunde a pauta de direitos humanos, segundo ela “direito humano não é ficar passando a mão na cabeça de vagabundo”. Ela fala da criminalidade como se essa não fosse fruto de um grave problema social de desigualdade provocada pelo próprio regime econômico capitalista, o “criminoso” na mentalidade de Joice Hasselmann é algo fantasmagórico de um ser humano que nasceu mau, e portanto precisa ser eliminado pela polícia dos “cidadãos de bem”. “Bandido é bandido e ponto final”, só faltou em sua fala a celebre frase de Bolsonaro: “bandido bom é bandido morto”.
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