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DISPUTA ENTRE PODERES
Militares respondem Gilmar Mendes reabrindo crise entre poderes
Pedro Cheuiche

Militares vem ampliando seus poderes em todo o último período dentro do Governo Bolsonaro, nessa disputa que volta ao centro da política nacional, nenhum dos dois bandos servem para os trabalhadores e o povo pobre.

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Imagem: Diário 24h

O comentário de Gilmar que gerou críticas do governo foi feito no sábado, 11, em videoconferência realizada pela revista IstoÉ. "Não podemos mais tolerar essa situação que se passa no Ministério da Saúde. Não é aceitável que se tenha esse vazio. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo federal, é atribuir a responsabilidade a estados e municípios. Se for essa a intenção é preciso se fazer alguma coisa", afirmou.

"Isso é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. É preciso pôr fim a isso", prosseguiu o ministro.

Após a fala, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse que o ministro ’forçou a barra’ e ’ultrapassou o limite de crítica’. O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo afirmou estar ’indignado’ com o que chamou de ’acusações levianas’. A pasta anunciou que vai encaminhar uma representação à Procuradoria-Geral da República contra o ministro. Azevedo assinou uma nota junto ao general Edson Leal Pujol (Exército), almirante Ilques Barbosa Junior (Marinha) e brigadeiro Antonio Carlos Bermudez (Aeronáutica).

As tensões cresceram ao auge nas disputas entre os poderes mas o bloco alinhado ao bolsonarismo demonstrou ter mais fissuras que o outro bloco, do STF, governadores e grande mídia, ainda que estes também padecem por divisões internas. Em especial, os governadores se enfraqueceram sensivelmente.

Após a prisão de Queiroz, Bolsonaro teve de recuar pois as denuncias chegaram muito próximo de si mesmo. A luta de classes que voltou a se colocar em todo o mundo a partir do assassinato brutal de George Floyd também abriu uma nova situação na disputa entre os poderes, com correlação de forças mais desfavorável ao presidente. Nesse momento, as disputas começam a se materializar novamente com atos bolsonaristas marcados para o fim de semana.

Em transmissão ao vivo nesta terça-feira, 14, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), voltou a comentar a declaração em que associou o Exército a um genocídio, ao se referir à crise sanitária instalada no País em meio à pandemia do novo coronavírus, agravada pela falta de um titular no Ministério da Saúde. A pasta é ocupada interinamente pelo general Eduardo Pazuello há quase dois meses.

"O Supremo na verdade não disse que os estados são responsáveis pela Saúde. O Supremo disse apenas que isso era uma competência compartilhada, como está no texto constitucional. Mas o presidente esquece esta parte e diz sempre que a responsabilidade seria do Supremo e a responsabilidade seria dos estados. Então eu disse: se de fato se quer mostrar isso do ponto de vista político, isso é um problema e isso acaba sendo um ônus para as Forças Armadas, para o Exército, porque eles estão lá inclusive na condição de oficiais da ativa".

Fora Bolsonaro e também Mourão e os militares

Apostar no STF, em Moro, Maia, Alcolumbre ou outros golpistas que protagonizaram os ataques à população é simplesmente se negar a ver como chegamos até aqui. Retirando Bolsonaro isoladamente, será alçado Mourão no poder com maior aumento do protagonismo dos militares.

Nós do Esquerda Diário e do MRT propomos como saída uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana que deve articular todas as medidas necessárias para combater a epidemia e salvar vidas, assim como proteger empregos, salários e as condições de vida da população para que não seja esta a pagar por esta crise. Se trata de mudar as regras do jogo, não somente de mudar as peças para que se repitam as tragédias capitalistas em busca do lucro. Pretendemos, assim, levar a experiência das massas com a democracia até o fim, a forma mais eficiente em escancarar que o ataque à direitos democráticos e econômicos são faces da mesma moeda do sistema capitalista. Isso deixaria muito mais concreto o caminho de que somente um governo de trabalhadores de ruptura com o capitalismo é que pode garantir vida, emprego, salário, moradia e subsistência a todos.

 
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