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MEIA-ENTRADA
Paulo Guedes quer acabar com a meia entrada nos cinemas e negar a cultura e lazer à juventude
Redação
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Foto: Sérgio Lima/PODER 360

O Ministério da Economia voltou à campanha contra a meia-entrada, abrindo novamente esta pauta com o Congresso e colocando prazo para definição até o dia 13 de agosto, sobre a meia-entrada nos cinemas. Apesar de já ter se manifestado e defendido a extinção de todas as regras que garantem o benefício, agora Guedes pede ajuda de Maia e Alcolumbre para dar seguimento à mais este ataque.

A justificação para a extinção é de que quase 80% de todos os ingressos de cinema vendidos no Brasil no ano passado tiveram o preço de meia-entrada. O dado, no entanto, não leva em consideração o fato de que os ingressos do cinema hoje em dia são caríssimos. Segundo a Agência Nacional do Cinema (Ancine), a compra de ingressos na categoria inteira, que era cerca de 30% em 2017, caiu para 21,6% em 2019. A meia entrada é garantida a estudantes, jovens de baixa renda, pessoas com deficiência e adultos com mais de 60 anos.

A estimativa da Ancine é que quase metade da população brasileira (96,6 milhões) se enquadrem nisso – quase metade da população medida pelo IBGE, de 211 milhões de habitantes. Algumas leis de Estado ou de município garantem benefícios para professores (como é o caso da cidade do Rio de Janeiro e do Estado de São Paulo, em que professores da rede estadual e municipal pagam menos), servidores públicos, doadores de sangue, portadores de câncer, doadores de medula e sindicatos de categorias profissionais.

Entendendo que é dever do Estado fomentar o acesso à cultura, a solução não deveria ser atacar um direito conquistado e histórico da classe estudantil. Vivemos em uma sociedade em que a arte e a cultura são assuntos restritos a pequena burguesia. Outros dados que afirmam essa verdade são os altos preços de entradas para cinemas e museus, livros, discos, etc. A arte fica trancada em cinemas e museus, onde só se entra através de um alto desembolso, que grande parte dos brasileiros não pode pagar com seus baixos salários.

A extinção do direito à meia-entrada aprova uma medida que serve apenas para negar ainda mais o direito à cultura e lazer à juventude, principalmente à população de baixa renda. O fim da meia-entrada, além de ser um ataque aos estudantes, é também uma forma de elitizar e dificultar ainda mais o acesso da classe trabalhadora a estes espaços em favor dos interesses das elites empresariais. Cada dia mais, a burguesia retira da juventude o direito ao futuro. Nenhum direito conquistado está garantido, pois os políticos não hesitam de nos atacar para manter os lucros patronais e sua dominação.

 
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