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RIO GRANDE DO NORTE
Em vídeo, governo do RN fala de Fica em Casa, mas isolamento cai com abertura econômica de Fátima
Redação Esquerda Diário Nordeste

Ontem, sexta (29), 6.463 casos de coronavírus e 268 mortes foram confirmados no Rio Grande do Norte, segundo o boletim epidemiológico da Sesap (Secretaria Estadual de Saúde Pública), e 74 mortes se encontram em investigação. Só hoje, sábado (30), a Sesap registrou 939 novos casos e 37 mortes em apenas 24 horas.

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Segundo dados do RegulaRN, a região Oeste e metropolitana de Natal alcançou 100% de ocupação de leitos críticos da rede pública estadual por tratamento da Covid-19. Os únicos leitos de UTI disponíveis em todo o estado estão no hospital regional de Caicó e são apenas 6. De todos os 10 hospitais públicos, somente ele não está 100% lotado.

E a realidade potiguar revela que, ao todo, o RN a fila de pacientes tem 98 pessoas. Também segundo o RegulaRN, 24 leitos estão bloqueados pelo governo estadual, a grande maioria na capital (21). Os motivos desses bloqueios são ainda mais miseráveis: falta de monitores ou respiradores, falta de profissionais para acompanhar os pacientes e principalmente pela desinfecção dos leitos, que exige um ritual rígido que pode levar até 1h.

Como se não bastasse, o índice de isolamento social registrado na sexta foi de 38,7%, bem abaixo do que especialistas sanitários consideram ideal, entre 60 e 70%, segundo o In Loco. O Rio Grande do Norte é o segundo estado do Nordeste na baixa de isolamento social, sendo que o primeiro é Sergipe, que registrou 36,6% de taxa de isolamento.

A nível nacional, vemos Bolsonaro com seu negacionismo genocida em benefício dos empresários, mostrando a cara mais cruel dos interesses da burguesia e do imperialismo no nosso país. Seu ministro da Economia, Paulo Guedes, está correndo para planejar a reabertura econômica, desprezando as vidas de trabalhadoras e trabalhadores, do povo negro e pobre nas periferias de todo o país. Tudo isso para atender os interesses de setores empresariais e também de Trump, presidente dos EUA, que também encaminha a reabertura econômica do país. Na reunião ministerial, tanto o general Braga Netto, quanto Nelson Teich, ex-ministro da Saúde, apontaram o planejamento do fim do isolamento social.

Por sua vez, o governo estadual de Fátima Bezerra (PT), soltou um vídeo nesse fim de semana que diz que a única saída para a pandemia é que as pessoas “fiquem em casa”. Uma mostra de que, apesar de toda a cara “popular” que tenta assumir o governo, ele vira a cara para a população que não pode ficar em casa e que está sendo obrigada a ir às ruas pela sua política de abertura do comércio, das indústrias. Mas também pelo crescente desemprego no estado e a falta de um salário quarentena real, sendo que para muitos ainda não chegou os miseráveis R$ 600 de Bolsonaro.

Inclusive, na reunião que Bolsonaro realizou com os governadores na semana passada, a governadora Fátima Bezerra (PT) saiu apoiando o clima de "união" entre os representantes, atendendo o chamado patronal de abrir a economia e aplicar cortes de salário nos servidores e mais ajustes fiscais no pós-pandemia. A governadora assinou um documento junto a governadores reacionários e demagogos como Dória e Witzel pedindo ao STF para que não fosse autorizado fila única do SUS, que unificasse leitos públicos e privados, deixando a população mais pobre morrendo nas filas por leitos e respiradores.

Isso pode ser visto também com a flexibilização da regulamentação da atividade das Igrejas, atendendo aos interesses das cúpulas evangélicas no estado. Em decretos anteriores, permitiu a liberação do comércio, da indústria e da construção civil, que incluía permissão a repressão à manifestações de rua.

Veja também: Fátima (PT) garante interesses de empresários e pastores enquanto a saúde colapsa no RN

Na batalha pela garantia de EPIs, testes, e outros insumos básicos, que vem sendo negados pelo governo Bolsonaro, Fátima e as prefeituras, nós do Esquerda Diário, chamamos a todos a defenderem conosco a bandeira da centralização dos sistemas público e privado de saúde, sob controle dos trabalhadores que estão na linha de frente do combate à pandemia e da população.

Diversos setores, inclusive o Sindsaúde, vem reivindicando que se implemente o lockdown no estado. Contudo, o lockdown foi implementado em diversos países não para proteger a população, mas para destinar volumosos recursos em repressão, preocupados sim com possíveis explosões sociais, como as que estamos vendo nos EUA contra o brutal assassinato de George Floyd. Não podemos aceitar nenhuma medida que possa vir contra a população das periferias do RN, que mais estão sofrendo com o colapso da saúde e com aumento de contradições sociais com a pandemia.

Em estados como o Ceará, onde foi decretado o lockdown, o isolamento social não passou dos 51%, e sequer parou a produção nas indústrias. mostrando que não é uma medida capaz de resolver de fato o problema da falta de isolamento. É necessário exigir o investimento em testes massivos para localizar o vírus, isolar essas áreas e encaminhar os infectados para quarentenas adequadas. Os hotéis, resorts e pousadas de Natal poderiam estar voltados para isso, enquanto a polícia reprime a população em situação de rua por tentar encontrar formas de se organizar para se alimentar nas ruas.

Todos os recursos financeiros também devem estar voltados para o combate à pandemia, e que o governo do estado seja capaz de oferecer um verdadeiro salário quarentena de no mínimo R$ 2000, complementar ao Auxílio Emergencial. Sem isso, sua campanha de Fica em Casa não passa de demagogia e palavras vazias, pois não trás consigo nenhuma resposta às necessidades concretas dos trabalhadores precários e informais do estado. Com isso, deve proibir as demissões e garantir a licença remunerada de todos os trabalhadores em serviços não essenciais e em situação de risco.

Por isso colocamos a necessidade do fim do pagamento da dívida pública do estado e da União, a cobrança da dívida ativa dos empresários taxação das grandes fortunas, como de Flávio Rocha e seus lucros, que está servindo para explorar ainda mais trabalhadores da Guararapes em plena crise sanitária e econômica.

 
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