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ASSASSINATO DO MENINO LUCAS
Quem matou Lucas?
Redação

Lucas de apenas 14 anos estava na porta de casa quando foi levado pela polícia. A mãe ouviu a voz do menino antes de ser levado, ele dizia que morava ali, mas depois disso ninguém mais teve notícias do Lucas. Um menino pobre e negro sumiu e em busca de respostas, a família e a comunidade que se localiza na Vila Luzita em Santo André procuraram a mídia e apoio popular para encontrar Lucas. Passaram-se longos 17 dias até que a polícia devolvesse o corpo do menino morto, com sinais claros de tortura. O corpo estava boiando na represa do Pedroso, parece que não era o único que tinha sido deixado ali.

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A polícia que sistematicamente reprime e mata a juventude negra da periferia, atuou nesses 17 dias para amedrontar a família e a população da Favela do Amor. Teve apoio da grande mídia sensacionalista para isso e poucos dias depois do sumiço de Lucas, quando a comoção tomava conta da cidade, um jornal popular que costuma propagandear as ações da polícia anunciou que a mãe de Lucas tinha sido presa, passaram a acusar os irmãos de Lucas de tráfico e de roubo, buscando reverter a raiva popular contra a família, como se tivesse sido ela a culpada pelo assassinato do menino.

A comunidade, familiares e todos sabemos que foi a polícia que levou Lucas, sabemos que foi assim que ele sumiu. A prisão de sua mãe mostra a brutal tentativa de calar as vozes de revolta, prenderam a principal testemunha do crime. Foi a mãe que ouviu a voz de Lucas pela última vez. A tentativa da mídia burguesa de justificar esse assassinato vem preenchida de intimidação, humilhação e deslegitimação da mãe como testemunha central, isso se dá a partir de uma acusação contra a mãe, que foi julgada em 2016 e absolvida, depois julgada novamente em 2ª instância, assim o mandato que estava colocado desde 2016 foi realizado, mesmo sendo ilegal a prisão em segunda instância.

Saiu o Laudo do exame do corpo de Lucas e sábado foi feito o enterro, a mãe não pôde ficar no enterro tendo direito a permanecer apenas 15 minutos no local e o tempo todo esteve algemada, sem que nenhum parente pudesse se aproximar dela. Depois de a polícia e o Estado racista roubarem a vida do menino Lucas, destruírem essa família, a mãe do menino não teve o direito de nem ao menos se despedir decentemente do menino. De acordo com diversas pessoas que acompanhavam o enterro, um tiro foi dado pro alto quando a mãe do menino foi encarcerada novamente, expressando a ameaça constante que seus familiares e amigos estão submetidos.

No mesmo dia em que Lucas foi enterrado, 9 jovens foram assassinados pela polícia paulista em um baile funk que acontecia em Paraisópolis. Lucas, um menino negro, periférico, pobre, um menino doce e carinhoso, como relataram professores que acompanharam o enterro. Lucas é como esses meninos de Paraisópolis, sujeitos à violência policial, vítimas da polícia mais assassina do mundo, tinha um futuro pela frente, um futuro que foi arrancado pelas mãos do estado racista. A prefeitura de Santo André, que tem à frente Paulo Serra do PSDB é responsável pelo assassinato, assim como Dória que parabenizou a repressão ao baile funk.

A POLÍCIA que mais mata no mundo!

Segundo a Anistia Internacional, a polícia brasileira é a que mais mata no mundo e em geral, são homicídios de pessoas já rendidas, que já foram feridas ou alvejadas sem qualquer aviso prévio.

Existe muito um discurso de que a polícia mata gente inocente, mas que muitos policias morrem em ações. A grande diferença é que os policiais vão para as ruas equipados para matar e sabem que correm o risco de morrer, ao contrário de jovens que estão na escola, indo comprar pão ou mesmo retirando um pirulito do bolso. Mas mesmo esse discurso é altamente questionável, pois as mortes de policias reduziram nos últimos anos e as mortes causadas por policiais só aumentam.

A ouvidoria da polícia militar em 2017 levantou dados de que o batalhão da 41° em Santo André é o que mais mata no estado de SP, mais do que o 1° batalhão da Rota (tropas especiais). A polícia atua com licença para matar e o governo federal nas mãos de Bolsonaro legitima a matança e o ódio aos negros, a polícia é racista e assassina e isso se comprova com a morte de Lucas, com os 9 Paraisópolis, no assassinato da Ágata no Rio de Janeiro, nos dados comprovados de que 65% dos mortos pela polícia são negros.

Essa política genocida do estado tem que ter um fim, pois depois os policiais são julgados entre seus pares que fazem vistas grossas ou arquivam e fecham os casos pela justificativa de “auto de resistência”, ou seja, pelo motivo de estarem se defendendo, UMA MENTIRA COMPLETA, para justificar a sede de morte das policias.

Basta de impunidade aos policiais e todos os crimes cometidos pelo estado, exigimos júri popular para julgar o caso do Lucas e soltura de sua mãe, junto à comunidade e seus familiares queremos saber: Quem matou o Lucas?

 
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