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QUEIROZ
Já sabemos cadê o Queiroz. Agora quem mandou matar Marielle?
Redação

A última quinta, 18, foi mais um dia de grande emoções no cenário político brasileiro. Enfim a pergunta “cadê o Queiroz?” foi respondida. Mas a grande, importante e barulhenta pergunta “Quem mandou matar Marielle?” segue sem respostas - e sem justiça - há mais de 800 dias.

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Fabrício Queiroz, o ex-PM, ex-assessor do presidente Jair Bolsonaro, ex-assessor do senador e filho do presidente Flávio Bolsonaro, foi preso ontem depois de um longo sumiço, no esquema de lavagem de dinheiro e das “rachadinhas” que favoreciam a família Bolsonaro. Ele foi encontrado em Atibaia, no sítio de Frederick Wassef, advogado de ninguém menos do que a já citada Bolsonaro.

Queiroz é parte do clã Bolsonaro, amigo de longa data não apenas da família, mas também possui ligação aos executores da então vereadora do Rio de Janeiro pelo PSOL e seu motorista Anderson. Inclusive, houveram denúncias de que a princípio ele havia se escondido na favela comandada pela milícia que tem como chefe justamente um dos executores de Marielle e Anderson.

Conheça o histórico do Queiroz: Veja histórico criminoso de Queiroz, o fiel amigo da família Bolsonaro, preso ontem em SP

Embora o questionamento sobre o paradeiro de Queiroz tenha sido uma constante desde as eleições manipuladas que colocaram Bolsonaro no poder, não podemos agora confiar no judiciário, esse poder que nunca foi neutro e sempre atuou em defesa de interesses próprios, ligados aos empresários e à burguesia. Esse judiciário é o mesmo que interferiu diretamente nas eleições de 2018, por um lado com a prisão do Lula em segunda instância, nitidamente para evitar sua provável vitória no pleito, mas também favorecendo Bolsonaro de maneira direta justamente através desse mesmo processo das rachadinhas, já que o TRF-2 adiou a operação para um “momento oportuno”, que no caso foi após o reacionário capitão ser eleito.

Essa justiça que escolhe quando e qual poderoso vai atacar e qual vai blindar é a mesma que mantém 40% dos presos encarcerados sem direito nem mesmo ao julgamento. É a justiça que encontrou o Queiroz, mas não responde a pergunta incômoda que ronda o clã Bolsonaro: quem mandou matar Marielle? Então, por que deveríamos agora acreditar que nunca souberam do paradeiro de Queiroz e somente o encontraram nesse momento? Por que não avançam e encontram os mandantes do assassinato de Marielle?

O judiciário, com o STF e seus braços, só se movem a partir da mola propulsora do interesse político. Eles agora aumentam o tom contra o reacionário clã Bolsonaro usando seu autoritarismo para tentar controlá-lo, seja com a prisão da fascista Sara Winter ou pela descoberta do esconderijo de Queiroz, divergem entre suas alas sobre quais os melhores caminhos para criar um regime a sua imagem e semelhança, mas nunca hesitaram ou discordaram em um ponto fundamental: estão sempre alinhados quando é para atacar os direitos da classe trabalhadora. Reforma trabalhista, reforma da previdência, terceirização irrestrita, todos ataques aos trabalhadores aprovados que passaram pela atuação do STF para garantir sua aprovação. A arquitetura do golpe institucional e a prisão do Lula aconteceram justamente para que pudessem aprofundar os ataques que o próprio PT já vinha implementando.

A confiança cega nas instituições do regime é uma armadilha para a classe trabalhadora. O STF, ao prender a fascista Sara Winter dizendo que ninguém pode falar mal do STF, está mandando um recado não somente para a extrema direita, mas também para a esquerda, de que não aceitarão ser questionados. É um sinal de que atuarão como poder absoluto e inquestionável inclusive pelos trabalhadores que eles tanto esforçam para atacar.

O STF, o Congresso liderado por Maia, os governadores, são todos inimigos da classe trabalhadora, das mulheres, das negras e negros, e não podemos ter nenhuma confiança neles. Agora se alinham no anti-bolsonarismo assim como se alinharam ao Bolsonaro antes das eleições e em todos os momentos que precisavam aprovar seus ataques. Quem mandou matar Marielle?. Esse questionamento é perigoso demais para eles e envolve interesses que não são os nossos, então não podemos simplesmente acreditar que essa resposta venha de cima, que venha dos mesmos poderes que nunca hesitam em nos atacar. Por isso que é só a nossa luta que pode arrancar essa tão esperada resposta.

Assim é também com a luta pelo Fora Bolsonaro, não podemos deixar que nossa raiva e indignação nos jogue nos colos de Mourão, um militar elogioso da ditadura, e nem de nenhuma dessas instituições inimigas da classe trabalhadora. Encontrar o Queiroz agora é só mais uma peça no jogo onde eles criam as regras, e para respondermos todos os questionamentos que nos aparecem, precisamos nos organizar não para mexer peças, encontrar uma ou tirar outra, mas para mudar as regras do jogo. Isso pode ser possível através de uma Assembleia Constituinte livre e soberana, que seja imposta pela luta das trabalhadoras e trabalhadores, para que seja com as nossas mãos que enfrentemos aqueles que nos atacam e seus ataques, assim como para que possamos responder enfim, após 2 anos e 3 meses, quem mandou matar Marielle.

 
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