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RODOVIÁRIOS DF
Paguem as horas extras! Todo apoio à paralisação dos rodoviários do DF!
Comitê Esquerda Diário DF/GO

Rodoviários da empresa Auto Viação Marechal mantêm paralisação nesta quarta-feira, dia 21. A empresa já havia atrasado o pagamento dos salários e, apesar de ter repassado o adiantamento destes recentemente, não pagou as horas extras dos trabalhadores demonstrando seu enorme descaso com a necessidade de renda e diante do trabalho duro dos rodoviários.

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Nesta quarta-feira, dia 21 de outubro, cerca de 2300 rodoviários da empresa Marechal pararam mais de 450 ônibus no Distrito Federal, reivindicando que suas horas extras sejam pagas. A mobilização desses trabalhadores tem origem no atraso do pagamento de salários da empresa, que no começo do mês disse ao GDF que supostamente não teria dinheiro para pagar os funcionários. A situação perdura desde julho, com idas e vindas nos ataques à essa categoria que está dia após dia na linha de frente, mesmo em meio à pandemia.

Acontece que, há 5 dias atrás, a empresa recebeu reajuste da tarifa técnica - o que significa que o valor pago do GDF de Ibaneis à Marechal será de R$ 220 milhões a mais por ano. A tarifa técnica é o “valor real” que se deveria pagar pela passagem e que o GDF repassa para as empresas. Fazendo uma conta simples, dividindo 220 milhões pelos 2300 funcionários paralisados e dividindo pelos 12 meses ao ano - isso sem considerar as horas extras e outros direitos fundamentais como o auxílio alimentação etc - todos os trabalhadores receberiam a cada mês quase R$8.000. Nada mais distante da realidade. E isso apenas com o montante de dinheiro que a Marechal está ganhando a mais por ano.

Importante lembrar que essa mesma empresa esteve envolvida em um esquema fraudulento de licitação, na qual o ex-secretário do GDF no governo de Agnelo Queiroz (PT) e do advogado Sacha Reck. Acontece que o escritório de advocacia Guilherme Gonçalves & Sacha Reck foi apontado pelo MPDF com uma atuação decisiva para o resultado da licitação que beneficiaria a Marechal e a Viação Piracicabana. Terão de ser ressarcidos ao Estado mais de 700 mil reais - demonstração de que, no final das contas, o dinheiro vai e vem da máfia dos transportes para a mão de Ibaneis, mas para o trabalhador “falta dinheiro”.

A princípio, não existe previsão para o aumento da passagem de ônibus - mas bem sabemos que não podemos confiar em um milionário com mansão no Lago Sul que faz o que bem quer com o dinheiro do Estado, enquanto a classe trabalhadora e o povo pobre tem medo do desemprego e da fome. A passagem de ônibus teve aumento já esse ano em janeiro; antes já era cara, e ficou ainda mais absurda - chegando a horrendos R$ 5,50 -, não bastou para a máfia dos transporte de Brasília. Era preciso, na verdade, descontar na carne do trabalhador, atrasar seus salários e não pagar as horas extras.

Pela abertura do livro de contas da Marechal já!

Se a empresa está realmente sem dinheiro e com dificuldades, então não há nenhum sentido para que a Marechal não abra seu livro de contas para que todos os trabalhadores vejam qual é realmente o rombo. Se a empresa não tem nada a esconder, então que mostre porque estava atrasando o pagamento dos funcionários e o não pagamento das horas extras, ao mesmo tempo que o Estado vem pagando altos subsídios para a manutenção do transporte coletivo distrital. A viação alega que perdeu até 60% de seus usuários durante a pandemia e que a operação com 40% da receita anterior à pandemia torna impossível a prestação de serviços. Se de fato assim o é, o que vem sendo feito com os repasses do GDF que em tese são direcionados a atender a população que depende o transporte público no DF?

Por que empresas que prestam um serviço de utilidade pública geral como o transporte coletivo devem lucrar exorbitantemente em período de crise pandêmica e econômica, além disso, explorando seus trabalhadores que estão diariamente na linha frente e em condições precárias, com pouca ou nenhuma higienização? Como prestadoras de serviços públicos e que operam com financiamento do Estado, devemos exigir que a Viação Marechal e todas as demais empresas de transporte público abram seus livros de contas e apontem os prejuízos que alegam.

Pela estatização do transporte coletivo

A situação da Auto Viação Marechal nos demonstra o quão é necessário que todo o transporte coletivo seja estatizado e que o controle desse sistema deve estar nas mãos dos trabalhadores dessas empresas e de seus usuários, que são as massas operárias, que necessitam de mobilidade urbana acessível e de qualidade. A operação ineficiente dessas viações não apenas no DF mas em todo o país, denotam o quanto o transporte público pesa às famílias dos trabalhadores e quanto os subsídios dados pelo Estado se tornam a cada dia mais insuficientes para a sede de lucros dos empresários mafiosos desse ramo.

Mais do que nunca, em razão do contexto que estamos inseridos, faz-se necessário o apoio aos trabalhadores das empresas de transporte - como os funcionários da Marechal - e a luta pela estatização dessas companhias sem nenhuma indenização aos patrões. Pois, não devemos estar à mercê dos lucros de poucos, enquanto os funcionários desses negócios não recebem o mínimo que lhes é garantido, e os usuários sofrem com a prestação ineficiente de um serviço de primeira necessidade.

Nesse sentido, nós do MRT (Movimento Revolucionário de Trabalhadores), através do Esquerda Diário, prestamos total apoio aos trabalhadores rodoviários da Marechal, atuando como tribuna de denúncias para as reivindicações mínimas que lhes são devidas, mas também, para transformações profundas que visem à construção de uma organização operária no sentido de atender aos trabalhadores e para fazer com que sejam os capitalistas que paguem pela crise.

 
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