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CORREIOS
Governo enviará PL privatista dos Correios ao Congresso em meio à greve de ecetistas
Redação

A greve dos trabalhadores dos Correios se iniciou ontem, 18/8, e o governo, através de Martha Seillier, imediatamente anunciou em uma live do Santander que nas próximas semanas enviará ao Congresso um PL para privatizar a empresa.

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Os interesses de Guedes e Bolsonaro se expressam no desmonte das condições de trabalho da categoria ecetista com a mão de ferro do General Floreano Peixoto Viera Neto destruindo direitos fundamentais no acordo coletivo. Para que não seja nossa classe a pagar pela crise: cerquemos de solidariedade a luta dos trabalhadores dos Correios.

Ontem, 18/08, Martha Seillier, secretária especial do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) do Ministério da Economia, afirmou durante um evento virtual promovido pelo Santander que o Governo deverá enviar um PL para rever o Monopólio dos Correios no serviço postal, com o objetivo de liberar a prestação desse serviço também a outras empresas privadas que passem a estar regulamentadas.

Essa proposta que seria um imenso passo no projeto privatista de Paulo Guedes e Bolsonaro, necessita de uma reorganização das leis que regulamentam o serviço postal do país que hoje é previsto pela Constituição. Seillier afirmou que por isso hoje o Ministério da Economia está em diálogo com o ministro das Comunicações, Fábio Faria, sobre este tema, afim de avançarem na proposta que será enviada nas próximas semanas aos congressistas; tendo adiantado também que pretendem tratar esse imenso ataque privatista como uma “universalização do serviço” passando a ser regido pelo princípio da modicidade tarifária, ou seja, estabelecendo uma fixação de tarifas seja para o atendimento através do serviço público ou privado.

Ela também citou o interesse do Governo de privatizar a Eletrobrás, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, ao mesmo passo que rebateu as críticas do ex-secretário de desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, que afirmou que as vendas das estatais não foram para frente por conta dos interesses do establishment, dizendo: “Falar que não é prioridade do governo a agenda de privatizações é olhar de maneira míope o processo que está acontecendo de maneira impressionante. Cada vez que uma empresa é incluída no plano de desestatização, começa a ter uma série de consequências, críticas, questionamentos. A gente vê no Congresso uma série de decretos legislativos tentando impedir.”

Os interesses privatistas e seu reflexo nas condições de trabalho levou os trabalhadores a deflagrarem greve desde 18/8

Ao mesmo passo que fica cada vez mais claro como o governo vai seguir seu plano de venda dos Correios, no marco da agenda privatista que defende, sendo a declaração de Martha Seillier uma reafirmação contundente disso, se combina à esse ataque um profundo desmonte das condições de trabalho dos funcionários dessa estatal que vem há tempos sendo gerida por defensores da agenda privatista e inimigos dos trabalhadores, sendo atualmente a mão de ferro a do General Floreano Peixoto Viera Neto.

Não bastasse os trabalhadores dos Correios virem sendo expostos à pandemia sem EPIs e reais condições de trabalho, como viemos denunciando no Esquerda Diário e tendo hoje um saldo de 120 mortes da categoria em decorrência da COVID, cuja responsabilidade é diretamente do Floreano Peixoto e de Bolsonaro, pela negação dos direitos à quarentena a todos os trabalhadores que não são dos serviços essenciais e pela exposição de todos os que são grupos de risco em categorias essenciais.

Também no atual contexto, o General colocado à frente da estatal quer aplicar um pacote de maldades contra os trabalhadores, retirando do acordo coletivo que estava sendo negociado: o vale-alimentação, auxílio-creche, licença maternidade, parte do adicional de férias, adicional noturno, entre outros. Exatamente por isso na noite do dia 17/8 os trabalhadores dos Correios votaram uma greve que se iniciou ontem, dia 18, contra a privatização da empresa e em defesa de suas condições trabalho.

Contra todo plano de Guedes e Bolsonaro de venda das empresas que são propriedade da população como os Correios e cujos lucros deveriam estar à serviço de melhores condições de vida e do enfrentamento a pandemia nesse contexto, somente o controle dos trabalhadores pode se dar como uma resposta, por isso, nós do Esquerda Diário nos solidarizamos imensamente com essa greve cuja importância é indiscutível, pois se avançam contra direitos tão elementares dos ecetistas se abre um espaço para que esse exemplo se dê em outra estatais, assim como o desenvolvimento da privatização de fato da empresa – batalha que essa categoria enfrenta há anos.

Para fortalecer e massificar essa legítima luta defendemos que sejam organizadas hajam assembleias em cada local de trabalho ao redor do país e que nelas sejam conformados Comitês de Greve eleitos democraticamente desde as bases, para que os próprios trabalhadores possam decidir sobre os rumos da greve e avancem na perspectiva de tomar nas suas mãos o controle dessa empresa que hoje, presidida por um militar, está distante das necessidades da própria categoria assim como da população que utiliza o serviço postal – questões que não podem ser se quer atenuadas pela privatização que certamente aprofundará o desmantelamento das condições de trabalho e do serviço prestado.

Por fim, chamamos as Centrais Sindicais, a CUT e a CTB - que dirige o SINTECT-SP, para que coloquem toda sua estrutura à serviço do desenvolvimento dessa luta para que ela vença, mas para isso é fundamental que primeiro rompam verdadeiramente com a “quarentena” que adotaram as Centrais e se expressa em passividade nos seus sindicatos onde as categorias que dirigem vêm sendo atacados por todo país. A principal tarefa da CTB e da CUT é hoje ajudar a massificar a greve, dando visibilidade nacional ao exemplo dos ecetistas que nessa conjuntura se levantam para lutar e construindo a solidariedade nas demais categorias que dirigem, ao mesmo tempo que organizem a resistência real contra os ataques em seus sindicatos.

 
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