O Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, sul de Minas Gerais, amanheceu nesta quinta-feira (13) ainda sob ameaça de despejo. Policiais chegaram ao acampamento e montaram cerco às famílias, que resistem para proteger suas casas. A ação mostra a covardia de Zema, do judiciário e da PM, que avançam com o despejo de 450 famílias mesmo em meio a pandemia.
No dia de ontem, diante de uma enorme repercussão do caso, Zema chegou a recuar dizendo que suspenderia a ação. Mas para a surpresa de seus moradores, novamente no dia de hoje acordaram sob a ameaça de tropas de choque da polícia, que inclusive já desmontaram a escola comunitária do local, Escola Eduardo Galeano, e outro barracão coletivo.
A ocupação do terreno da falida Ariadnópolis tem mais de 20 anos em batalha judicial. Mas o judiciário e Zema não hesitam em despejar centenas de famílias justo agora na pandemia.
Se os despejos e reintegrações já mostravam toda a crueldade do sistema capitalista, organizado em primeiro lugar para manter a propriedade, em meio a pandemia torna-se ainda mais crue. São famílias que estarão nas ruas, sem a mínima estrutura para se precaverem contra o vírus. Bolsonaro no começo da pandemia vetou um projeto de lei que proibia despejos em meio a pandemia, liberando para que o judiciário e Zema autorizassem ações cruéis como vemos nesse caso.
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