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DOSSIÊ 28 DE MAIO
Pela saúde das mulheres negras e da classe trabalhadora
Ana Carolina Toussaint

O cotidiano de vida das mulheres negras é duramente violento no capitalismo, já que são elas as que mais sofrem racismo e preconceito no atendimento hospitalar. As mulheres negras contabilizam os maiores índices de mortalidade e violência doméstica, como se não bastasse isso sofrem com a dupla jornada de trabalho e ganham 60% a menos do que um homem branco. Essa é a triste realidade de vida das mulheres negras no sistema capitalista que desde seu surgimento oprime e explora os negros.

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Mulheres grávidas esperam horas em fila no Hospital Rocha Faria, no Rio, por falta de médicos Foto: Fabiano Rocha / Foto Fabiano Rocha / Extra / Agência O Globo

Hoje é um dia marcado pelas lutas e reivindicações do movimento de mulheres pelo mundo e nessa crise do coronavírus o racismo e machismo se sobressaem de forma agressiva contra as mulheres negras. Aqui no Brasil alcançamos mais de 25 mil mortes por Covid19 , isso com a subnotificação dos casos, seguimos sem testes massivos para a toda população e o governo federal mais os governadores estão em uma disputa pelos seus próprios interesses enquanto milhares e milhares de trabalhadores morrem na fila de espera por um respirador.

Segundo informações do Ministério da Saúde as negras e negros são quase 1 em cada 4 (23,1%) das pessoas hospitalizadas com a COVID-19, a população negra chega a ser 1 a cada 3 vítimas fatais pelo novo coronavírus. A agência publicou que a quantidade de óbitos de pessoas negras quintuplicou no Brasil. Sobretudo isso afeta principalmente as mulheres negras que compõem grande parte da população negra no país. Outra pesquisa importante de 2018 da doutora em saúde pública, Fernanda Lopes, aponta que mais da metade 54,1% das mortes maternas no Brasil ocorrem entre as mulheres negras de 15 a 29 anos, segundo a doutora a população feminina negra tem duas vezes mais chances de morrer por causas relacionadas à gravidez, ao parto, pós parto do que as mulheres brancas. Na crise do coronavírus as mulheres negras são as principais vítimas do machismo e racismo.

A grande maioria das mulheres negras está em situação precária para enfrentar a Covid-19, o capitalismo impõe uma vida de opressão e miséria que em plena pandemia mundial reserva para as mulheres negras condições de vidas insalubres, muitas moram nas grandes periferias e favelas que não tem acesso a água potável ou tratamento de esgoto. Essas são as mesmas mulheres que perdem seus filhos pela ação assassina e racista da polícia, inclusive sofrem com o grande impacto do desemprego e nesse momento suas tarefas domésticas estão ainda mais sobrecarregadas por conta do isolamento social, segundo informações, os postos de saúde estão sem oferecer pílula contraceptiva, ou seja, serão as que mais vão precisar recorrer ao aborto clandestino e lamentavelmente as mulheres negras são as que mais morrem com isso.

O capitalismo antes mesmo da pandemia reservava para as mulheres um futuro de miséria e exploração e a crise do coronavírus aprofundou as mazelas do capitalismo nas vidas das mulheres negras. Muitas mulheres negras trabalhadoras seguem com a incerteza de suas próprias vidas e de seus familiares, o SUS que há vários anos vinha sofrendo com políticas de sucateamento, hoje entra em colapso por responsabilidade dessa corja política, nesse momento os profissionais da saúde seguem sem EPIs e as mulheres negras trabalhadoras segue sem um atendimento público de qualidade. Outra importante pesquisa foi o estudo sobre o perfil da enfermagem no Brasil, segundo o IBGE atualmente atuam no SUS 955.578 mulheres negras profissionais da enfermagem e 78,5% afirmam ter sofrido discriminação racial e de gênero na rede pública de saúde. Esses dados provam o racismo estrutural no país que até os dias de hoje são presentes na vida do povo negro.

Frente a essa situação devemos lutar por contratação imediata das mulheres negras trabalhadoras que foram demitidas, direito ao isolamento social sem cortes nos salários e direitos, por auxílio de 2.000,00 reais para que se garanta um mínimo de qualidade de vida em meio à pandemia. Por um sistema único de saúde sob controle dos trabalhadores, pela reconversão da indústria e testes massivos para conter a contaminação. Pela saúde das mulheres negras e da classe trabalhadora.

 
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