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Há 36 anos, foi identificado o HIV / AIDS: o caso do paciente de Londres apresenta a cura?
Redação

Há 36 anos, a revista Science, uma das mais importantes revistas de difusão científica do mundo, divulgou em suas páginas que o vírus HIV havia sido identificado. Compartilhamos essa discussão aberta colocada pelo Dr. Javier Altclas.

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Aproximadamente 10 anos atrás, a cura do HIV foi anunciada em uma pessoa em tratamento com medicamentos antirretrovirais submetida a um transplante de medula óssea para o combate a leucemia. O doador tinha um gene chamado CCR5. Logo após o transplante, verificou-se que o paciente havia eliminado o vírus HIV de sua corrente sanguínea. Com o tempo, o vírus não foi detectado no sangue ou em outros tecidos e foi considerado curado.

Esse paciente ficou conhecido como "Paciente de Berlim". Seu nome verdadeiro é Timothy Ray Brown, uma pessoa curada do HIV. Às, vezes, Timothy pode ser encontrado participando de congressos sobre HIV, realizados em diferentes partes do mundo, contando sua história extraordinária.

Uma década depois, no início deste ano para ser mais preciso, em Seattle, EUA, no CROI 2019, a professora Ravindra Gupta, da Universidade de Londres, apresentou o caso de outra pessoa em uma situação semelhante à de Brown, que necessitou de um transplante de medula óssea para outra doença hematológica chamada linfoma e que seu doador portava o mesmo gene CCR5. Aos 2 anos de acompanhamento sem medicação contra o vírus HIV, o mesmo não foi detectado no sangue.

Isso significa que esse paciente parece ter condições muito semelhantes às de Timothy Brown, embora seja preciso cautela, já que exige um acompanhamento a longo prazo para considerá-lo curado.

Consideremos que ambos os pacientes que receberam um transplante de medula óssea exigiram uma internação muito longa e que esse procedimento apresentou um número muito importante de complicações.

O que esses dois casos conhecidos nos ensinam até agora?

Primeiro, espero que, com base nesses casos, possamos continuar investigando os possíveis mecanismos de cura do HIV.

Embora esses dois pacientes tenham sido curados, devemos considerar que esses procedimentos são cruéis e delicados, podendo levar ao desenvolvimento de doenças e a morte e não podem ser utilizados de maneira generalizada.

Devemos continuar focando na prevenção, detecção e tratamento de pessoas ao soropositivas e ter em mente que existem medicamentos para controlar a infecção e impedir a infecção do vírus.

É preciso que fique bem claro que o conhecimento deste caso contribui muito para continuar com a investigação pela cura do HIV e isso é muito importante e esperançoso, mas no nível de saúde não pode ser generalizado, dada a complexidade do procedimento, bem como os perigos que ele implica.

Dr. Javier Altclas
Mn 61105
Diretor Médico do IPTEI

Artigo publicado originalmente em: La Izquierda Diario

Tradução: Luno Santos.

 
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