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IMIGRANTES
Por todos os direitos aos imigrantes de SP: somos uma só classe
Marcello Pablito
Trabalhador da USP e membro da Secretaria de Negras, Negros e Combate ao Racismo do Sintusp.
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Em um cenário internacional de crise capitalista e desemprego, o número de imigrantes no Brasil cresce. A informalidade e a precarização do trabalho, que já era uma realidade para milhões, também cresce exponencialmente na pandemia e atinge em cheio àqueles que vêm ao Brasil em busca de oportunidades. Bolivianos, haitianos, venezuelanos, senegaleses… dezenas de populações e etnias veem o Brasil como o país do acolhimento, mas aqui, no país de Bolsonaro, o terreno é o da xenofobia, da precarização e da completa ausência de direitos.

Inspirado em Trump, Bolsonaro fomenta a xenofobia aos povos imigrantes, já chegou a defender que a ONU criasse campos de concentração para agrupar venezuelanos refugiados, e é o presidente que defende um “Brasil para os brasileiros”, onde evidentemente o brasileiro, para ele, não é o trabalhador, mas sim a poderosa elite ligada ao agronegócio, os militares e o grande empresariado. Enquanto isso, a massa de imigrantes no país é relegada aos postos de trabalho mais precários ou à completa informalidade, tendo que sobreviver nos faróis, como camelôs, entregando comida por aplicativos, sob sol ou sob chuva.

Isso quando não estão diretamente em regimes de trabalho escravo, como já foi encontrado em fábricas irregulares de trabalho para a Renner, as marcas Cortelle, Just Be, Blue Steel, Blue Steel Urban, todas da indústria têxtil. Também a Lojas Americanas já foi condenada por utilizar trabalho escravo de estrangeiros na confecção de suas roupas. Muitas dessas fábricas estão localizadas em São Paulo, a capital que concentra uma massa gigantesca de imigrantes que estão em busca da sobrevivência diante do descaso de Doria e Bruno Covas.

A imigração não é, para o imigrante, um cruzeiro em busca do exotismo, nem a ilusão de uma vida de luxo, é a fuga de pessoas em risco de morte, seja por guerras ou pela fome, em seus próprios países. São milhões de pessoas, em sua maioria negra ou indígena, que fogem da miséria e do desespero e, ao chegarem aqui, são culpabilizadas de arrancarem os nossos empregos. Não: a causa do desemprego é de um sistema político fracassado que não garante ao trabalhador sequer o direito ao emprego.

E nada disso é uma novidade do ano de 2020. O acirramento da crise econômica agravou essa situação, mas ela diz respeito à realidade que já perpassa muitos governos, inclusive o do PT. A política petista permitiu a ocupação das tropas brasileiras no território do Haiti por 13 anos, cumprindo o papel nefasto de força reacionária para manter os interesses da dominação imperialista na região. O exército brasileiro, sob comando do PT, realizou incontáveis barbaridades com o povo haitiano.

Leia: O brutal legado de opressão das tropas brasileiras nos 13 anos de ocupação do Haiti

É uma tarefa fundamental que todos os sindicatos, as organizações comunitárias e ativistas cerquem de solidariedade e apoiem a permanência e a organização dos imigrantes no Brasil. Não podemos aceitar essas condições desumanas a que são submetidos nossos irmãos de classe. Toda medida repressiva deve ser ofensivamente repudiada. Todos os imigrantes devem ter regularizadas imediatamente as suas situações migratórias, com garantia plena de emprego, moradia e de condições de vida.

A classe trabalhadora é uma só e não possui fronteiras.

***

Marcello Pablito é parte da candidatura coletiva da Bancada Revolucionária de Trabalhadores. Ao lado de Diana Assunção e Letícia Parks, concorre a vereador na cidade de São Paulo por filiação democrática no PSOL.

 
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