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TELEMARKETING - DENÚNCIA
Atento libera alguns operadores para home office, mas não oferece equipamentos nem condições adequadas
Redação

Novas denúncias mostram que a empresa está liberando alguns operadores para fazer home office, mas sem equipamentos e condições de trabalho adequadas, além de estar suspendendo o contrato de trabalhadores do grupo de risco que não possuem internet em casa.

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Após a repercussão de inúmeras denúncias de trabalhadores do telemarketing, uma das maiores dentre as empresas desse setor no Brasil, a Atento, enviou ao nosso portal uma declaração sobre suas medidas frente à pandemia. Entre outras coisas, a Atento afirma que a partir do dia 13 de abril 20 mil funcionários, dos 75 mil contratados pela multinacional, foram colocados em serviço de home office.

Esse número representa menos de 30% dos trabalhadores da Atento, o que por si só já nos faz questionar se todos os trabalhadores que se enquadram no grupo de risco estão em casa de fato, com seus salários assegurados. Mas também nos perguntamos em quais condições esses trabalhadores estão exercendo esse trabalho em casa.

Veja também: É verdade que a ATENTO protege seus trabalhadores da Covid? Relatos mostram outra realidade

Novas denúncias que recebemos, do estado de Minas Gerais, mostram que em home office os sistemas apresentam lentidão e os supervisores culpabilizam a internet dos funcionários, pois nem todos possuem uma internet de alta eficiência para rodar o sistema da empresa, já que esta não oferta recursos para acesso a uma internet de qualidade e com os baixos salários os trabalhadores não conseguem melhorar seus planos de internet. Além disso, aqueles que não possuem internet em casa e estão no grupo de risco tiverem seus contratos suspensos. Um completo absurso.

Além disso, a precarização começa desde o treinamento que a empresa oferece, que é realizado em quase toda a sua totalidade via aplicativo de reunião online e que não permite que o trabalhador novato tenha contato com o equipamento de trabalho, fazendo com que ele chegue na operação às cegas sem ter conhecimentos sobre o sistema utilizado pela empresa.

A empresa não ofertou computadores para todos que estão trabalhando em suas casas, fazendo com que muitos tenham que utilizar a sua própria máquina. De acordo com as denúncias o desempenho da internet e dos computadores comprometem a qualidade das ligações, e sem o suporte necessário as ligações ficam cortando e mesmo com as ligações ruins é mantida uma meta inalcançável e uma enorme pressão dos supervisores sobre os operadores, como no relato abaixo:

“As ligações são horríveis, mal dá para ouvir os clientes e mesmo assim eles mantém a meta de tempo de ligação e de atendimento que é absurda, as vezes em ligação o tempo de atendimento colocado pela empresa é so para ouvir o que os clientes querem e entender e isso tudo vira culpa nossa, do meu computador e da minha internet, nunca mais veremos a variável”

O suporte aos funcionários também é um problema, de acordo com o relato abaixo, a empresa criou um super grupo no telegram onde os podem mandar suas dúvidas para serem respondidas, mas, de acordo com os trabalhadores, não é bem o que acontece:

“Foi criado um grupo no telegram com todos os supervisores e gestores para responderem as dúvidas que temos, mas as vezes não tem ninguém online pra responder ou demoram mais de 10 minutos para nos enviarem uma solução sendo que o tempo médio de atendimento é 5,18 minutos, ou seja, a gente estoura nosso tempo de ligação e ainda somos penalizados porque não temos suporte para trabalhar com dignidade.”

Os trabalhadores do telemarketing seguem sendo alvo da pressão patronal, só que desta vez com ainda mais ameaças de demissões, rebaixamento ainda maior de salários e aumento da pressão para manutenção da produtividade.

Nós do Esquerda Diário seguiremos denunciando todos os governos, empresas e patronais que acham que nossas vidas valem menos que os lucros deles.
Seguiremos na linha de frente ao lado de todos os trabalhadores, recebendo e expondo denúncias que mostram em cada detalhe as condições de vida em que os trabalhadores estão obrigados a exercer suas funções. Essas patronais estão lado a lado de Bolsonaro, militares e dos governadores que, também junto a STF e Congresso, querem fazer com que sejamos nós, trabalhadores, a pagar os custos dessa crise.

 
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