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ENTREVISTA
"A crise do CAP não surgiu de uma hora para outra", entrevista com Matheus Zanon
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Entrevistamos Matheus Zanon, estudante do 2° ano do Ensino Médio do Colégio de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de janeiro, presidente do Grêmio estudantil, sobre os constantes adiamentos das aulas e os impactos da crise da UERJ no CAP.

ED: A crise no Colégio de Aplicação da UERJ continua depois das aulas terem sido adiadas várias vezes, conte-nos qual é a atual situação do CAP-UERJ?

M.Z: A crise atual no CAP-UERJ não é uma crise que surgiu de uma hora pra outra. Com uma construção de descaso com a instituição hoje nos encontramos com este panorama. Passamos por 5 adiamentos de retorno às aulas, e hoje somente o Ensino Fundamental (1o ao 5o ano) retornou às atividades, no dia 31 de março. Mesmo retornando, eles só têm aula do Núcleo Comum, para as matérias como educação física, artes, música e Clube de leitura não têm professor para atendimento. Além disso, os alunos do atendimento educacional especializado não contam com este direito garantido por lei.

O terceiro ano já retomou suas atividades no último dia 23 devido ao compromisso com o vestibular e com a burocracia do diploma. Enquanto isso, o resto do Ensino Médio retomará as aulas no dia 07 abril, mesmo sabendo que ainda faltam muitos professores em sua grade. Já o Ensino Fundamental II vivencia a maior crise dentro do Instituto, tendo dias sem qualquer aula por não haver professores, portanto sua previsão de retorno é no dia 13 de abril. E dentro desta situação caótica, a reitoria continua adiando os concursos públicos destinados ao CAP, sequer atendendo à necessidade apresentada pela comunidade do colégio.

Aliado a este problema de falta de professores, temos também o problema do espaço físico muito reduzido, onde sequer temos acessibilidade e um bandejão que consiga atender ao direito de merenda escolar gratuita (numa escola de educação básica). E com essas carências estruturais, os funcionários da manutenção não recebem há quatro meses, e hoje o CAP tem metade dos profissionais da limpeza que necessita, porque muitos saíram com o recorrente atraso de salários.

ED: Além do CAP, nos diferentes Campi da UERJ atrasam as bolsas, salários de professores funcionários e terceirizados. A crise da UERJ é generalizada. O que você acha da atual situação da Universidade?

M.Z: A crise atual de toda a Universidade tem responsável. O governo do Estado e seus inúmeros cortes, maquiados como ajustes fiscais, e a Reitoria totalmente antidemocrática que não abre diálogo a ninguém dentro da UERJ. Com total desrespeito a todos os setores (alunos, professores, técnicos e terceirizados), Ricardo Vieiralves e toda sua equipe serve somente aos interesses da classe dominante em sucatear a universidade pública, que hoje infelizmente não consegue atender a todos sem restrição.

ED: O que precisa ser feito para enfrentar os cortes à educação no Rio?

M.Z: A saída para os cortes à educação no Rio de Janeiro não tem outra saída a não ser a luta. A luta coletiva, construída por todas e todos é a única luz que nos dias atuais se pode enxergar. Com um governo que prioriza investimentos bilionários em empreiteiras e megaeventos ao invés de atender os direitos da maioria não há outra solução.

 
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