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FILÓSOFO TIPO FUKUYAMA?
Janine Ribeiro explica porque não queria história no currículo: não queria ideologia
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O ex-ministro de Educação e filósofo Renato Janine Ribeiro afirmou em sua página no Facebook que o conteúdo de História da Base Nacional Comum (BNC) deve conter "ensinamento crítico, mas sem descambar para a ideologia".

Conforme mostrou o jornal O Estado de S.Paulo em setembro, o documento prévio da base, que vai definir o currículo de toda a educação básica no País, foi publicado sem conter a disciplina por causa de falhas conceituais e textuais. Ao mesmo tempo o documento incluía ensino religioso.

"O fato é que o documento de História tem falhas. Tanto assim que retardei sua publicação e solicitei ao grupo que o elaborou que o refizesse. Mas eles mudaram pouca coisa", disse o ex-ministro na rede social.

Os textos da BNC de todas as disciplinas passam agora por consulta pública para receber críticas e sugestões de especialistas e da sociedade para que uma proposta final seja apresentada ao Conselho Nacional de Educação (CNE) ainda nos primeiros meses de 2016.

Janine reclamou que a primeira versão do texto de História "ignorava quase por completo o que não fosse Brasil e África". "Não havia, na proposta, uma história do mundo. Quando muito, no ensino médio, uma visão brasilcêntrico das relações com outros continentes", disse ele.

Um currículo com peso em Brasil e África está na contramão dos ditames eurocêntricos dominantes e está mais de acordo com o que movimentos sociais e numerosos historiadores reivindicam, sobretudo para destacar o que é omitido, a histórica da África. No entanto, o filósofo parece ir na contramão deste consenso.

O professor da USP acredita que o novo ministro que o substituiu, Aloizio Mercadante, evitará "qualquer viés ideológico". Como se fosse possível uma "história sem ideologia". Possivelmente deve imaginar e defender uma filosofia sem sujeito, bem ao sabor de séculos atrás.

A visão do ex-ministro da possibilidade de ser construído um currículo de história sem ideologia remete a famosos filósofos neoliberais como Francis Fukuyama que haviam proclamado o "fim da história" e da ideologia ou mesmo a reacionária campanha que tem se alastrado nas redes sociais para ter "escolas sem partido".

Muitas pessoas se animaram com a nomeação deste filósofo ao Ministério da Educação, porém durante sua gestão além de sequer receber os trabalhadores e professores das universidades federais em greve, foi responsável por aplicar bilionários cortes na Educação.

Agora já saído da pasta revela o profundo conservadorismo de suas posições políticas e ideológicas, bem ao sabor tucano que este Esquerda Diário denunciou logo em sua posse e gerou grande debate nas redes sociais pois muitos leitores não acreditavam que um professor da USP com alguma proximidade ao petismo pudesse ser um neoliberal.

 
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