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REITORIA DA USP ABANDONA MÃES À PRÓPRIA SORTE
Mães que moram na moradia estudantil da USP estão sem comida para alimentar seus filhos
Mariana Duarte
Estudante | Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo

A Reitoria da USP, apesar de ter escrito um comunicado elogiando a situação da universidade, abandonou os moradores da moradia estudantil na situação da pandemia, inclusive mães que não estão recebendo comida o suficiente para alimentar seus filhos.

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A situação da moradia estudantil da USP está cada dia mais absurda. A Reitoria deixou aqueles que moram na Universidade e estão neste momento de isolamento totalmente abandonados sem nenhum auxílio financeiro. A distribuição de comida tem sido realizada através de marmitas que não cobrem o conjunto dos moradores, além de não ser oferecida uma quantia maior para as mães que moram com seus filhos.

As cozinhas estão em sua maioria sem funcionamento por falta de manutenção, com apenas duas cozinhas funcionando para centenas de moradores, a maioria dos fogões estão sem boca e sem gás, levando a que os moradores tenham que brigar entre si para ver quem produzirá sua refeição primeiro.

Essa situação afeta ainda mais as mulheres que são mães, que vivem com crianças pequenas e têm muito mais dificuldade de sair de casa para acessar o ponto de distribuição de marmitas, que fica a mais de 1km de distância da moradia, para além de sair da universidade para comprar medicamentos, produtos de higiene e coisas básicas de vida. Para além de toda esta situação, estão sendo obrigadas a participarem de aulas à distância, que a reitoria defende e reivindica, e para isso tem que se locomover até os pontos da universidade onde há rede de internet, já que não está disponível wi-fi nos apartamentos, tendo que deixar suas crianças sozinhas em casa nestes momentos.

Fora toda a situação humilhante a que estão submetidas, as mães do CRUSP (Conjunto Residencial da USP) têm de viver todos os dias com a preocupação de que seus filhos não sejam contaminados pelo vírus, sem receber nenhum suporte de equipamentos de proteção na moradia estudantil, que não oferece sequer álcool em gel para todos os moradores. Sem a garantia dos testes, vivem todos os dias com a aflição de não contaminarem suas crianças, muitas que possuem problemas respiratórios, por não saberem se estão com a doença e não tem o auxílio de transporte que possa as levar com seus filhos para o Hospital Universitário, que também está numa situação absurda de precarização, com poucos funcionários e trabalhadores que são grupo de risco sendo obrigados a seguirem trabalhando.

Esta situação humilhante se estende para as trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da universidade que tem de seguir trabalhando, mesmo os que são grupos de risco, política da reitoria e da empresa terceirizada que levou à morte de um trabalhador do MAC no dia de ontem, que possuía 71 anos e não foi liberado do trabalho.

É urgente que a Reitoria garanta condições mínimas de vida para aqueles que seguem na USP, para os estudantes e mães do CRUSP, disponibilizando uma alimentação digna, a reforma imediata das cozinhas e a disponibilização de wi-fi em todos os apartamentos, para além de suporte psicológico aos estudantes em isolamento e o transporte necessário para que as mães possam acessar o Hospital a qualquer momento. É urgente a liberação de todos os trabalhadores terceirizados para que mais nenhuma vida seja perdida e a contratação de mais funcionários para o Hospital Universitário e a liberação daqueles que são grupos de risco, para além da disponibilização de testes e equipamentos de proteção individual para todos os funcionários do Hospital.

 
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