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REVOLUÇÃO DOS CRAVOS
46 Anos da Revolução dos Cravos! Viva o 25 de Abril!
Gabriel Girão

A 46 anos, em 25 de abril de 1974, Portugal via a caída do odiado regime militar e o início do processo revolucionário conhecido como a Revolução dos Cravos. Nos tempos atuais relembrar a revolução dos cravos é também inspiração pras lutas que se aproximam!

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No final da década de 60, Portugal vinha passando por uma aguda crise econômica. No marco de que o boom do pós guerra começava a encontrar seus limites e com a crise de 73, também começavam nas colônias portuguesas da África uma guerra civil por sua libertação. O país que um dia tinha sido o maior império ultramarino do mundo encontrava-se na situação de país mais atrasado da Europa ocidental. Na busca por manter suas posições imperialistas na África, amplia o gasto militar, que chegou a atingir 45% do total de gastos estatais, agravando a crise econômica. Os jovens de classe média eram obrigados a cumprir 4 anos de serviço militar obrigatório nas colônias.

Agravando a situação econômica vinha a situação política. Portugal amargava desde 1926 um odioso regime militar com traços fascistas. Mostra disso já eram as greves que o regime vinha enfrentando. Também não podemos menosprezar os efeitos do movimento mundial contra a guerra do Vietnã, que vinha se desenvolvendo.

Vendo a situação agravar dia a dia com a possibilidade de que se desatasse um ascenso de massas que não poderiam controlar, um setor burguês resolve se adiantar para tentar transitar a um regime democrático e negociar a paz com as colônias, tentando ainda mantê-las sob sua órbita (algo que o imperialismo francês já havia feito após os traumas com a guerra da Argélia).

Esse setor era representado no exército pela ala direita do Movimento das Forças Armadas (MFA). No dia 24 de Abril iniciam as movimentações que iriam culminar na derrubada do regime e levando o General António de Spínola à cabeça do país.

No entanto, apesar dos apelos da direção do MFA para que a população ficasse em casa, a população sai as ruas em comemoração e também se manifestando. Uma das primeiras ações é a distribuição de cravos aos soldados, daí o nome.

Longe de ser uma “revolução palaciana” como inicialmente pretendia os setores da direita do MFA, logo começa uma mobilização de massas. Ocorrem greves e manifestações de massas. Comitês de fábrica são erguidas aos montes, em alguns casos começam diretamente a gerir as empresas que tinham sido largadas por seus antigos donos. Os camponeses também tomaram terras e deram início “prático” a reforma agrária. As massas se organizavam localmente nos comitês de inquilinos e soldados. Sob pressão das massas, cai o general Spínola (que inclusive tenta um golpe contrarrevolucionário depois) e assume o General Vasco que é obrigado a tomar medidas “socialistas” como nacionalização dos bancos e de empresas estratégicas. Em Setembro de 1975, ocorre o golpe contrarrevolucionário que culminará, quase 10 anos depois, no desvio da revolução, com o papel crucial do Partido Socialista e com o apoio do PCP. Como afirmou o líder do PS Mário Soares, era hora de “por o socialismo na gaveta”. Para um balanço maior sobre a revolução dos Cravos, recomendamos o artigo de Gabriela Liszt e a entrevista de Raquel Varella.

Longe de ser um processo circunscrito a Portugal, a Revolução dos Cravos influenciou vários países. Na Espanha, em 1975, após a morte de Franco quando se iniciam mobilizações, os governos com medo de um processo similar ao português começam uma transição pelo alto, preservando inclusive a monarquia.

No Brasil, impactou na subjetividade de um país que vivia em plena ditadura militar. O célebre cantor Chico Buarque dedicou alguma de suas músicas ao processo que foram rapidamente censuradas. No meio de uma crise sanitária e econômica, sob um governo de extrema direita que exalta torturadores da ditadura militar, deixamos a seguinte mensagem:

“Ai, esta terra ainda vai cumprir seu ideal/Ainda vai tornar-se um imenso Portugal”

 
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