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PROFESSORES DE SP
Após caos nas atribuições, começa o ano letivo na rede estadual de SP
Nossa Classe - Educação

Após um caótico processo de atribuições de aulas que envolveu diversos problemas por parte da Secretaria de Educação, expressando muita desorganização e total desrespeito com a vida das professoras e professores da rede estadual de ensino de São Paulo, hoje tem início a semana de planejamento pedagógico nas escolas de todo o Estado, no entanto, os milhares de professores e coordenadores pedagógicos seguem sem ter clareza do que de fato será o ano letivo na rede, com a paulatina reorganização da educação paulista promovida por Doria.

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Na semana passada nós do Movimento Nossa Classe Educação denunciamos aqui no portal de notícias Esquerda Diário o caos instalado no processo de atribuição de aulas para os professores categoria O na Rede Estadual de ensino de São Paulo, como é possível ver aqui.

Os docentes categoria O, ou seja, contratados de forma já bastante precária pelo Estado num sistema inclusive análogo à terceirização, foram expostos mais uma vez à um conturbado processo de atribuição de aulas, que mostrou muita desorganização por parte da Secretaria de Educação de Rossieli Soares e do Governo Estadual de João Doria do PSDB, além de um profundo desrespeito com as vidas das professoras e professores que relataram ao ED o quão humilhante foi todo esse processo, veja aqui.

Desde problemas com a pontuação, onde professores que atuam há anos apareciam zerados como se nunca tivessem dado aula na vida; até problemas de comunicação com as diretorias de ensino convocando atribuições para a sexta-feira e o sindicato de professores, a Apeoesp, anunciando que em diálogo com a SEDUC as atribuições estavam canceladas; para além de filas quilométricas e até atribuição madrugada à dentro - assim foram tratados os milhares de professores e professoras categoria O nos dias 23 e 24 de janeiro.

E hoje, dia 27, quando a grande maioria volta às escolas para o processo de planejamento e organização do ano de 2020, milhares de professores e professoras que foram submetidos essa toda humilhação que noticiamos ainda são submetidos a enorme falta de certezas e clareza do que será o ano letivo na rede, com a paulatina reorganização da educação paulista promovida por Doria, que busca se cacifar para a presidência do país em 2022, promovendo projetos como INOVA, NOVOTEC e as Escolas de Tempo Integral.

A reestruturação pela qual passa a rede estadual de ensino à luz da nova BNCC - Base Nacional Comum Curricular - e da Reforma do Ensino Médio de 2016, ambas medidas que condicionam os estudantes à uma formação mais tecnicista, porém precária - sem a qualidade das escolas técnicas como as do Centro Paula Souza apesar de todos os cortes na educação; e bastante associadas à um mercado de trabalho com relações trabalhistas cada vez mais deterioradas, como normatizou a Reforma Trabalhista aprovada ainda no governo golpista de Michel Temer (PMDB) e aprofundada por medidas anti-trabalhistas como as Reformas de Guedes e Bolsonaro; fora todo o caminho aberto por essas medidas para as iniciativas público-privada nas redes públicas de ensino, que já se materializam em medidas como o INOVA e o NOVOTEC.

Neste primeiro dia de planejamento o que foi possível perceber é o aumento da sobrecarga dos professores coordenadores dentro das escolas, que terão que lidar com dezenas de horas de trabalho pedagógico com os professores, sem que isso signifique a diminuição das atribuições burocráticas com que são pressionados. Além de serem colocados a frente para explicar projetos que não tiveram nenhum tipo de participação democrática da comunidade escolar em sua elaboração, e seguem sendo despejados nas costas das escolas sem acompanhamento e estrutura.

Também os professores passarão por mais horas de trabalho pedagógico em suas escolas, o que em si não estaria mal se estivesse ligado a uma política de aplicação da lei do piso nacional, que pressupõem menos horas em sala de aula para que o professor possa seguir com sua formação pedagógica e da disciplina especifica que ministra.

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Nós, do Nossa Classe Educação, defendemos durante as caóticas atribuições de aula da semana passada a efetivação dos professores categoria O, sem a necessidade de concurso público, já que há anos desempenham o mesmo papel que todos os demais professore. Mas frente a tantas incertezas e mudanças não podemos parar por aí. É preciso que nas escolas os professores tomem para a si o direito de questionar e debater os rumos da educação e de suas vidas. Se embandeirem da hegemonia social que conquistaram historicamente para debater com seus alunos esses projetos impostos pelo governo.

Também é necessária a mobilização da categoria e por isso chamamos também a Apeoesp, da qual somos parte pela oposição, enquanto o maior sindicato da educação da América Latina, à encampar de forma mais concreta iniciativas pela unidade entre professores efetivos, estáveis e categoria O, para que juntos e com a força de todo o professorado da rede estadual organizada possamos organizar a nossa luta contra toda a precarização de nossas vidas e do nosso trabalho que se expressa nas atribuições, mas também no dia a dia da sala de aula. No próximo dia 4 de fevereiro acontecerá a primeira assembleia da categoria no ano, é urgente que a Apeoesp coloque seus conselheiros e representantes para construir nas escolas a luta da categoria.

 
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