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METRÔ DE SP
Mais um ataque! Metrô de SP quer tirar máscaras de segurança profissionais dos metroviários
Redação

Enquanto o país e os estado de São Paulo batem recordes de contaminações e mortes pela COVID-19, Doria se une a Bolsonaro e ao Judiciário para permitir mais ainda a abertura para circulação das pessoas, com o único objetivo de manter o lucro dos grandes capitalistas - esses que pouco entendem e nada se importam com a saúde pública- e assim expõe muito mais os trabalhadores ao vírus.

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A Portaria Conjunta n°18 de 20 de junho de 2020, elaborada pelos mandatários de Bolsonaro do Ministério da Saúde e da secretaria especial de previdência e trabalho, subordinada ao Ministério da Economia de Guedes, permite as empresas funcionarem com seus empregados usando apenas máscaras de tecido ao invés das máscaras de segurança tipo N95 ou PFF2 que realmente oferecem proteção eficaz ao vírus. Nem mesmo os trabalhadores que estão super expostos à grandes massas de pessoas todos os dias como é o caso dos metroviários, aeroviários, rodoviários etc ficam de fora dessa flexibilização.

Se apoiando numa flexibilização como a desta portaria, Doria, seu secretário Alexandre Baldy e a direção do Metrô de São Paulo publicam orientações que são verdadeiros ataques à saúde e segurança dos trabalhadores, por exemplo as máscaras de tecido que serão fornecidas como EPI para o COVID-19 - o que, definitivamente, essas máscaras não são. Já estivemos trabalhando por meses utilizando incorretamente estas máscaras, por total irresponsabilidade da empresa. Não podemos permitir mais este ataque

Já encontramos uma contradição marcante no que diz a nova determinação da empresa. Enquanto a portaria diz que “as máscaras cirúrgicas ou de tecido devem ser substituídas, no mínimo, a cada três horas de uso”, a empresa diz que será fornecido um kit de 6 máscaras para cada funcionário. Mesmo considerando a diversidade de escalas que há na empresa, nenhum funcionário poderia completar uma rodada inteira com essa quantidade de máscaras, e nesse caso, como garantir a higienização destas máscaras para sua reutilização? O Metrô quer responsabilizar individualmente o trabalhador pela eficiência do “EPI”? Parece que sim. Mais que isso, foram recorrentes vezes que a empresa demonstrou seu descaso com a saúde dos metroviários. Desde o começo da pandemia, o sindicato teve que ir à justiça para que a empresa fornecesse os EPI’s e condições sanitárias necessárias para os trabalhadores efetivos e terceirizados; em todas as vezes a empresa recorreu das decisões e o judiciário prontamente atendeu, derrubando as liminares obtidas pelo sindicato.

Passada apenas uma semana da primeira morte de um trabalhador da ativa da categoria, o Armandinho, Diretor do Sindicato dos Metroviários e trabalhador da manutenção no Pátio Itaquera, mais uma vez, a direção da empresa e o governo do estado de São Paulo demonstram uma total falta de caráter com os trabalhadores que estão desde o começo da pandemia se expondo e expondo pessoas próximas, exercendo uma função essencial para o funcionamento da cidade e transportando todos os profissionais que hoje combatem diretamente a doença. Fazem mais esse ataque se ancorando em uma decisão judicial e em uma mudança canalha em determinadas normas aplicadas por órgãos federais como os já citados acima.

Além dessa mudança no procedimento da empresa com relação ao tipo de máscara que os trabalhadores e trabalhadoras usarão daqui pra frente, correndo muito mais riscos de se contaminar e de contaminar usuários do sistema, uma série de outros ataques foram aplicados nas últimas semanas, como a retomada das atividades presenciais de pessoas idosas. A empresa ainda teve a cara de pau de alegar que isso foi um pedido dos próprios trabalhadores, e por isso estava convocando-os novamente ao trabalho presencial.

Não bastasse rebaixar o nível dos equipamentos de proteção e convocar pessoas idosas ao trabalho presencial, tudo isso exatamente no momento que o estado bate recorde atrás de recorde no número de mortes (nos dias 23 e 25 o estado de São Paulo atingiu mais de 400 mortes diárias apenas por conta da COVID-19), o Metrô tenta impor à força, sem nenhum tipo de negociação com a categoria, uma série de ataques ao acordo coletivo dos metroviários. Se negou a adiar essa negociação para o final da pandemia e, sem negociação nenhuma, quer simplesmente retirar diversos direitos conquistados com décadas de lutas e mobilizações.

Doria pode até tentar se opor a Bolsonaro - e tenta fazer isso principalmente no que diz respeito ao combate à pandemia - mas no fim ele é só outra face da burguesia que necessita sempre aplicar ataques aos trabalhadores quando seus lucros se colocam de alguma forma em risco. Esses ataques aos metroviários e metroviárias vêm para manter os super salários de diretores, “especialistas”, gerentes, coordenadores e diversos outros cargos inúteis que servem apenas para impor a política tucana de Doria na empresa; e ele vem tentando seguidamente aprofundar sua política entreguista e liberal no Metrô, privatizando ou concedendo diversos setores, reduzindo continuamente o quadro de trabalhadores efetivos e, de forma geral, precarizando o trabalho e o serviço entregue para a população.

Por isso defendemos que para enfrentar todos estes ataques, é necessária a maior unidade dos trabalhadores e fortalecer a organização de base, para garantir que se construa uma forte mobilização de metroviários, que empalme com a paralisação internacional dos entregadores no dia 01 de julho e mostre para os capitalistas e seus governos a força da nossa classe, ao mesmo tempo que indiquem as demais categorias de trabalhadores que o caminho da luta é o único possível para garantir nossos direitos.

 
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