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#FicaCAPSCandango
#FicaCAPSCandango: Trabalhadores se mobilizarão no dia 31 em defesa do CAPS no DF
Comitê Esquerda Diário DF/GO
Luiza Eineck
Estudante de Serviço Social na UnB

O Centro de Atenção Psicossocial do SCS recebeu ordem para que pare de funcionar no local onde está estruturado. Esse serviço oferece assistência psicossocial a inúmeras pessoas, dentre as quais, muitas encontram-se em vulnerabilidade, inclusive em situação de rua. O despejo se configura como uma medida higienista, racista, capitalista e manicomial por parte de grandes e pequenos empresários aliados ao governo reacionário.

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Em colaboração com Gabriela Fernandes, assistente social, e Marina Thuane Melo, psicóloga, residentes do Programa de Saúde Mental do Adulto na ESCS

O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) AD III Candango funciona desde 2014 no Setor Comercial Sul (SCS) em Brasília e atende cerca de 1.300 pessoas. Há sete anos, esse serviço oferece cuidado em saúde à população que tem alguma necessidade decorrente do uso de álcool e outras drogas. O equipamento compõe a Rede de Atenção Psicossocial do SUS e é um dos 3 CAPS ad do DF que funcionam 24 horas.

O CAPS tornou-se fundamental para usuários (as) do serviço e para garantia de seus direitos, sendo 41.6% do público atendido pessoas em situação de rua. Há algum tempo, existe uma movimentação dos comerciantes para que o CAPS deixe de funcionar nesse território. Incomodados com a presença das pessoas naquele espaço e afastamento de fregueses de suas lojas, foram surpreendidos com uma ordem de retirada do CAPS, acatada pela deputada neoliberal do partido NOVO, Julia Lucy. A medida tem um caráter higienista e de precarização da saúde, reforçando a estigmatização dos das pessoas que fazem uso de alguma substância psicoativa e pessoas que vivem na rua, invisibilizando-as ainda mais.

O Setor Comercial Sul é um lugar bastante movimentado, reúne comércios, prédios, empresas, clínicas, etc. A retirada do CAPS ad III não implicaria na saída dessa população do território, mas significaria uma importante perda para saúde pública, a qual vem sofrendo inúmeros ataques desde antes da pandemia, e em especial a saúde mental, que é historicamente negligenciada no Brasil.

O DF tem uma das piores redes de atenção psicossocial no Brasil, em função do baixo investimento do Governo nessa política pública. O fechamento do CAPS significaria outra vitória do governo Bolsonaro e dos capitalistas, aqui representado por Ibaneis Rocha, contra a classe trabalhadora e os mais pobres, que no Brasil possuem rosto de mulher e de negros, ou seja, contra os setores mais oprimidos da sociedade.

Essa tentativa reacionária e neoliberal fortalece atitudes como foi a do ex-ministro da saúde, Mandetta, ao contrapor-se aos CAPS e exaltar a participação da Igreja, como aliado da mesma, o governo Bolsonaro, abre portas para retomar e fortalecer elementos do modelo manicomial. Modelo este que ainda é duramente combatido desde os anos 80 pelos movimentos da Luta Antimanicomial. A partir dessa perspectiva antimanicomial, busca-se acabar com essa modelo desumano de tratamento, o qual isola e utiliza da violência, das internações compulsórias, do abuso de poder médico, de agressões físicas, psicológicas, que caracterizam graves crimes à subjetividade das pessoas e à sua liberdade.

O CAPS tem base comunitária e atua sob a perspectiva de redução de danos e da lógica territorial. O sujeito realiza o acompanhamento próximo a sua rede de apoio, com vistas ao fortalecimento dos laços sociais e acesso aos direitos psicossociais. A crise sanitária do novo coronavírus aprofunda os resquícios deixados pela crise de 2008, e é nesse momento que os governos aproveitam para arrancar todos direitos conquistados.

É a partir desse cenário de precarização da vida, de interesses mercadológicos e de regressão ao modelo manicomial, que na segunda, 31, às 13 horas, os(as) trabalhadores(as), usuários(as) e apoiadores(as) do CAPS estão se mobilizando em um ato de resistência e enfrentamento contra a ameaça e ordem de retirada do espaço que se alicerçam sob concepções higienistas, racistas, conservadoras e de retrocesso, alavancadas por um sistema podre que visa o lucro acima das vidas, descarregando a crise sobre nossas costas. O ato irá acontecer na praça que fica próxima ao CAPS ad, com o distanciamento social e outras recomendações de biossegurança como uso de máscara, frequente higienização das mãos e uso individual de garrafas de água.

Nós do MRT, aqui representados pelo Esquerda Diário DF/GO, prestamos toda solidariedade e apoio ao dia 31 de agosto, colocando nossa mídia independente à serviço das e dos trabalhadores para receber denúncias a esses e todos os tipos de ataques, informações e opiniões. Nossas vidas valem mais que o lucro deles! Por uma sociedade antimanicomial!
Para entrar em contato com o Comitê Esquerda Diário no Centro-Oeste, escreva para: [email protected].

 
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