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PORTO ALEGRE
Transporte privado em colapso, por uma gestão 100% pública, com controle dos trabalhadores
Redação Rio Grande do Sul

A Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) anuncia que o sistema de Transporte Público de Porto Alegre entrará em colapso em poucos dias, e Marchezan toma medida para salvar o lucro dos barões do transportes e desprezando a vida e a saúde dos trabalhadores.

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Marchezan anuncia que precisa de medidas emergenciais do governo federal para manter a circulação do transporte público em Porto Alegre. O prefeito alega que sem esse socorro, não será possível evitar não somente o caos na saúde, mas também na área social e econômica da cidade. Porém, o mesmo ignora que esse caos já está instaurado na vida dos trabalhadores de diversos setores que não paralisaram frente à pandemia. Assim como os profissionais da saúde, a categoria dos rodoviários é extremamente essencial frente a essa crise do coronavírus, pois é ela que transporta todos esses setores que são linha de frente nessa situação, em meio a isso seguem trabalhando diariamente em contato com a população sem materiais adequados de proteção e na mira do desemprego e descaso das patronais e sindicatos sendo dispensados sem direito a remuneração e tickets.

A Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) anuncia que o sistema de Transporte Público de Porto Alegre entrará em colapso em poucos dias, alega uma falta de recurso financeiro ocasionado pela queda de passageiros que deixará uma deficit de 26 milhões de reais. É importante lembrar que à anos esse sistema já vem em colapso e descarregando nas costas dos trabalhadores rodoviários duros ataques.

Essa categoria enfrenta um alto nível de precarização e inúmeras ameaças de demissões - como a tentativa absurda de Marchezan de aprovar um projeto que elimina a obrigatoriedade de cobradores causando demissões em massa - que se agravam com os diversos cortes de gastos que vêm ocorrendo com a justificativa de ociosidade de mão-de-obra, como forma dos empresários não se responsabilizar pela vida desses trabalhadores que necessitam dos seus salários para não morrer de fome. A abertura do livro de contas das empresas é urgente. Durante anos os donos das empresas de trabaporte da capital vêm lucrando com uma passagem cara, impondo um serviço precário, demitindo e cortando linhas. Agora, em um momento de emergência internacional, as empresas alegam que o sistema colapsará pois temem que não sustente como antes sua ganância pelo lucros.

Veja também: Rodoviários derrotam Marchezan e sua proposta absurda de extinção dos cobradores

A situação do transporte público se agrava com a chegada da crise sanitária em Porto Alegre, causada pela pandemia do novo coronavírus que levou à políticas de isolamento social e quarentena como indispensáveis, porém sem a disponibilização de testes para a população, torna o isolamento uma medida insuficiente. E também essas medidas não servem para grande parcela da população que não tem a escolha de cumpri-las, como os trabalhadores rodoviários, que já sentem em suas costas o peso que é colocado sobre eles com nenhuma medida de proteção, trabalham sem acesso ao mínimo, como: testes massivos em seus locais de trabalho, máscaras, luvas, álcool gel e higienização adequada dos ônibus. Enquanto a patronal e os governadores seguem suas luxuosas e tranquilas quarentenas, diversos trabalhadores seguem indo trabalhar mesmo apresentando sintomas, pois o medo da fome é maior que o de exposição ao vírus.

Veja também: Fome ou exposição ao coronavírus: rodoviários dispensados sem salário e ticket em casa

Na madrugada de hoje (6), um protesto ocorreu na garagem da Nortran, do consórcio MOB, onde os trabalhadores denunciavam o pagamento de apenas 80% do seu salário de março, ou seja, pagamento que se refere a um período anterior à chegada da epidemia, o que nos prova que os ataques aos rodoviários não são recentes e que apenas se agravam com a crise. Denúncias que chegam ao Esquerda Diário relatam que trabalhadores irão ter carga horária reduzida a apenas 6 dias trabalhados por mês, permitindo às empresas a pagar somente 30% do seu salário, deixando o restante sujeito a pagamento através do Governo Federal retirando do seguro-desemprego, tal medida tem total acordo e silenciamento das organizações sindicais que deveriam organizar os trabalhadores para garantir que os salários sejam pagos e realizar um fundo para garantir renda para essas centenas de funcionários que foram liberados sem remuneração ou perderam o direito aos seus tickets alimentação.

Frente a isso é preciso os trabalhadores organizarem em cada empresa comissões de saúde e segurança para fiscalizar as condições de prevenção ao coronavírus e exigir das empresas e do sindicato as demandas dos trabalhadores. São os rodoviários também que devem controlar e organizar as escalas de trabalho e o transporte na cidade de modo a garantir que sirva ao combate da pandemia. É necessário a estatização das empresas de transporte privado sob o comando dos trabalhadores e usuários, pois somente a classe trabalhadora pode dar uma saída concreta a esta crise que não seja pela via de pagar com as nossas vidas. Que seja implantado imediatamente medidas de testagem em massa constantemente em todos os funcionários que são expostos e potencialmente transmissores do vírus, para que todos os trabalhadores que foram contaminados fiquem em suas casas em um isolamento efetivo e remunerado. Enquanto os que podem continuar trabalhando, tenham acesso a todos os materiais de proteção necessários para evitar a possível contaminação e disseminação do vírus, chega de pagar com as nossas vidas, testes massivos já!

 
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