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Fortalecer a organização de base dos metroviários para enfrentar o enorme ataque de Doria!
Fernanda Peluci
Diretora do Sindicato dos Metroviários de SP e militante do Mov. Nossa Classe
Rodrigo Tufão
diretor do sindicato das Metroviárias e Metroviários de SP e do Movimento Nossa Classe
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O número de funcionários efetivos e terceirizados contaminados no Metrô já ultrapassa 200, e o governo Doria não somente age de forma irresponsável no combate à pandemia como insiste em atacar os direitos dos metroviários: quer aumentar valor do plano de saúde para os metroviários, retirar o adicional de risco de vida, diminuir a gratificação de férias, o pagamento de adicional noturno e de hora extra, congelar salários e benefícios, fazer cortes na gratificação por tempo de serviço, no adicional de aviso prévio, acabar com estabilidade pós alta-previdenciária, diminuir prazo para defesa em processos administrativos. Tudo isso contra aqueles que estão na linha de frente diariamente arriscando a suas vidas e vidas de seus familiares se levarem o coronavírus para casa. O Metrô diz que faz isso por conta da queda de arrecadação na pandemia, mas sabemos que é mentira: a empresa já havia anunciado por escrito em seus planos plurianuais a intenção de implementar esses mesmos ataques, vinha tentando fazê-lo nos últimos anos, e agora está se aproveitando de forma perversa e oportunista do momento da pandemia para tentar acabar com nossos direitos!

Não é de se estranhar tamanha covardia, uma vez que o Metrô já entrou na justiça para derrubar a liminar que garantia EPIs à todos os funcionários efetivos e terceirizados da empresa em meio à pandemia (e a justiça acatou!), ao mesmo tempo em que ocorre a demissão em massa de terceirizados (e dando como motivo estarem no grupo de risco!) - das bilheterias, e inclusive da limpeza, quando esse serviço é mais essencial -, colocando centenas de mães de famílias na rua e sem sustento. Enquanto isso, o Metrô todos os dias vêm postado em suas redes sociais como "valoriza" os seus funcionários na linha de frente, e nos dá "um abraço" pra colocar uma granada no nosso bolso, parafraseando o ultra neoliberal Paulo Guedes.

Não se pode acreditar que essa proposta seja um "bode na sala": para Doria, enquanto posa demagogicamente como "responsável" diante da pandemia, é decisivo se cacifar frente à burguesia para a disputa com Bolsonaro como alguém capaz de assumir o desgaste e ir até o fim em atacar os trabalhadores, especialmente os setores mais concentrados e com direitos conquistados. Está fazendo tramitar na ALESP sua própria reforma administrativa e quer impor uma derrota duríssima aos metroviários para ter uma correlação de forças melhor contra todo o funcionalismo e todos os trabalhadores.

Frente a isso, temos que nos mobilizar para defender com centralidade: Nenhuma retirada de direitos para os trabalhadores que estão se arriscando na linha de frente! Temos que batalhar agora pra que as negociações fiquem pra depois da pandemia, porque o Metrô só quer impor as negociações agora pelas dificuldades deste momento para a mobilização. Mas já está claro que não podemos contar com a justiça, e de todo modo só adiar não basta, se ganharmos esse tempo tem que ser pra preparar melhor a mobilização, e em qualquer caso lutar pra manter todos os direitos.

Essa é uma discussão central, pois a Chapa 1, majoritária na diretoria do sindicato (que é proporcional, composta por 4 chapas) já deixou claro na negociação recente do Acordo dos trabalhadores da Linha 4 - Amarela que sua posição é a de aceitar retirada de direitos, e inclusive a redução salarial. É a mesma posição que os partidos que compõem essa chapa - PCdoB, PSB e PT, que dirigem a CTB e a CUT - têm levado adiante em todo o país. O próprio Rodrigo Maia indicou Orlando Silva, do PCdoB, como relator da MP 936 (da redução salarial e suspensão de contratos), e ele está defendendo que a MP não somente seja aprovada , com modificações, mas que continue valendo permanentemente depois da pandemia.

É muito importante que se avance agora na organização dos metroviários, é a única forma de barrar esse ataque contra nossos direitos, ligando isso à luta por medidas de emergência para enfrentar a pandemia, a começar pela paralisação total das atividades não essenciais, com liberação remunerada, e uma renda emergencial de R$2 mil e que chegue imediatamente pra todos os desempregados e informais; também testes massivos, EPIs, milhares de novos leitos, e reconversão industrial pra garantir tudo isso.

A forte participação dos trabalhadores na assembleia on-line, e o apoio massivo ao adiamento das negociações e a um plano de mobilização são muito importantes. Mas os sindicato precisa organizar medidas para que os trabalhadores possam não somente dizer "sim ou não" para perguntas definidas por parte da diretoria, precisamos que os próprios trabalhadores sejam sujeitos e protagonistas da nossa organização. Por isso nas últimas semanas batalhamos pela realização de reuniões de base nas áreas, o que foi aprovado na assembleia e está sendo implementado nesta semana, e chamamos todos os trabalhadores a participarem. Defendemos também a formação de um comitê de representantes eleitos nas reuniões, para levar as discussões e propostas de cada área, para que assim todos, e não somente uma parte da diretoria, possam contribuir com propostas e decidir os rumos da nossa mobilização. Infelizmente as demais chapas tem sido contra essa proposta, mas a diretoria do sindicato aprovou a convocação do conselho consultivo, e que as reuniões de base possam indicar representantes para levar as discussões para ele, então chamamos todos os trabalhadores a elegerem representantes e participarem.

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