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Crise de Refugiados
Refugiados sírios: “Os policiais gregos nos roubaram tudo, nos bateram e nos devolveram pra Turquia”
IzquierdaDiario.es - Estado Espanhol

Dezenas de milhares de refugiados estão presos na fronteira grega e turca, reprimidos pela polícia grega e rechaçados pela xenofobia da Europa fortaleza.

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"Não nos deixam voltar. Vem com ônibus privados e nos levam de um espaço para outro. E de lá para outro. E logo os trazes de volta. Brincam conosco, nada mais”, afirma Nasser Abu Sami, um refugiado sírio que está há dois dias com sua família em Edirne.

"Controlam os carros que vão de Edirne a Istambul e se estiverem com refugiados são multados”, assegura Mohamed. Para ele, estão usando os refugiados em “um jogo político” entre a Turquia e a União Europeia.

Quase cem km mais para o sul, o povo de Yenikarpuzlu explode de centenas de refugiados e imigrantes, muitos deles afegãos, outros sírios e iraquianos.
Uma jovem iraquiana que acaba de chegar ao povo junto a sua família sinaliza que tentou passar para a Grécia pelos pântanos, mas que “é impossível porque os soldados gregos não deixam”.

Um grupo de afegãos um pouco mais que adolescentes também acabam de voltar da fronteira e tiveram uma experiência pior.

“Nos roubaram tudo, nos bateram com o cacetete, nos tiraram nossos celulares, os pisotearam”, afirma um, enquanto o outro mostra seus pés cobertos apenas de meias: “Me tiraram até meus sapatos”.

“Jamais pensei que me transformaria em refugiado. Minha família tinha um restaurante em Mosul e a vida ia bem. Mas logo chegou o Estado Islâmico, a guerra, não ficou pedra sobre pedra e tivemos que fugir. Na Turquia, a vida é muito dura, trabalho 12 ou 13 horas por dia e estou sozinho. Meu pai e minha mãe seguem no Iraque, o resto da minha família está na França. Faz cinco anos que nao os vejo”, recolhe outro testemunho o jornal El País (2/03/2020).

“Passamos, as nove ou dez da noite [do sábado]. [Os traficantes] nos pediram 100 liras [por volta de 15 euros] por pessoa e cruzamos em barcas infláveis”, explica Masud Haydari, um jovem afegão. “Mas ao chegar do outro lado, os policiais gregos nos pararam. Nos roubaram tudo, o dinheiro, os telefones, as calças de reserva… Tudo. E nos devolveram à Turquia”. (El País, 2/03/2020)

Seguem chegando ônibus de Istambul e nas redes sociais são organizados inclusive comboios de cidades tão afastadas como Kayseri, na Anatolia central.

"Estou há dois anos em Istambul. Mas acredito que se possa viver melhor na Europa. Ouvi que abriram a fronteira e quero tentar a sorte”, diz um refugiado sírio que chegou com sua esposa e uma filha pequena.

No entanto, suas esperanças não duram muito. A poucas centenas de metros, entre os diques dos pântanos, voltam afegãos, sírios e africanos caminhando cabisbaixos e arrastando pesadas malas ou se envolvendo em mantas levadas por algum morador.
Nesta segunda-feira foi assassinado um refugiado pelas balas da polícia, enquanto um menino morreu afogado. Europa, Europa. Europa fortaleza manchada de sangue.

 
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