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CORTES NA CAPES EM PLENA PANDEMIA
Bolsonaro contraria esforço nacional de pesquisadores contra coronavírus e corta bolsas da Capes
Redação

Abraham Weintraub, o sumido ministro da Educação de Jair Bolsonaro, trabalhou à favor da pandemia, que mata hoje pelo mundo milhares de pessoas por dia ao realizar cortes na Capes no dia, com seus cortes de bolsas realizados no dia 9 de março, que prejudicaram diversas pesquisas relacionadas ao coronavírus pelo país. O mesmo vale para seus ataques anteriores contra as bolsas e as universidades públicas com o projeto privatista "Future-se", universidades estas que tomam uma série de iniciativas e pesquisas para auxilar o combate do coronavírus, mesmo tendo na liderança da Capes um obscurantista que defende o criacionismo.

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Enquanto o ministro da Saúde orienta o uso de máscaras de pano feitas pela própria população e recomendações como chá e caldo de galinha, a pesquisa e a ciência continuam sendo alvo de ataques do governo federal mesmo diante de uma pandemia que mundialmente se mostra mortal.

Diversas bolsas da Capes sofrem com cortes que diretamente impedem a continuidade e destroem projetos de pesquisadores sobre diversos aspectos da Covid-19,o último desses ataques ocorreu no dia 9 de março e seus efeitos são sentidos agora, em pleno salto do número de casos confirmados e mortes.

De acordo com apuração veiculada em reportagem pelo Estadão, no mínimo três programas de pós-graduação relacionados à pesquisas sobre o coronavírus foram afetados, na reportagem são citados pesquisas da UFMG, USP, UnB e PUC-RS.

O Programa de Microbiologia da USP, cujo coordenador afirma a debilidade do programa emergencial da Capes frente à pandemia, que não repõe nem todas as bolsas cortadas nos meses anteriores:

“Mas isso não repõe as oito que perdemos. Resolveram criar isso agora e é ótimo. Que bom! Mas não precisavam tirar o que já tínhamos, porque a demanda é muito grande.” Disse Beny Spira, coordenador do programa.

Leia mais: A ciência brasileira sob ataque bolsonarista

Das 8 bolsas cortadas, voltaram 6. Essa reposição, além de não retomar todas as bolsas, faz descaso com a urgente necessidade de ampliação das pesquisas voltadas para a compreensão científica do novo vírus, pelo contrário, há mais bolsas do programa na mira de ataques do ministério da Educação.

“Uma das bolsas, que estava vaga, já para ir para outro aluno, foi cortada, e outras sete que estão ocupadas no momento vão continuar somente até eles concluírem o curso. Depois serão cortadas também”, coloca o coordenador. A Capes informou que ocorreu um “equivoco” no corte de bolsas e que devolverá cerca de 6 mil bolsas que mal cobrem os ataques anteriores feitos na Capes e no conjunto da pesquisa nacional.

O tão sumido e omisso Abraham Weintraub (ministro da educação) e seu programa emergencial da Capes continua a obedecer a seus dogmas privatistas e neoliberais que odeiam a produção científica de qualidade vinda, principalmente, das universidades públicas. Essas duas bolsas a menos no grupo de pesquisa da USP, é um exemplo do que vem ocorrendo nacionalmente.

O Programa de Bioinformática da UFMG também é alvo do corte de bolsas. A biomédica Hegger Machado Fritsch, que pesquisava anteriormente a dengue mas decidiu concentrar esforços na Covid-19, não têm certeza do destino de sua bolsa. Seu objetivo é pesquisar quais motivos que levam o desenvolvimento de quadros severos da doença e outros não. Uma preocupação com respaldo em diversos exemplos de pessoas saudáveis que não integram o grupo de risco e acabam por passar por situações delicadas ou diretamente o óbito, como ocorreu com seu professor de 44 anos e sem complicações anteriores.

“Ele é saudável, não estaria no grupo de risco, não era esperado. Queremos entender por que isso ocorre.”

Pesquisa que vai na contramão da postura de Jair Bolsonaro, que exala ignorância em sua defesa de quarentenas verticais e negação de testes massivos, afirmando que estaria protegido pelo seu “histórico de atleta” ou por considerar o vírus só uma “gripezinha”, entre outros absurdos obscurantistas e anticientíficos.

A ameaça de ter de voltar para casa graças aos cortes na pesquisa é compartilhada também por Íkaro Alves de Andrande, aprovado no doutorado em Biologia Microbiana da UnB, que já trabalhava com o sequenciamento do genoma do vírus extraído de pacientes do DF e viu sua bolsa cortada.

O tão sumido e omisso Abraham Weintraub (ministro da Educação) se faz lembrar pelos seus ataques já antigos contra a pesquisa e a ciência, mas também pelos novos cortes na Capes feitos neste dia 8 de março que afetam pesquisas cruciais em universidades de todo país. O ministro da educação chegou a questionar a seriedade da pandemia em seu Twitter, fazendo uma comparação irracional e estúpida com os impactos da gripe suína.

Este mesmo governo federal, na figura de Jair Bolsonaro, chama a população que enfrenta as consequências da MP da morte que corta salários e direitos a realizar um jejum religioso por um dia inteiro, enquanto a população enfrenta a falta de testes massivos e equipamentos de proteção, sendo orientada a apelar para barbaridades como panos caseiros usados como máscaras, no mesmo século das impressoras 3D e da nanotecnologia, e de um enorme etc. de saltos científicos, que são incapazes de se direcionarem para o combate da pandemia por serem subordinados a uma economia cujo objetivo é a obtenção de lucros sempre maiores através da competição anárquica do mercado.

As universidades vêm dando belos exemplos de sua predisposição para colocar cérebros na linha de frente de inovações e pesquisas para auxiliar o combate da pandemia. Mas a mesma lógica que impera esses cortes da Capes, também se reproduz por toda a pesquisa e economia nacional que não vão voltar todas suas forças para produzir milhões de testes, respiradores ou máscaras, embora vários grupos de pesquisa vêm mostrando sua disposição de contribuir para esse objetivo, afinal quem domina e controla a ciência e produção no país são sujeitos preocupados em como fazer dessa crise uma oportunidade de negócios e lucro para empresas privadas.

É necessário reverter esta lógica irracional de subordinar toda pesquisa e produção sob os preceitos do mercado capitalista, que coloca seus lucros acima da vida das pessoas, para uma pesquisa e produção voltada para proteger a vida da população, que use desses lucros dos grandes capitalistas (com grandes impostos sobre as fortunas) e do orçamento público voltado à banqueiros (com o não pagamento da dívida pública) como verba para o combate do coronavírus.

Com isso, a testagem massiva e outras medidas podem ser implementadas; milhões de testes devem ser garantidos, com as universidades e pesquisas voltando seu aparato científico e tecnológico para encontrar maneiras de produzir testes de qualidade, em massa e financiados pelo Estado, este deve centralizar e nacionalizar todos o institutos e empresas capazes de produzir os testes para que ocorra a produção industrial em massa destes testes, comprando do exterior caso não tenha capacidade produtiva.

Com estes testes e agora não mais cegos frente ao alcance da pandemia, com toda população podendo ter acesso dos locais com maiores índices de caso, é preciso garantir a produção em massa de respiradores para os milhares leitos de UTI que faltam, para fabricar estas máquinas, o mesmo é preciso fazer que em relação aos testes: nacionalização das empresas capazes de produzir estes equipamentos fundamentais, voltando sua produção para a fabricação rápida e urgente de respiradores. É necessária ainda a construção imediata de hospitais com a contratação de trabalhadores da saúde, garantindo condições de trabalho e proteção.

 
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