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IMPERIALISMO
Trump redobra agressão: anuncia operação militar na costa do Caribe próximo à Venezuela
Redação

A ousadia imperialista sobre a Venezuela continua. Com a forte pressão para cortar as possibilidades de comercializar o petróleo forçando a saída de Rosneft para cumprir suas sanções, depois de colocar preço à cabeça de Maduro com alusões ao narcotráfico, nesta quarta-feira, Donald Trump anunciou que “duplicaria” o número de barcos militares e soldados na costa marinha do Caribe em alguns exercícios militares próximos também à costa venezuelana.

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Trump fez o anúncio acompanhado pelo Secretário de Defesa, Mark Esper, e o Presidente do Estado Maior Conjunto, Mark Milley. “Estamos implementando destrutivos navais, barcos de combate, helicópteros, aviões da força área para trabalhos de vigilância e patrulhas da Guarda Costeira, duplicando nossas capacidades na região”, afirmou Trump, que compareceu rodeado por militares de seu Governo.

De acordo com algumas agências como AP, também se exigiria o envio de barcos da Armada mais perto da Venezuela, em base a funcionários estadounidenses que falaram sob condição de anonimato de acordo com tal agência de imprensa. “Mas não estava claro quão próximo chegaria das costas venezuelanas”, falaram as fontes.

É preciso lembrar que em janeiro, outro navio da Armada, o USS Detroit, realizou uma operação de navegação na frente da costa da Venezuela em uma mostra de pressão contra Maduro. “Essa presença envia uma grande declaração... envia uma grande declaração a nossos amigos, lhes tranquiliza e também para nossos adversários é uma mensagem”, disse o almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul do exército dos EUA no mês passado em uma comparência no Congresso.

Foram os representantes estadounidenses e o próprio Trump que fizeram uma alusão à Venezuela depois do anúncio da nova implementação militar. O secretário de Defesa Mark Esper, depois do anúncio de Trump, declarou que “Os atores corruptos, como o regime ilegítimo de Maduro na Venezuela, dependem dos lucros derivados da venda de narcóticos para manter seu poder opressivo”. Justamente reforçam as “operações antinarcóticos” no Caribe depois da acusação de tráfico de drogas contra Maduro.

Aparecem com isso quando não passou nem uma semana que o governo dos EUA, no marco de uma das maiores prepotências, ao melhor estilo Velho Oeste, chegou a colocar preços às cabeças dos dirigentes do alto escalão do Governo, incluindo ao próprio Maduro, por suposta conspiração “narcoterrorista que converteu o Estado venezuelano em uma plataforma para cartéis violentos de drogas”.

Não faltaram as truculentas afirmações da direita estadounidense na fala do porta-voz republicano, o senador da Flórida, Marco Rubio: “Se os EUA acabassem de me acusar de tráfico de drogas, com uma recompensa de $15 milhões por minha captura, fazer com que a Marinha dos EUA realizasse operações antidroga em minha costa seria algo que me preocuparia”.

Assim como também faz poucos dias que por conta das sanções de Trump, a petroleira Rosneft decidiu terminar suas operações na Venezuela e transferir seus ativos ao governo russo, o que expressa o aumento do cerco para estrangular ainda mais a já colapsada economia do país venezuelano. Ainda que a saída da Rosneft e a passada dos ativos ao governo russo seja parte de sua política para salvar seus negócios, isso é produto da pressão imperialista para assediar o país e causar o maior dano possível. Como vemos, com a catástrofe já imperante, como se não fosse pouco, o imperialismo yankee aumenta em suas ações para que o objetivo das sanções termine de ser imposto.

Justo nesta terça-feira, o Governo de Trump falou de levantar as sanções à Venezuela em troca da saída de Maduro e a conformação de um “Conselho de Estado”. É claro que o governo dos Estados Unidos está aproveitando a crescente situação pela pandemia do coronavírus, que ameaça com colapsar o sistema de saúde e a economia, para continuar com suas tentativas golpistas e não é nenhum espírito de “democracia” que o move. Com a Venezuela com os mais baixos preços mundiais do petróleo e uma produção no chão, a catástrofe já imperante, os Estados Unidos “oferecem” uma “rota de saída sequenciada” das sanções. Levantar sanções em troca do governo tem outro nome que é chantagem e extorsão imperial.

Alguns meios de comunicação avaliam que a implementação é uma das maiores operações militares dos Estados Unidos na região desde a invasão do Panamá em 1989 para destituir ao general Manuel Noriega do poder e levá-lo aos Estados Unidos para enfrentar processos por drogas. A alusão a Noriega é constante na propaganda dos Estados Unidos, justo porque uma medida de colocar preço à cabeça de um presidente na América Latina teve como primeiro caso o Noriega.
Trump afirmava que “a medidas que os governos e as nações se centram no coronavírus, existe uma crescente ameaça de que os cartéis, criminosos, terroristas e outros atores malignos tentem explodir a situação para seu próprio benefício”. Mas se trata do próprio EUA que decidiu “explodir a situação” da pandemia do coronavírus para redobrar sua ofensiva contra a Venezuela, justamente pela catastrófica situação econômica e um país com uma muito provável explosão da pandemia em breve.

A missão militar “melhorada”, de acordo com as mídias, leva meses sendo preparada, mas adquiriu uma maior relevância depois da acusação realizada a Maduro e a outros do alto escalão do governo e do chavismo na semana passada. O governo de Trump insistiu durante muito tempo que todas as opções estão sobre a mesa para derrotar Maduro, incluindo as militares. Ainda que agora, ainda mais por conta da crise interna que os EUA estão atravessando por causa da pandemia, é pouco provável que estejam planejando algum tipo de invasão yankee.

Ainda que, de acordo com alguns analistas, poderia ser uma tentativa de enviar uma mensagem de “proteção” ao títere de Washington em Caracas, Juan Guaidó. O Fiscal Geral do País, imposto pela fraudulenta “Constituinte” depois de destituir a Fiscal em exercício, Tarek William Saab, ordenou nestes dias a Guaidó que brinde testemunho nesta quinta-feira como parte de uma investigação sobre o suposto envolvimento no envio de armas à Venezuela que foi apontado pelo Major Geral, Clíver Alcalá, para derrubar Maduro Guaidó declarou que não estaria presente como de fato não esteve.

Legalmente, teria oportunidade de duas citações mais, depois das quais, ao não se apresentar, automaticamente deveria seguir uma ordem de captura. Assim as coisas, até o momento o Governo de Maduro não tomou nenhuma ação contra o referente da oposição, ainda que sim com seus colaboradores próximos, cinco dos quais foram presos nos últimos dias. Também, anteriormente foram tomadas medidas assim por questões menores contra outro representantes da direita venezuelana.

Como viemos insistindo desde essas páginas, se antes desta emergência pela pandemia do coronavírus eram repudiáveis essas ações imperialistas, hoje são ainda mais, pois em meio ao atual aumento da crise humanitária de magnitude que está se generalizando, se voltam duplamente criminosos, e se faz mais urgente lutar pelo fim disto. Os povos e trabalhadores do mundo devem fazer seu grito de protesto contra todas estas ameaças e sanções do imperialismo ser ouvido. Devemos exigir com mais força que nunca o encerramento dessas medidas, abaixo às sanções imperialistas e repudiar essa oposição de direita que aplaude a agressão imperialista.

 
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