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CRISE ECONÔMICA
40% da população adulta no Brasil já vive o drama da inadimplência, segundo SPC/CNDL
Matheus Correia

Segundo pesquisa do SPC/CNDL dívidas com relação a conta básicas como água e luz e dívidas bancárias foram as que mais subiram no país no mês de setembro.

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Em setembro, o número de consumidores com dívidas atrasadas aumentou 5,45% em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o indicador do SPC/CNDL, até o fim do mês passado, havia um total de 57 milhões de pessoas com o nome registrado no cadastro de devedores, o que significa quase 40% da população adulta do País.

Entre janeiro e setembro, o número de CPFs negativados cresceu em aproximadamente 2,4 milhões. Em setembro, também cresceu a quantidade de dívidas não pagas: 6,63%, comparado com o mesmo mês de 2014. Na avaliação do SPC Brasil, os dados refletem uma perda de dinamismo da economia brasileira e a deterioração do mercado de trabalho.

Este aumento no endividamento da população ocorre por perda de dinamismo da economia brasileira e podemos entender como um aprofundamento da crise econômica, que já é principal pauta dos jornais, inclusive jornais burgueses, no Brasil. Neste momento, o que é cada vez mais claro é que a crise se instalou e não tem data para acabar, atingindo mais a classe trabalhadora e a juventude pobre.

Segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho, em um artigo já apresentado no site, a tendência é para um aumento do desemprego entre a juventude que já atinge o patamar de 15,8%, e 9,8% entre a população adulta. Somado, ao aumento dos desempregos, está inflação que, no acumulado de 12 meses, alcança os 10,40%.

Queda no consumo de produtos básicos: reflexo do arrocho salarial e inflação

O aumento do desemprego e a inflação por si só, já mostram que essa falta de “dinamismo econômico” se apresenta na verdade como arrocho salarial e queda nos níveis de vida da população. Isso pode ser demonstrado pela queda no consumo de produtos semi e não duráveis, como alimentos e vestimentas. Em 12 meses, até agosto, esta categoria de produtos acumula queda de 4,8% na produção, a maior da série histórica, iniciada em dezembro de 2003, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esses setores, já se ajustam à queda no nível de consumo, causado pelas incertezas político-econômicas e aumento do custo, com o fechamento de filiais, redução dos salários e demissões em massa.

Inadimplência é mais alta para contas de serviços básicos, luz e água

Outro fator, que ajuda a tornar mais real a quem atinge a crise, é o fato de os setores com as maiores taxas de atraso no pagamento, serem o de serviços básicos como contas de luz e água (12,55%). Em seguida, aparecem as dívidas bancárias (10,32%), que correspondem a quase metade das dívidas do país. Contudo, há de se considerar dois fatores para que esses setores sejam os mais afetados pela inadimplência. O primeiro é a série histórica no ano de 2015, do aumento da conta de luz implementada pelo governo federal desde o começo do ano, aliado a sucessivos aumentos na conta de água. A cidade de Campinas, por exemplo, virou motivo de chacota nacional no mês de agosto, após o presidente da Sanasa alegar que o aumento da conta de água se devia à redução do consumo da população frente à crise hídrica.

O segundo fator, é o aumento da taxa de juros pelo governo, sendo fixada em 14,25%. Com a taxa de juros mais alta, fica mais caro pagar as dívidas já feitas, uma vez que muitas delas são pagas por meio da contração de outras dívidas. Até mês passado, esse quadro tendia a piorar, com a proposta do governo de volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), um imposto regressivo que afetaria mais à classe trabalhadora do que a própria patronal, como queria defender o governo, já discutido em outro artigo.

Nesse sentido, o cenário não é nada animador para a população. Aumentam-se as dívidas, fruto do desemprego, da inflação e aumento do custo de vida, da redução salarial. Ao mesmo tempo que os setores conservadores e da patronal, pressionam por mais ajustes e ao mesmo tempo que o governo do PT cumpre tão bem o papel esperado pela direita, com suas burocracias sindicais aprovando o PPE (Programa de Proteção ao emprego) nas fábricas, com os empresários lado a lado, jogando a culpa da crise nos trabalhadores e na juventude pobre.

 
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