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DIREITO AO ABORTO
Em meio à pandemia lutamos por aborto legal, seguro e gratuito
Maíra Machado
Professora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT
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Enquanto a pandemia da Covid 19 cresce sem controle num Brasil sem testes, as mulheres são as que pagam as contas mais altas em meio à crise. O aumento da violência contra a mulher, legitimada por governantes conservadores e misóginos como Bolsonaro alentam um discurso de retirada de direitos elementares que vai muito além da ameaça constante de demissão dos setores mais precários.

Ontem a #abortonao chegou em primeiro lugar nas notícias mais comentadas do twitter, a consigna foi levantada por robôs e depois apropriada por políticos conservadores e ditos “pró vida” como Carla Zambelli e seguidores bolsonaristas. Essa pauta foi colocada em discussão porque mais uma vez o STF colocará em votação o direito ao aborto nos casos em que ele é permitido hoje, quando uma mulher é estuprada, em casos de risco de morte para a mãe e quando o feto é anencéfalo.

A votação que será por meio virtual deve acontecer dia 24 de aril e está ligada à aprovação do aborto em casos de fetos com microcefalia, vitimas da epidemia de Zika vírus. Os setores conservadores, que impediram a votação há quase dois anos querem agora impor mais uma vez que não seja votada a pauta e aproveitar para se colocarem contra o aborto nos casos hoje permitidos.

Esse mesmo setor que se move para lutar contra um direito elementar das mulheres poderem decidir sobre seus próprios corpos é composto por gente que saiu às ruas carregando um caixão e fazendo chacota com os milhares de mortos pelo Coronavirus. Esses que se dizem em defesa da vida são os mesmos que dizem não se importar com a morte de milhares (ou até milhões de trabalhadores) desde que a economia não pare de girar e os lucros sejam garantidos.

No Brasil são feitos cerca de 1 milhão de abortos por ano, eles levam 250 mil mulheres todos os anos para a hospitalização, são cerca de 15 mil complicações e 5 mil internações de muita gravidade. O aborto clandestino é a 4 causa de morte materna em nosso país. Quando setores falam em defesa da vida, é muito claro que não estão em defesa da vida das mulheres, assim como frente à pandemia rifam as vidas pobres e negras de nosso país.

Só durante o ano passado, primeira fase do governo Bolsonaro, 19 projetos de lei foram protocolados na Câmara e no Senado com o objetivo de restringir mais ou dificultar o acesso ao aborto, mesmo nos casos previstos em lei. E já ouvimos Damares Alves dizendo que “sexo sem consentimento” não é estupro, para poder impor às mulheres que tenham os filhos de seus agressores.

Com a epidemia em curso, o direito ao aborto se revaloriza e deve ser parte de uma exigência central, contando os riscos de vida pras mulheres (que aumentam durante a gravidez e se aprofundam no puepério) e aumento da violência contra as mulheres, que presas em casa e sem emprego estão sujeitas a toda sorte.

Para além das tentativas de proibir o aborto em casos legais, já vimos o fechamento de hospitais especializados em atender mulheres que precisam realizar aborto, como foi o caso do Pérola Byington em São Paulo. Em todo o mundo os setores conservadores querem se aproveitar desse momento para atacar nossos direitos democráticos, fazendo demagogia com as nossas vidas ao tempo em que aprovam ataques duríssimos contra a maioria. No Brasil, é preciso lembrar que milhares de pessoas ainda não receberam o auxílio da crise aprovado há duas semanas e o governo avança para mais cortes. As mulheres que tem que dar conta do cuidado de seus filhos, não tem o básico para garantir alimentação saudável e proteção para que sua família não fique doente.

A pandemia se tornou uma desculpa para impedir que as mulheres possam abortar e não podemos aceitar esse ataque. Lutamos pelo direito ao aborto legal, seguro e gratuito, assim como proteção à todas as mulheres que estão em situações de vulnerabilidade.

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