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12 DE MAIO
Façamos do dia 12 uma grande luta em apoio aos trabalhadores da saúde
Redação

O dia internacional das enfermeiras e enfermeiros, 12 de Maio, deve ser parte de potencializar os distintos focos de resistência dos trabalhadores da saúde no Brasil e no mundo, que estão na principal trincheira do combate à pandemia do coronavírus, impulsionando uma ampla campanha de apoio a esses trabalhadores, apontando para a necessidade de que assumam o comando do combate à pandemia, revertendo a falta de EPIs e outras necessidades mínimas que os governos e capitalistas já deixaram claro que não tem interesse em resolver.

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Ato em frente ao Hospital Municipal Mário Pinotti, o 14 de Março, em abril de 2020. Foto: João Paulo Guimarães

Uma lição que a pandemia deu para a humanidade é que o mundo não funciona sem os trabalhadores. A vida humana está em suas mãos, e na assistência à saúde isso é uma verdade inquestionável. Nos hospitais, laboratórios, UPAs e UBS, enfermeiros e técnicos de enfermagem, bem como setores administrativos, nutricionistas, médicos, biomédicos, farmacêuticos e trabalhadores da limpeza, é onde a principal batalha está sendo travada contra o coronavírus.

Apesar do heróico esforço desses trabalhadores, já são 249.372 mortes e 3 milhões de contaminados em todo o mundo, sem levar em conta a subnotificação massiva que vivemos. No Brasil, estamos próximos à 1000 mortes por dia, que atinge sobretudo aos mais pobres, à população negra, que dependem do sistema público de saúde. São dezenas de profissionais da saúde, que estão sendo mandadas para a linha de frente do combate à pandemia desarmadas, sem o mínimo que são as máscaras, EPIs e outros equipamentos.

Ao mesmo tempo, são também esses trabalhadores da saúde os que se destacam mostras importantes de resistência à desastrosa política dos governos, que fazem de tudo pelos “pobres” capitalistas, salvando seus lucros e ao invés da vida da população. Enquanto Bolsonaro fazia sua marcha empresarial rumo ao STF para brigar pela abertura de fábricas, setores do comércio e de serviços, a Praça dos Três Poderes ainda encontrava as marcações do protesto de enfermeiras que simularam um enterro para representar a política do governo que diz “e daí?” para a vida da população.

Em um momento onde o colapso da saúde mostra que os governos estaduais não oferecem nada mais que quarentenas, sem sequer testes para racionalizar o isolamento e obrigando trabalhos não essenciais seguirem dando lucro aos empresários, trabalhadoras da saúde saem às ruas denunciando a situação nos hospitais. Vimos isso em Belém, com as trabalhadoras do Hospital Municipal Mário Pinotti; em Minas Gerais com os protestos dos trabalhadores da saúde contra Zema e a Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais); e a emocionante homenagem a uma técnica de enfermagem que faleceu vítima da Covid-19 em São Paulo, do Hospital Municipal Dr. José Soares Hungria, em Pirituba.

Frente à cumplicidade de Dória com a reitoria e a gestão do HU da USP, os trabalhadores desse hospital conseguiram furar o cerco da mídia no segundo ato que realizaram para denunciar a falta der EPIs, testes e outras demandas para atender a população. Foram atos preparados pelo Conselho Diretor de Base do Sindicato dos Trabalhadores da USP que votou uma medida exemplar de conformação de um Comitê dos Trabalhadores do Hospital com representantes eleitos para organizar a defesa dos trabalhadores e as condições de saúde, como a distribuição de máscaras.

EDITORIAL: Potencializar a resistência dos trabalhadores que são linha de frente da luta contra a pandemia

Por isso, o dia 12 deve ser um dia que unifique toda a esquerda e os sindicatos para apoiar e batalhar ao lado desses trabalhadores por álcool gel, máscaras, EPI´s, contratação e liberação do grupo de risco com remuneração. São demandas urgentes que não estão sendo atendidas pelos governos, e que a exemplo dos trabalhadores do HU da USP, precisam ser arrancadas através de formas de coordenação de luta próprias entre os sindicatos e esses trabalhadores.

Contudo, sabemos que são demandas mínimas e que já deviam estar sendo levantadas a muito tempo por cada sindicato da CUT e da CTB, por exemplo, mas que até agora só saíram das suas quarentenas para construir um ato com os algozes do SUS, dos seus trabalhadores e de todo o país, privatistas como FHC, Rodrigo Maia e Toffoli.

As filas no SUS só crescem, com 4 estados e 8 capitais do país sem leitos para as pessoas, em sua maioria no Norte e Nordeste, cuja única resposta dos governos está sendo empilhar nossos corpos, nas portas dos hospitais ou em valas comuns, conteiners e outras expressões bárbaras nunca antes imaginadas. São imagens chocantes e ultrajantes, que necessitam de uma resposta de fundo ao problema.
Ao lado de cada demanda da saúde, a esquerda e seus sindicatos, como os parlamentares do PSOL e os sindicatos da CSP-Conlutas, deveriam se articular para fazer uma forte campanha por um sistema de saúde único estatal e controlado pelos trabalhadores, sem indenização aos donos da Amil, Unimed e outros mercados da saúde.

Se trata de uma batalha que se choca com o interesse desses monopólios privados de saúde, representados por políticos como Mandetta, Teich e diversos parlamentares e governadores, que comercializam a vida da população e impedem que se unifique todos os leitos, hospitais, respiradores e recursos para enfrentar a pandemia. Diante disso, fica evidente que as únicas pessoas que tem de fato capacidade de gerir e controlar os hospitais e todo o sistema de saúde são os próprios trabalhadores da saúde. Não há ninguém melhor dos que estão na linha de frente, trabalhando e morrendo para salvar as nossas vidas, que possa comandar a batalha contra a pandemia.

Veja também: Porque a saúde deve ser um sistema único e controlado pelos trabalhadores?

Para organizar as forças para travar essa campanha, é preciso que se divulgue e façam existir comissões em todos os Hospitais e locais de trabalho como os que criaram os trabalhadores do HU da USP, a partir da exigência de que essas centrais coordenem a luta da saúde rumo ao dia 12, pela garantia de EPIs e testes para todos, reconvertendo as indústrias necessárias, e pela contratação de todos os enfermeiros desempregados com o fim da lei de teto de gastos e do pagamento da dívida pública.

 
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