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ESPECIAL BRUMADINHO
Pelo menos 50 barragens em MG tem alto risco de rompimento
Elisa Campos
Filosofia - UFMG

Após um ano do rompimento da barragem de Brumadinho, o estado de Minas Gerais acumula 33 estruturas de contenção de rejeitos interditadas e outras 25 em alerta de segurança, segundo relatórios da Agência Nacional de Mineração (ANM) e Defesa Civil estadual.

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Minas Gerais concentra 29,2% das barragens de mineração do Brasil. Dessas, são pelo menos 50 com alto risco de rompimento: 33 estão interditadas e 25 estão em alerta de segurança. Antes do crime que a bilionária Vale cometeu em Brumadinho não havia nenhuma informação sobre as estruturas das barragens, mesmo depois de Mariana, onde a empresa também foi responsável, junto a BHP Billiton, do maior desastre ambiental da história do país.

Desde então, a fiscalização não melhorou: a Agência Nacional de Mineração (ANM), órgão responsável por fiscalizar as barragens e fornecer informações à Defesa Civil, admite operar atualmente com apenas um terço dos 40 técnicos necessários para desenvolver adequadamente o trabalho de fiscalização. Além disso, a declaração de estabilidade das barragens é feita pelas próprias mineradoras. Quando a barragem da Mina de Córrego do Feijão rompeu em Brumadinho ela estava paralisada e catalogada com baixo risco de rompimento. Apesar dos documentos de fiscalização obrigatórios estarem em dia, nas investigações a ANM comprovou sonegação de informações e fraude nos relatórios e laudos da empresa Vale, com o interesse de continuar a exploração mineral mesmo com a estrutura fragilizada e com a possibilidade consciente de produzir centenas de mortes.

Isso significa que, até então, as declarações de estabilidade de dezenas de barragens em Minas Gerais poderiam estar fraudadas. Foi o que acabou se mostrando na interdição de 54 barragens em todo o país pela (ANM) em 2019. Das 54 barragens interditadas, 33 estão em Minas Gerais e 14 são da empresa Vale. Das outras 25 barragens em alerta de segurança em Minas, 18 são da empresa Vale. Quatro delas estão no nível 3, nível máximo de risco, que significa iminente rompimento: a barragem B3/B4 da mina Mar Azul, no distrito de Nova Lima conhecido como Macacos em 2019 acionou sirenes de alerta e plano de autossalvamento, causando ansiedade e medo na população desde então. As barragens Forquilha I e Forquilha III, em Ouro Preto e a barragem Sul Superior em Barão de Cocais também estão no nível 3, e colocam a população nessa mesma situação.

A classificação de risco das barragens se dá em 3 níveis: o nível 1 significa que não há risco de rompimento; o nível 2 é acionado quando os aparelhos de monitoramento da estabilidade das barragens apresenta alguma inconsistência, e significa um alerta; o nível 3 é a classificação máxima, e como dissemos, significa um rompimento iminente da barragem.

O cenário de fiscalização das barragens é precário e conta com grande autoridade das empresas na declaração de estabilidade. Por falta de pessoal e estrutura, os órgãos fiscalizadores não conseguem comprovar os laudos técnicos fornecidos pelas empresas para conferir se as informações são reais. É revoltante que as próprias empresas cumpram esse papel, apesar das provas de fraude e do rastro de destruição ambiental e humana provocada por elas.

Veja as 25 barragens com alerta de segurança em Minas e seus respectivos níveis de
classificação abaixo:

Imagem: Reprodução/Defesa Civil

 
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