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LATAM
"Falta o sindicato se colocar no lugar de sindicato", afirma aeronauta da Latam
Redação

Confira o depoimento de um funcionário da Latam sobre a postura do Sindicato Nacional de Aeronautas diante do anúncio de demissão feito pela empresa.

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A Latam Brasil anunciou na semana passada a demissão de cerca de 2.700 funcionário. Diante disso, os trabalhadores aeronautas organizaram uma manifestação no aeroporto de Guarulhos contra esse brutal ataque e o rebaixamento dos salários. O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) não foi parte de construir o ato, apesar de ter comparecido, e segue não organizando nenhuma resistência dos trabalhadores frente a isso. Durante os dois meses de negociação, o sindicato se restringiu a negociar de portas fechadas com a empresa, impedindo que os trabalhadores fossem sujeitos da própria luta. Esse ato provou que disposição da categoria não falta. Por isso, o sindicato precisa romper urgentemente com essa paralisia e organizar um plano de luta que impeça a concretização das demissões.

Reproduzimos abaixo um áudio que recebemos de um funcionário da Latam sobre a atuação do SNA.

“O que eu acredito que falta é realmente o sindicato se colocar no lugar de sindicato. Isso que o sindicato vem fazendo – os sindicatos no geral vêm fazendo – é muito de elite. Cadê aquele papel sindicalista mesmo? Pegar um carro de som, ir lá na frente... Isso é o papel de um sindicato! Quanto dinheiro eles não ganham da gente?! Eu não sei quantos técnicos pagam, mas eu sei que nós pagamos uma diária por mês. Fora aquele anual que a gente paga. É muito dinheiro. Quantos tripulantes temos? Só na Latam somos 27 mil. Quantos tripulantes a Gol tem? Quantos tripulantes a Azul tem? Quantos tripulantes a Avianca tinha? Sabe... Eles ganham muito dinheiro. Tinha que ter contratado um carro de som, tinha que ter feito uma manifestação. Ma-ni-fes-ta-ção. “Ah, mas tem COVID”. Olha, faz distanciamento, sabe... Os ônibus estão cheios, os metrôs estão cheios, está tudo cheio. Tem que ser visto. Agora, é simples chegar ali e fazer “Ah, sai do cargo Jerome”. Só nós vamos ver aquilo. Ninguém vai ver mais. O que adianta? A gente vai lá, aplaude, “bacana, o sindicato é foda”. Não é. Para.”

“Meu, assim, o que a gente vê como sindicato? Década de 1980, 1990, 2000, sabe? Puxando a categoria. Correndo atrás junto com a categoria. Hoje em dia, os sindicalistas chegam ali de terno e gravata, faz um videozinho e acha que está tudo ok. Por exemplo aquele sindicato nosso, né? O Dutra foi ali e falou assim: “Ai, renuncia Jerome”. O grupo foi ali, aplaudiu, mas não fez barulho nenhum para a mídia. Não fez nada. O que adianta?”

“Você entende a indignação? O pessoal do Esquerda Diário ali fez um trabalho que era para o sindicato estar fazendo. Cobrindo, estando com a gente, falando com a gente. Você entende? Aquilo ali é papel do sindicato! Então é por isso que eu falo... Já estão demitindo o pessoal da 112. É essa a minha indignação. É foda. Um jornal, um meio de comunicação, o Esquerda Diário vai ali e faz muito mais do que o sindicato. O sindicato que deveria ter feito todas essas matérias. Isso é papel do sindicato. O que é isso? Um sindicato de direita que eles são? Nunca vi um sindicato de direita. Direita é a empresa. Está do lado do empresário. Cadê o lado do trabalhador?”

O Esquerda Diário presta todo apoio e solidariedade aos trabalhadores da Latam e nos colocamos a disposição para impulsionar essa luta contra as demissões.

 
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