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RJ: EDUCAÇÃO
Witzel se recusa a pagar alimentação de estudantes em meio a escândalo de superfaturamento na Saúde
Redação
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A Justiça do Rio de Janeiro determinou essa semana que o estado deveria se responsabilizar pela alimentação de todos os estudantes da rede pública de ensino, distribuindo cestas básicas ou vale-alimentação no insuficiente valor de R$100. A resposta de Pedro Fernandes, secretário estadual de educação do RJ, é de que não há dinheiro para tal medida e por isso ameaça abrir os refeitórios das escolas públicas na primeira semana de junho, quando está sendo previsto o pico da pandemia no estado.

Pedro Fernandes afirma não ter dinheiro para pagar o mínimo valor de R$ 100,00 - que não equivale à uma cesta básica sequer - enquanto seu patrão, Witzel, aparece nos noticiários devido ao superfaturamento de contratos emergenciais na Saúde firmados pelos seus secretários, ligados ao empresário Mario Peixoto, na operação Favorito.

Leia mais: Witzel em 50 dias de pandemia: corrupção, jogo de empurra e colapso na saúde

A demagogia do secretário é impressionante. A alimentação dos estudantes deveria ter sido a primeira preocupação do governo estadual no começo dessa pandemia quando as escolas fecharam, já que muitas crianças e jovens dependem diretamente da alimentação fornecida pelas escolas. Agora, encurralado pela decisão da justiça, a argumentação do secretário é de que não há dinheiro. Ora, para precarizar o ensino público, o governo do RJ não poupou esforços e dinheiro: direcionou R$ 1 milhão para a TV Bandeirantes reproduzir um programa de aulas transmitido às 6h da manhã e além de fornecer verba para impressão e distribuição de material “autorregulado” a todos os estudantes da rede pública, com a justificativa de que o estudante poderia estudar sozinho, sem o professor, o que pedagogicamente é surreal.

Portanto, se há dinheiro para tomar essas medidas ineficientes, como não há dinheiro para garantir o básico, que é a alimentação desses estudantes? De fato, essa ameaça demonstra que a política do governo estadual do Rio de Janeiro, encabeçada por Witzel, é uma política de morte. Já são quase quatro mil mortos por coronavírus e mais de 37 mil contaminados no estado. E mesmo assim, o secretário estadual da educação tem coragem de ameaçar expor milhares de estudantes e trabalhadoras ao vírus todos os dias para ir até as escolas. Isso em um estado que nem mesmo dentro de casa as crianças e jovens de periferia estão seguras, como vimos nessa última semana com o assassinato de João Pedro e João Vitor pelas mãos sujas de sangue da polícia.

Pedro Fernandes tenta desesperadamente sustentar uma farsa de ensino a distância para alavancar sua carreira política, mas sequer consegue garantir a alimentação básica, que dirá computador e internet para os alunos da rede estadual. É preciso denunciar a farsa do EaD no Rio de Janeiro, exigindo dos sindicatos, principalmente o SEPE, que até o momento vem se restringindo a orientar a categoria que apenas aguarde decisões judiciais, a organização da luta de professores e estudantes, desde a base.

Vemos que o governo de Witzel não está preocupado em salvar vidas ou combater a pandemia, que tenta se diferenciar das políticas de Bolsonaro mas na prática as descarrega nas costas da população carioca. Por isso, não confiamos nem em Witzel, nem em Bolsonaro, Mourão ou qualquer um dos militares, saudosistas da ditadura militar. Tampouco confiamos no congresso ou no STF, que se unificam como num passe de mágica para aprovar a retirada de direitos dos trabalhadores e para precarizar e elitizar cada vez mais a educação pública. A demagogia e hipocrisia de Pedro Fernandes perpassa igualmente todos esses atores políticos e é preciso que não nos enganemos. Confiamos apenas na força dos trabalhadores e da juventude. Que seja um exemplo para nós os focos de resistência que surgem das trabalhadoras da saúde nos hospitais pelo Brasil e pelo mundo.

 
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