Nessa segunda (31) os trabalhadores dos Correios fizeram mais um ato seguido de assembleia na manhã de Belo Horizonte, contra a retirada de direitos pela empresa com o aval do STF, e também contra a privatização que Bolsonaro e Guedes ameaçam fazer. Aproximadamente 200 trabalhadores se reuniram em frente ao Centro de Entrega de Encomendas Jaraguá, na região Pampulha.
Na cobertura feita pelo Esquerda Diário e juventude Faísca Revolucionária, sentimos que o clima do ato era contagiante: músicas, foguetes e muita disposição nos trabalhadores para seguir em sua greve. Sabem que não podem perder esses direitos, e que para mantê-los é preciso se unificar com suas próprias forças, independentes da direção da empresa que tenta dissuadi-los da luta.
Um trabalhador que preferiu não se identificar nos disse como entende o jogo político por trás dos ataques aos direitos: os cortes nos custos dos trabalhadores dos Correios facilita para que a empresa seja mais atraente para a privatização, aumentando o interesse do empresariado nos lucros que consegue obter enquanto explora a mão de obra barata.
Outro trabalhador nos diz que o discurso de privatização dos Correios é antigo, data de mais de 20 anos, passando por todos os governos anteriores. Agora, no governo Bolsonaro, a efetivação desse discurso parece cada vez mais próxima.
Soubemos ainda que um trabalhador da região Pampulha faleceu pela covid-19, assim como os outros 120 trabalhadores dos Correios nacionalmente, que não puderam parar de trabalhar em meio a pandemia.
Muitos denunciam que os EPI’s (álcool em gel, máscaras) fornecidos pela empresa eram insuficientes para todos os trabalhadores, mostrando o descaso para com suas vidas.
Os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) estão desde o dia 17 de agosto em greve nacional, com adesão de 70% da categoria. A empresa conseguiu através do judiciário a diminuição da validade do acordo coletivo feito em 2019, de forma a terminar esse ano, sendo que inicialmente seria válido até 2021.
Foi proposto um novo “acordo” que na verdade é um gigante ataque contra os trabalhadores, excluindo 70 das 79 cláusulas do acordo de 2019, entre elas extinguindo licença-maternidade e adicional de risco, impondo redução do vale-alimentação, e aumentando o custeio do plano de saúde em plena pandemia de Covid-19.
Por isso, a vitória dessa greve é um grande passo para colocar contra a parede todo esse projeto de precarização e morte que promove a extrema direita. O apoio de toda a juventude e dos trabalhadores de outras categorias é essencial, de forma que as entidades estudantis e as centrais sindicais precisam também se colocar ao lado dos carteiros e carteiras nesse momento.
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