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INCÊNDIO NO PANTANAL
Pantanal é incendiado para criação de área de pasto para agropecuária, mostra perícia
Redação

Cerca de 1,7 milhão de hectares pode ter sido queimado no Mato Grosso pelos incêndios.

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Bombeiros em ação no combate aos incêndios na Fazenda Brasil Fronteira, entre Corumbá e Porto Murtinho. Foto: CBMS

O Pantanal registra uma grande área devastada, com 2,3 milhões de hectares atingidos pela queimada. De acordo com resultados de perícia em cinco áreas da região do Pantanal, ao sul do estado, divulgada pelo governo do Mato Grosso em nota, há danos provocados pela ação humana de forma intencional.

Segundo o Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman-MT), na Reserva Particular do Patrimônio Natural Sesc Pantanal (RPPN) – região de Barão de Melgaço, o incêndio na região ao sul do Pantanal mato-grossense ocorreu com o intuito de queimar a vegetação para criação de área de pasto para o gado.

Cerca de 1,7 milhão de hectares pode ter sido queimado no Mato Grosso por incêndios. O agronegócio tem importante participação na destruição dos recursos naturais, por meio de incêndios que são agravados pela vegetação seca e o calor da região.

Não é segredo a relação dos governos com os grandes empresários

Não é segredo que os setores da burguesia exigem dos governos medidas que favoreçam a manutenção dos seus lucros, e os governos, por sua vez, atendem prontamente a esse pedido, pois como já dizia Marx no antigo mas mais atualizado do que nunca Manifesto Comunista "o Estado é o balcão de negócios da burguesia". Essa relação fica expressa quando Bolsonaro aprova a MP da morte, que agrada empresários e precariza ainda mais a vida do trabalhador; ou quando Dória, com o PL 529, ataca as universidades públicas e o funcionalismo. Nenhum desses governos falam em taxação das grandes fortunas, pois o intuito é que a crise criada por poucos seja paga por muitos.

O questionamento ao pagamento da dívida pública aparece no debate como um elemento fundamental. Nos últimos anos, os governos federais e estaduais aprovaram ataques contra a população baseados em leis e mecanismos que garantem a transferência de renda do nosso país, dos estados e municípios, para banqueiros nacionais e estrangeiros.

Além da Lei de Responsabilidade Fiscal, vigente desde os governos FHC, que é uma lei que restringe de diversas maneiras os gastos sociais e com a folha de pagamento dos servidores, tem-se agora também o teto de gastos, aprovado no governo Temer, que é uma emenda constitucional que determina o congelamento por 20 anos dos gastos em áreas como saúde, educação, moradia e seguridade social. A Lei de Responsabilidade Fiscal e o Teto dos Gastos têm o objetivo de garantir que o orçamento esteja voltado integralmente para o pagamento da dívida pública. Por isso, mesmo que aumente a arrecadação cresça devido ao crescimento econômico, o teto impede a elevação do orçamento para saúde, educação, seguridade e assistência social, entre outros segmentos. Dessa forma, a maior arrecadação é automaticamente destinada aos banqueiros detentores da dívida pública brasileira.

O setor da burguesia representada pelo agronegócio pressiona os governos para que possa avançar ainda mais no desmatamento com o intuito de garantir área de pastos para gado e plantações, mesmo que isso passe por cima de tribos indígenas, da fauna e flora. Dentro do capitalismo somente o lucro importa, mesmo que isso possa acabar com o futuro da sociedade.

Incêndios como esse no Pantanal demonstram que dentro do capitalismo não só não há esperança para os trabalhadores, para as mulheres, negros, LGBTs e indígenas, como também não há esperança para a natureza, pois os capitalistas corroem, envenenam e queimam o meio ambiente de maneira irracional em nome de manter seus lucros e de manter de pé um sistema econômico, político e social que só tem a oferecer miséria para a população e a natureza.

Os ataques contra a natureza fazem parte do mesmo projeto de ataques econômicos aos trabalhadores

Os ataques contra o meio ambiente não estão isolados de todos os outros ataques contra a classe trabalhadora. Compõem o mesmo projeto de sociedade defendido pela direita e extrema direita. O PT que esteve no poder pouco fez pelo meio ambiente também, favorecendo muito os latifundiários do agronegócio e mesmo hoje, dirigindo as maiores centrais sindicais do país, continuam apostando na institucionalidade e nas eleições de 2022 e não na força da classe trabalhadora.

Somente a classe trabalhadora pode dar uma resposta em defesa da vida, se auto organizando em cada local de trabalho para levantar uma grande luta que possa não só mudar os jogadores da política, mas mudar as regras do jogo, derrubando esse regime. Só os trabalhadores, com um programa independente, podem derrubar Bolsonaro e Mourão, sem nenhuma ilusão no STF ou no Congresso Nacional tampouco nos governadores ou prefeitos, e impor uma Constituinte Livre e Soberana para que seja o povo que decida os rumos do país.

 
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