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ELEIÇÕES 2020
Maíra Machado: “Retiro minha candidatura pelo PSOL em Santo André, não aceito vale tudo eleitoral”
Redação

Nesta quarta, 16, a professora Maíra Machado publicou em suas redes sociais um vídeo anunciando a retirada de sua candidatura à Câmara Municipal de Santo André. Essa decisão ocorreu após uma discussão pública na qual a professora afirmou ser contrária à coligação do PSOL com a Rede Sustentabilidade, partido este que ajudou a eleger e compôs o governo do prefeito tucano Paulo Serra. Como declarou Maíra: "Eu não participarei desse vale-tudo eleitoral, que impede o enfrentamento necessário à extrema direita. A Rede votou a favor da Reforma da Previdência de Doria, com uma enorme repressão aos professores e servidores públicos enquanto lutamos por nossas aposentadorias. A unidade necessária para derrotar a extrema direita é com as mulheres, os negros, LGBTs e o conjunto dos trabalhadores”. Confira o vídeo na íntegra abaixo.

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As eleições municipais deste ano serão as primeiras eleições em meio ao governo Bolsonaro, além do contexto agravante da pandemia que no Brasil já arrancou mais de 132 mil vidas. Esse cenário reforça a importância da unidade entre os trabalhadores para enfrentar a extrema-direita.

A professora Maíra Machado lançou há cerca de um mês sua pré-candidatura para vereadora em Santo André, por filiação democrática no PSOL. Maíra foi a candidata mais votada do PSOL nas eleições de 2016 na cidade e teve uma expressiva votação também para deputada estadual, em 2018.

No sentido contrário da necessária unidade dos trabalhadores e da independência de classe, o PSOL aprovou sua coligação com a Rede Sustentabilidade em sua convenção partidária realizada no dia 6 de setembro, decisão da qual a professora Maíra foi impedida de participar. Nos debates pré-convenção, Maíra expressou sua posição de que efetivar essa coligação seria um enorme erro do PSOL, porque a Rede é o partido que na cidade ajudou a eleger e compôs o governo do tucano Paulo Serra, o mesmo governo que declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2018.

A Rede também ficou conhecida entre os professores do Estado de São Paulo, quando deu o voto favorável que garantiu a aprovação da Reforma da Previdência de Doria, enquanto mais de 10 mil professores e outros servidores estaduais realizaram um protesto do lado de fora da ALESP, que foi violentamente reprimido pela polícia do PSDB. São também marcas da Rede o apoio ao golpe institucional de 2016, à prisão arbitrária de Lula e a todas medidas autoritárias da Lava Jato que, longe de qualquer combate à corrupção, só buscou impor uma correlação de forças na política para ataques ainda maiores à classe trabalhadora, como a Reforma da Previdência, a MP 936 entre outros.

Em resposta às centenas de trabalhadores e jovens que já estavam construindo a pré-candidatura e lamentam sua retirada, Maíra declarou:

Não aceito o vale-tudo eleitoral em Santo André que faz o PSOL se coligar com a Rede Sustentabilidade, partido que ajudou a eleger e foi parte do governo do tucano Paulo Serra. Como professora e por defender sempre o lado dos trabalhadores não posso compactuar com o vale-tudo eleitoral que significa essa coligação. A minha luta não é por um cargo ou mais votos a qualquer custo, afinal eu não atuo somente nas eleições. Sou professora e junto com meus colegas de trabalho luto contra Doria e os governos do PSDB que destroem a educação pública. Seria uma enorme contradição com toda minha trajetória política e na defesa da luta dos trabalhadores manter minha candidatura enquanto o PSOL se coliga com esse partido que em diversas ocasiões atacou os trabalhadores em nossa cidade e outros cantos do país. Essa coligação enfraquece o necessário enfrentamento ao governo Bolsonaro e à extrema-direita. Este triste caminho que o PSOL insiste em seguir é uma repetição da história do PT, que hoje chega ao absurdo de apoiar um candidato bolsonarista no Rio de Janeiro. Foi a tentativa de acordos com a direita para conquistar cargos e manter a governabilidade que abriu espaço para o golpe institucional e para Bolsonaro. Essa aliança com a direita aqui em Santo André expressa a busca por atuar por dentro desse regime podre do golpe institucional. Minha luta é contra o governo Bolsonaro, mas também contra todo esse sistema que está unificado para descarregar a crise em nossas costas. Precisamos seguir firmes e batalhar para construir uma alternativa política dos trabalhadores, que seja independente. Por isso, anuncio a retirada da minha candidatura e agradeço a todos os apoios que venho recebendo por esta decisão. Tenho plena confiança na força independente da classe trabalhadora para seguirmos lutando por uma alternativa política que potencialize e prepare as nossas vitórias. Faço um chamado a todos que me acompanham a seguirem comigo e com o MRT na tarefa de construir uma ferramenta de luta e independência política. Seguiremos nacionalmente com nossas candidaturas por filiação democrática nos municípios onde o PSOL não estiver fazendo coligações com partidos burgueses ou com partidos de conciliação de classes como o PT e o PCdoB”.

Veja também: PSOL: quais alianças, para quais objetivos?

 
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