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Racismo e xenofobia: as novas restrições anti-imigrantes chegaram para ficar
Pablo Oprinari

Com a COVID-19, o governo de Trump intensificou seus ataques racistas contra os imigrantes, um dos setores mais explorados da classe trabalhadora.

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O governo de Donald Trump aproveitou a crise do COVID para introduzir novas medidas contra as pessoas migrantes. A mais escandalosa, a expulsão sumária dos migrantes que sejam detidos na fronteira, sem direito a solicitação de asilo, com o argumento racista de que “representa uma ameaça à saúde pública”.

Esta medida foi estabelecida inicialmente em 21 de março e durante o mês de abril foi estendida mediante ordem executiva até 20 de maio. Porém autoridades migratórias afirmaram que poderia ser estendida, inclusive depois que se reduzam as medidas de confinamento no vizinho do norte.

Seu cinismo não tem limites: enquanto Trump anuncia a reabertura da economia colocando em risco milhões de trabalhadores, anunciam a continuidade destas medidas “para proteger a saúde pública”. Esta disposição foi acompanhada de outras, como a suspensão sem data limite dos trâmites para regularização migratória.

Aqui denunciamos o conjunto das políticas anti-imigrantes de Trump, como a deportação –durante o primeiro trimestre do ano- de mais de 57 mil mexicanos, uma taxa ainda mais alta que a de 2019, quem em muitos casos reingressa ao país por via terrestre, em cidades com altas taxas de contágio, como Tijuana. Ou a situação terrível que se vive nos centros de detenção, onde se detectaram numerosos casos de infecção.

Migrantes, as pessoas mais exploradas e oprimidas nos EUA

A Casa Branca esta utilizando a crise pandêmica para reforçar suas políticas xenofóbicas contra as pessoas imigrantes; desta forma, e diante às próximas eleições presidenciais de novembro, busca ganhar a confiança de seu eleitorado com medidas que deem resposta às expectativas dos setores mais reacionários de sua base social.

O discurso do presidente estadunidense contra as e os trabalhadores imigrantes e suas famílias se baseia em uma retórica de “proteção do emprego”, responsabilizando de forma reacionária a população imigrante do aumento do desemprego e busca assim dividir à classe trabalhadora estadunidense.

Porém, os mais de 30 milhões de desempregados nos EUA são consequência direta das políticas dos grandes empresários, que despedem massivamente enquanto foram beneficiados por medidas de salvação multimilionárias autorizadas por Trump e os partidos democrata e republicano.

Como coloca aqui Jimena Vergara, do Left Voice, as e os imigrantes são parte de quem estão na primeira linha, trabalhando no chamado setor essencial. Elas e eles – quem não foram beneficiados pela ajuda do governo nem têm seguro médico, são obrigados a continuar se expondo, se não querem ficar desempregados. Além do mais, graças às declarações xenófóbicas de Trump, são quem enfrenta os ataques racistas de grupos supremacistas brancos em vários estados.

O caso das e dos trabalhadores agrícolas que são forçados a ir trabalhar. Ou dos empacotadores de carne – 70% dos quais são imigrantes -, um setor que Trump pressionou para que continue funcionando. Em ambos setores – onde proliferam as grandes empresas transnacionais – tem ocorrido numerosos casos de COVID e as condições de trabalho são deploráveis no que se refere a segurança e higiene. De modo geral, os imigrantes enfrentam uma situação de precarização laboral extrema.
Enquanto são vítimas de racismo, trabalham em condições de extremo risco para sua saúde. Isso é o que não dizem nem os capitalistas e nem a Casa Branca.

O governo mexicano: cúmplice do racista Trump

Andrés Manual Lopez Obrador e seu chanceler Marcelo Ebrard não economizaram elogios a Trump. “Amigo”, “pessoa solidária”, “compreensivo”, são alguns dos adjetivos utilizados. Aceitaram as dezenas de milhões de deportações; uma política criminosa que expulsa as pessoas imigrantes de um dos epicentros da pandemia a suas comunidades de origem. Além disso, colaboram ativamente com a deportação de mais de 15 mil migrantes centro-americanos, atuando junto a sua Guarda Nacional como vigilantes fronteiriços a serviço de Trump.

Nada dizem da situação na qual enfrentam a pandemia os milhões de migrantes mexicanos. Isso é consequência de uma insubordinação, em todos os níveis, ao governo estadunidense. Essa subordinação se expressa também na apressada reabertura econômica que estão instrumentando as autoridades mexicanas, e que põem em risco a milhões de trabalhadores da indústria e serviço, e suas famílias.

Os imigrantes são um dos setores mais explorados e oprimidos da classe trabalhadora, do qual se aproveitam os capitalistas e seus governos. Apolítica anti-imigrante e as restrições impulsionadas por Trump estão a serviço de manter um amplo setor precarizado e sem direitos, com salários miseráveis, em benefício dos empresários. O qual permite da mesma forma aumentar a precarização laboral e controlar as conquistas laborais dos demais setores da classe trabalhadora.

Diante disso, é fundamental defender os direitos dos migrantes mexicanos, centro-americanos e caribenhos contra os ataques racistas e xenofóbicos e lutar contra a precarização laboral que enfrentam. Ao mesmo tempo, lutar contra a opressão imperialista dos Estados Unidos contra o México e contra a insubordinação do governo mexicano a Casa Branca.

Isso é uma tarefa que devem tomar em suas mãos as organizações sindicais e de esquerda de ambos os lados da fronteira, para selar uma poderosa unidade contra os capitalistas e seus governos. Pela suspensão das deportações, plenos direitos civis e políticos para todas e todos migrantes e acesso a saúde pública e gratuita. Essa é a perspectiva internacionalista e anti-imperialista que levantamos, de ambos os lados da fronteira, Left Voice dos Estados Unidos e o Movimento de Trabalhadores Socialistas do México.

 
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