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ARGÉLIA
Os protestos argelinos tomaram a praça Grand Poste durante as eleições
Redação

Milhares de argelinos tomaram a praça Grand Poste nesta quinta feira (12), fechada pela polícia durante meses. O protesto foi contra as eleições presidenciais por considerarem uma farsa do regime militar para perpetuar-se. A jornada terminou sob baixa participação eleitoral e repressão.

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A praça esteve cercada desde a primeira hora da manhã por dois cordões consecutivos de policiais anti distúrbios, dezenas de veículos militares, e vigiada por dois helicópteros, o que não impediu que a pressão das pessoas conseguisse superá-los.

Os manifestantes haviam começado a marchar desde a primeira hora da manhã ao longo da avenida Didouche Mourad, artéria comercial da capital, onde a polícia se enfrentou com a manifestação. Não obstante, foi a população, ao grito unânime de “Silmiya, silmyia!” (Paz, paz!), com suas chamadas à contenção, a que evitou que se desatasse mais enfrentamentos. Uma situação similar ocorreu quando se furou a última barreira de segurança, o que desatou a euforia das milhares de pessoas reunidas nas ruas adjacentes à praça, símbolo dos protestos que o movimento de oposição popular, “Hirak”, repete a cada semana desde que saíra às ruas em 22 de fevereiro.

Depois de uma situação de boicote e repressão, os colégios eleitorais fecharam suas portas hoje na Argélia. As urnas fecharam às 19:00 horário local, no centro da capital com um número escasso de cédulas dentro das urnas e uma movimentação menor de votantes que nas votações anteriores.

Segundo dados oficiais do presidente da Autoridade Nacional Independente das Eleições (ANIE), Mohamed Charfi, o índice de participação havia alcançado 20,43% às 15:00 horário local e 33,06% às 17:00, duas horas antes do fechamento das urnas. Em uma coletiva de imprensa, o responsável revelou que a comparecimento mais alto se registrou em Naama (oeste), cidade natal do candidato Abdelmajid Tebboune, com 30,79% às 15:00, enquanto que a taxa mais baixa de comparecimento nas urnas se deu em Cabilia, onde o boicote parece ter chegado com mais força.

"Em certa região simplesmente estão anuladas”, assegurou Charfi em alusão a esta região onde grupos de pessoas assaltaram colégios, roubaram cédulas e se enfrentaram com a polícia. Charfi não informou qual foi até agora o índice de participação na capital, cenário de protestos nas ruas desde a primeira hora da manhã e de colégios eleitorais em sua maioria quase vazios.

Mais de 20 milhões de argelinos foram chamados às urnas para eleger o sucessor do histórico presidente Abdelaziz Bouteflika. O mandatário, gravemente doente desde 2013, renunciou após quase dois meses de protestos nas ruas e depois de que o chefe do Exército e novo homem forte do país, Gaid Salah, pediu seu afastamento.

Desde então, os protestos se repetem a cada terça feira e a cada sexta feira para exigir à queda do regime militar e denunciar o que o Hirak considera um golpe de Estado encoberto por uma parte do sistema para perpetuar-se no poder.

Está previsto que os resultados eleitorais sejam conhecidos nesta sexta feira, dia em que está sendo convocado uma nova marcha do Hirak, que sai às ruas todo fim de semana desde que em 22 de fevereiro se manifestara pela primeira vez contra a opção de que Bouteflika aspirara a um quinto mandato consecutivo.

 
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