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AUXÍLIO EMERGENCIAL
Auxílio emergencial de Bolsonaro e Mandetta exclui 21 milhões, largados à própria sorte
Rafael Barros

Mais de 20 milhões de trabalhadores não terão direito ao auxílio. Só terão direito aqueles que estavam sem emprego de carteira assinada até dia 20 de março, e que tinham renda pessoal de até R$ 522,50 ou renda familiar de, no máximo, três salários mínimos (R$ 3.135).

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Ontem (7) iniciou o processo via aplicativo para quem buscará receber o auxílio emergencial de R$ 600 reais do governo durante a crise do COVID-19. Não bastasse já ser um auxílio de valor extremamente baixo, que garante as condições de sustentar uma família, milhões de trabalhadores pobres, que tinham emprego formal, ou que estavam com faturamento pouco mais alto que os limites impostos pelo governo até semanas antes da quarentena reduzir brutalmente suas rendas, devem ficar de fora, e sem alternativa para se manter.

É esse o caso de diversos motoristas de Uber, por exemplo. Para receber o auxílio, o governo definiu que os interessados precisavam estar, até o dia 20 de março, sem emprego com carteira assinada, com renda pessoal de até R$ 522,50 ou renda familiar de, no máximo, três salários mínimos (R$ 3.135). Um motorista de Uber que fatura, por exemplo, R$ 3 mil por mês, e viu dias após a deliberação da quarentena, a quantidade de corridas diminuir quase 100%, não terá direito ao auxílio.

Segundo especialistas, mais de 20 milhões de trabalhadores ficarão de fora do auxílio. Seja casos como estes, de motoristas de aplicativo, ou então trabalhadores que até o dia 20 de março estavam em empregos com carteira assinada, e ainda junto faziam bicos, e outros trabalhos autônomos ou informais para complementar renda, e que agora, com a redução de demandas, perderão seus complementos em meio a crise.

Tatiana Roque, professora da UFRJ e vice-presidente da Rede Brasileira de Renda Básica, afirma que, ao impedir o acesso de quem tinha emprego formal, o governo excluiu 15 milhões de pessoas. São os que têm emprego formal, mas estão no Cadastro Único do Ministério da Cidadania, que reúne 78 milhões de cidadãos de baixa renda no país: “Uma pessoa pode receber até três salários mínimos com emprego formal, mas vive em uma família numerosa e fazia bico para complementar a renda. Agora não poderá mais tentar uma renda extra e ficará mais vulnerável, sem auxílio.”

Com medidas mínimas, e completamente insuficientes para garantir a vida dos trabalhadores, e montanhas de dinheiro para os bancos e empresas se salvarem, o governo conduz milhões de trabalhadoras, trabalhadores e a população pobre a ficarem à própria sorte em meio a esta crise, sem saber se conseguirão comprar comida durante todas as quarentenas, sem a certeza que de que, caso contraíram o coronavírus poderam ser testadas, já que a realidade de grande parte dos hospitais brasileiros hoje é de falta de testes, e pessoas contaminadas retornam às suas casas sem o direito de saber se contrariam mesmo a doença ou não.

A insuficiência completa do auxílio emergencial do governo, tanto no seu valor, quanto na abrangência de pessoas que terão o direito, é uma mostra de como esse governo está desesperado para salvar a economia, as empresas, os bancos e os capitalistas, e nenhum pouco desesperado para salvar vidas.

O necessário era que o governo garantisse a todo o trabalhador que foi obrigado a parar de trabalhar pela quarentena, e teve sua renda corroída por ser autônomo, ou informal, ou então por que teve cortes de salário ou suspensão de seu contrato - frutos da MP da Morte do próprio Bolsonaro - um salário emergencial de R$ 2.000, o mínimo baseado na média salarial brasileira para garantir as condições básicas de uma família.

 
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