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DEMISSÕES NA LATAM
Assembleias e organização na base para construir um plano de luta urgente contra as demissões na LATAM
Redação

Nessa quinta feira ocorreu um ato organizado pelos aeronautas da LATAM se colocando contra as demissões e a proposta de redução permanente de salários. Esse ato expressou muita vontade de lutar e de mostrar para a empresa que os trabalhadores não vão aceitar calados esse nível de ataque. As demissões estão marcadas para iniciar hoje, dia 07, a manifestação organizada pelos próprios trabalhadores mostra que é possível impedir esse duro golpe aos funcionários e suas famílias, por isso é urgente que o sindicato chame uma assembleias e coloque sua estrutura para respaldar, massificar e organizar a luta dos funcionários da LATAM.

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A Latam Brasil anunciou por e-mail a demissão de cerca de 2700 aeronautas. Esse ataque se soma aos quase 2000 aeroviários que já foram demitidos ou entraram em licença não remunerada em julho. As demissões, corte de salários e de direitos servem para rebaixar o conjunto as condições de trabalho.

A empresa afirma que está em crise, mas teve recordes de transporte de cargas e passageiros, além de ajudas bilionárias de acionistas, como de Qatar e da família Cueto do Chile. Fica claro que a crise é parte de um discurso para fazerem os trabalhadores pagarem enquanto alguns CEOs e acionistas garantem seus lucros. Tudo isso em meio a pandemia do Coronavírus que já chegou a mais de 97 mil mortes no Brasil.

Essa situação é revoltante. Os trabalhadores passaram grande parte do dia nessa quinta-feira se manifestando no aeroporto de Guarulhos, ao final da tarde o CEO da Latam, Jerome Cardie mandou um vídeo aos funcionários, claramente irritado, falando que há setores que não entendem a situação da empresa e que não querem aceitar a mudança. Uma clara resposta ao ato, e uma provocação, pois todos entendem a situação, só não concordam que a resposta frente a essa dura crise e pandemia seja demitir e deixar milhares de famílias nas ruas.

Para garantir uma negociação que impeça as demissões é necessário exigir do sindicato que organize assembleias em que todos tenham o direito de discutir democraticamente as próximas ações e também as suas demandas. Infelizmente a direção do sindicato vem faz 2 meses negociando com a LATAM a portas fechadas, sem organizar os trabalhadores e um plano de luta com manifestações, paralisações e o que for necessário para impedir esse ataque. Não é com negociações, mas sim mostrando a força ativa da categoria que é possível reverte as demissões e cortes.

A categoria é tão forte que pode impedir que os aviões saiam, isso geraria um grande impacto é o que o CEO teme, por isso estava tão irritado em seu vídeo. É também o que o governo Bolsonaro teme, pois inevitavelmente uma luta no aeroporto colocaria em questão suas MPs aprovadas durante a pandemia que justamente permitiram medidas como redução de salários que a LATAM quer aplicar, além de que poderia ser um exemplo para outras categorias que hoje passam por situações semelhantes.

O ato também colocou outra questão muito importante, a necessidade da organização de base, uma vez que a direção do sindicato não se dispôs a organizar esse plano de luta, os trabalhadores mostraram que estão dispostos a se organizar apesar disso. Esse tipo de iniciativa é muito importante para questionar os aspectos burocráticos das direções sindicais que só querem negociar as portas fechadas e por cima dos trabalhadores e muitas vezes não levando as pautas reais da categoria. Após a manifestação o SNA mandou uma resposta afirmando que as demissões seguirão.

Para massificar e para que a base dos trabalhadores se expresse, na história das lutas dos trabalhadores se desenvolveu o que foi chamado de auto organização de base com delegados eleitos em assembléias para representar suas pautas frente a empresa. Esse tipo de organização garante um movimento democrático e pressiona o a direção do sindicato para que se mova, ou mostre de que lado realmente esta.

A partir da organização dos trabalhadores em assembléia, de paralisações e manifestações é possível impedir as demissões e os ataques às condições de trabalho. O sindicato tem que estar a serviço de promover essa organização, e esse movimento pode ser um exemplo também para os aeroviários, chamando a unificação dessa categoria, que apesar de dividida em funções e sindicato, é uma só e esta sofrendo os mesmos ataques da mesma empresa, a LATAM. Foram centenas de aeroviários demitidos, e outra centena que estão em licença não tem qualquer segurança de que se voltarem não serão também demitidos.

Mesmo com a queda do movimento no aeroporto causada pela pandemia, a empresa conseguiria garantir os empregos e os salários de todos. Nesse sentido, mesmo as licenças não remuneradas poderiam ser evitadas, garantindo que nenhum trabalhador fique sem salário durante a crise do coronavírus. A empresa quer demitir e rebaixar os salários e as condições de trabalho para melhor explorar o trabalhador e garantir seus lucros.

 
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