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#NOTTIP ALEMANHA
Berlim: 250.000 pessoas marcham contra o tratado comercial TTIP
Wladek Flakin
Sören Luxbach

A capital alemã nunca viu uma manifestação tão grande nos últimos dez anos. No sábado, 250.000 pessoas protestaram contra o TTIP (Tratado Transatlântico de Comércio e Investimentos) e o CETA (Acordo Econômico e Comercial Global com o Canadá).

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Havia tantos manifestantes que a estação central de Berlim teve que fechar por algum tempo. Dezenas de milhares de pessoas se juntaram na praça Washington. Quando já havia começado o ato de fechamento na Coluna da Vitória, há vários quilômetros do ponto de partida, milhares de manifestantes ainda não haviam se incorporado à manifestação. No total, desfilaram até 250.000 de pessoas nas ruas, chegando a 600 ônibus e 5 trens.

#NoTTIP foi o lema do protesto contra o previsto tratado de livre comércio entre os EUA e a União Europeia. A negociações, que são levadas adiante em segredo há mais de dois anos, apontam para liberar os mercados, "igualando" (quer dizer, eliminando) as normas sociais, ambientais e de trabalho. O tratado garantiria a proteção aos "investidores", permitindo que as multinacionais processem diretamente com os Estados em tribunais privados em caso de perda de lucro devido a regulamentos.

Três milhões de pessoas assinaram uma petição contra o TTIP, para que esses "tribunais no escuro" dominados por multinacionais pudessem ser substituídos por tribunais públicos de comércio. Porém, essa opção já não existe na parte canadense-europeia desse tratado, o CETA, que supõe um perigo muito mais iminente, posto que as negociações já concluíram. 82% das multinacionais estadunidenses tem sua sede no Canadá, no qual se veriam beneficiados também pelo CETA - e o resto não demorará muito em fazê-lo. A ratificação do acordo é esperada para breve.

170 organizações - sindicatos, organizações ambientais e de consumidores, assim como partidos políticos, como os Verdes ou o partido Die Linke ("A Esquerda") - chamaram para a manifestação. As organizações sindicais e políticas reformistas da Alemanha organizaram profissionalmente o evento para - nas palavras do primeiro orador, o socialdemocrata de esquerda, Michael Müller - "defender a democracia" e "garantir o comércio justo".

Porém, em sua maioria atuam como se a Alemanha não fosse um importante país imperialista que se enriquece com exportações de armas, operações militares e saques financeiros de outros países. Uma forma extrema dessa posição expressa um setor de direita, nacionalista e com uma "teoria da conspiração" que sustenta: "Merkel nos vende aos EUA". Embora, sendo justos, os organizadores asseguraram que puderam falar muitos ativistas estadunidenses para mostrar uma perspectiva internacional de resistência de ambos os lados do Atlântico.

Na realidade, as multinacionais alemãs se beneficiam tanto como seus competidores norteamericanos nas regras do "livre comércio" que, por exemplo, minava a proteção do meio ambiente - como confirmou recentemente o escândalo da Volkswagen. Os representantes da capital alemã defendem energicamente o TTIP.

"Não haverá um rebaixamento das regras obtidas", prometeu Sigmar Gabriel (SPD), ministro de economia de Merkel, em anúncios de página inteira dos grandes diários. O governo não poupou gastos, e as associações patronais BDA e BDI o imitaram imediatamente. "Alemanha vive de mercados abertos", disse Matthias Wissmann, chefe da Associação da Indústria do Automóvel. Os patrões alemães não veem nenhum perigo para sua soberania com o TTIP, pelo contrário. A manifestação atraiu um número enorme de pessoas de todas as idades.

Também foi a maior concentração de sindicalistas nos últimos anos. Porém, os objetivos de "democracia" e "justiça" não se podem alcançar um retorno à "soberania nacional".

Só a solidariedade internacional dos trabalhadores pode ser uma base para o "comércio justo", é que a produção seja em base às necessidades de cada um, e não os lucros dos capitalistas. Essa é a perspectiva que os revolucionários defendem na manifestação.

 
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