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Atrasados e precários, hospitais de campanha do Rio são geridos pela iniciativa privada
Desirée Carvalho
Gabriel Girão

Dois dos hospitais de campanha inaugurados até agora no RJ, feitos para “remendar” a precarização do SUS fruto dos ataques neoliberais, são geridos pela iniciativa privada.

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A pandemia do novo coronavírus escancarou o projeto de desmonte neoliberal dos serviços públicos de saúde. Esse projeto, levado a cabo por diferentes governos, vem precarizando a saúde ao longo dos anos, e transformando o SUS, em uma política para aqueles que não não tem um plano de saúde. Desde sua criação do SUS na constituição de 1988 se prevê “saúde suplementar” privada, mas o que naquele momento parecia ser um suplemento, tal como o nome diz, foi ganhando peso, e remodelando a política de saúde não como um direito mas uma mercadoria.

O SUS está cada vez mais distante de sua perspectiva universal é reconhecido pela maioria da população, como uma política para pobres. Isso se reflete desde a maneira que a saúde vem sendo organizada hoje, propiciando o colapsos que vemos instaurado em várias capitais do país. Portanto, de acordo com constituição de 88 o SUS poderia fazer uma parceria com a iniciativa privada em momentos que a saúde pública estivesse aquém, ou seja, ao invés de isso pressionar a estruturação da saúde pública, só fortaleceu o enriquecimento dos empresários da saúde, a custo de deixar um serviço precário para a grande maioria da população.

Diante de todos esses elementos colocados acima não é de se espantar que a pandemia piore e escancare a situação da saúde, ganhando contornos ainda mais brutais no Rio de Janeiro. Um exemplo é que enquanto centenas de pessoas estão na fila de leitos na capital, até agora não se mexeu praticamente um dedo para requisitar os leitos privados. Preservam o lucro dos grandes empresários em detrimento da vida de milhares de pessoas, mas não somente isso, a crise da saúde criada por esses governos neoliberais somada a crise sanitária do novo coronavírus, abre caminho para que os políticos e empresários vejam na pandemia mais uma forma de lucrar.

Além de não requisitarem os serviços privados para garantir leitos, e da saúde do Rio ser estruturada basicamente por OSS (Organizações Sociais da Saúde) agora os hospitais de campanha também sem um nicho de lucro e da parceria público-privada. Os hospitais de Campanha já são por si só uma expressão da ineficiência e da lógica de se pensar a saúde de maneira residual, pois apesar de toda propaganda de Witzel e Crivella em cima deles, são apenas remendos para tentar remediar o desmonte histórico do SUS e catastrófica resposta que deram frente a pandemia, sem garantir testes nem condições para as pessoas fazerem o isolamento.

A Rede D’or, que possui hospitais privados tidos como “de ponta” é responsável pela gestão dos hospitais de campanha da Lagoa Barra e do Parque dos atletas. Como os hospitais serão destinados a pacientes do SUS, com certeza não terão a mesma qualidade que o Copa D’or. Esses hospitais, que também renderão lucros receberam atenção prioritária do governo e já estão inaugurados. Isso não impediu que houvessem atrasos como no caso da unidade localizada no Parque dos Atletas, inaugurada dia 11 desse mês (quando todos os hospitais estavam previstos para serem inaugurados até dia 30 do mês passado), além de até agora não estar em pleno funcionamento. No entanto o privilegiamento deles por Witzel é evidenciado no fato que mais uma vez foi adiada a inauguração dos hospitais de campanha que ainda não foram entregues.

E toda essa lógica privatista que está inserida na saúde pública fortalece também é um meio de se estruturar a corrupção, que apareceu em outros governos do estado e agora ganha novas denúncias no governo de Witzel como mostrado nos recentes escândalos de contratos firmados por Witzel com empresários..

É absurdo que no meio de uma pandemia o lucro se mantenha acima da vida. Frente a isso é urgente que se exija urgentemente a estatização do sistema privado de saúde, sob controle dos trabalhadores.

 
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