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OBITUÁRIO
A música de orquestra de todo o mundo chora: morre o regente e compositor Ennio Morricone
Redação
Guilherme Pinho
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“Morricone está morto!” Assim que pelo costume italiano se anunciava os falecimentos, com gritos pelas ruas das vilas. A uma semana atrás perdemos Ennio Morricone, aos 91 anos, vítima de uma queda brusca que fraturou seu fêmur, o levou para o hospital e ao óbito depois de 6 dias. Morreu consciente e escreveu uma carta de despedida aos amigos e à família.

Ennio Morricone foi um homem italiano que dedicou toda sua vida a música e à arte. Nasceu no período do entre guerras em Roma. Em uma Itália convulsionada pelo regime fascista e pela crise capitalista de 1929, com 17 anos assistiu o fascismo italiano ser derrotado pelos trabalhadores e camponeses.

Na mesma década de 40, foi formou-se em trompete e em composição na Accademia Nazionale di Santa Cecilia pelo professor e maestro, grande expoente da música clássica moderna, Goffredo Petrassi, trabalhou também com orquestração para ópera sob direção de Carlos Zecci. Lembremos que as óperas tocas nas Itália tinham figuras de peso como Verdi e Rossini.

Mas foi no cinema que Ennio tornou-se mundialmente conhecido. No pós segunda-guerra emerge uma formação histórica bastante distinta da anterior, iniciada com a Revolução Russa de 1917, em que a força da ideologia se faz sentir através do controle pleno e absoluto dos meios de comunicação, com o jornal e o cinema, um aparato técnico de controle e manipulação de massas utilizado pelos regimes fascistas, agora a serviço das democracias capitalistas para doutrinar e criar uma homogeneidade ideológica.

Ennio era parte daqueles que, dentro das “posições” da democracia burguesa, como era (e ainda é) a indústria cinematográfica, se valendo do conhecimento historicamente constituído pela humanidade tal como é a música, as utilizam para golpear a democracia falsa dos capitalistas. Suas parcerias com cineastas como Giuseppe Tornatore e Bernardo Bertolucci são exemplos absolutos disso.
Para quem não conhece a obra de Ennio ou para quem já conhece, há várias recomendações de por onde começar das mais de 500 composições que vem sendo bastante difundidas em virtude de seu falecimento. Recomendamos, fortemente, a trilha sonora do filme Novecento, um verdadeiro clássico do cinema que retrata justamente a vitória das massas italianas contra o horrendo fascismo
Mas deixamos aqui um concerto de arena com regência de Ennio de 2002 em Verona, onde mostra todo seu sentimento como o grande maestro que é, compartilhada com uma talentosa orquestra de músicos e musicistas. Um poder emotivo comparável apenas às suas duas maiores referências na música - também grandes compositores: o russo Ígor Stravinsky (que foi expulso pela reação stalinista e foi obrigado a fazer carreira na Europa) e Johann Sebastian Bach, esse último pouco lembrado, mas com envergadura de um Bethoven ou de um Mozart, ou pensando nos mais modernos, de um Choppin.

Aproveitem:
https://www.youtube.com/watch?v=S5Ahe_1KZcg

 
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