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RACISMO NO FUTEBOL
Taison, jogador de time ucrâniano, sofre ataque racista e responde: "jamais irei me calar"
Redação

O racismo no futebol tem sido recorrente. Dessa vez o alvo foram os jogadores Taison e dentinho do Shaktar na Ucrânia. Taison respondeu em suas redes sociais sobre o ocorrido e declarou não abaixar a cabeça para o racismo

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No último domingo (9), veio à tona mais um caso de racismo no futebol. Os jogadores brasileiros Taison e Dentinho, que atuam no Shakhtar Donetsk da Ucrânia, deixaram o campo chorando de indignação depois da expulsão do meia Taison, que, ao responder ofensas racistas de torcedores, chutou a bola em direção a arquibancada e revidou os xingamentos.

Taison explicou ao árbitro o que havia ocorrido para justificar sua reação, mas a opção mantida foi o cartão vermelho. Apesar do mais recente código da FIFA permitir até mesmo o encerramento da partida mediante manifestações racistas por parte de torcedores, a punição foi para o jogador ofendido.

O racismo é um problema histórico e estrutural enfrentado pelos negros e indígenas todos os dias e em muitas situações cotidianas, e no futebol não é diferente. O status e o talento dos jogadores não os isenta de sofrer discriminações pela cor, e os casos são recorrentes. Não raramente torcedores racistas soltam gritos de “macaco” e gesticulam na arquibancada para atingir aos jogadores.

Há alguns anos o jogador brasileiro Daniel Alves sofreu racismo atuando pelo Barcelona na Espanha, quando um torcedor atirou uma banana no campo, e não foi o primeiro episódio de racismo sofrido por ele na Europa. Mais recentemente, um grupo de torcedores da Bulgária fizeram saudações nazistas na arquibancada, exibindo blusas com a inscrição “no respect” durante eliminatórias da Euro-2020.

Daniel Alves come banana que foi arremessada em campo em manifestação racista contra o jogador brasileiro

Mas o futebol não é só palco de expressões de atraso e desrespeito. Através da sua estrutura e organização, o esporte muitas vezes cumpre o papel de combate a opressões e de conscientização da população. Em 2018, a torcida do The Strongest de La Paz, na Bolívia, estendeu uma faixa em uma partida denunciando a responsabilidade da polícia local na morte de um universitário morto em uma manifestação.

No Chile, torcidas organizadas, clubes e jogadores profissionais das maiores equipes do país se posicionam a favor das lutas contra a o governo de Piñera e dão apoio aos manifestantes, como o Colo Colo que cedeu seu estádio como espaço para a organização de assembléias populares.

E o próprio Taison é um grande exemplo de como combater o racismo: em sua conta no Instagram o atleta publicou um texto declarando que não se calaria diante do racismo, condenando a atitude destes torcedores, ressaltando a história dos negros, que sempre foi de seguir lutando e de nunca abaixar a cabeça, deixando um recado importantíssimo, de que “em uma sociedade racista, não basta não ser racista, é preciso ser antiracista”.

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“ Amo minha raça, luto pela cor, o que quer que eu faça é por nós, por amor... “ Jamais irei me calar diante de um ato tão desumano e desprezível ! Minhas lágrimas foram de indignação, de repúdio e de impotência, impotência por não poder fazer nada naquele momento ! Mas somos ensinados desde muito cedo a sermos fortes e a lutar ! Lutar pelos nossos direitos e por igualdade ! O meu papel é lutar , bater no peito , erguer a cabeça e seguir lutando sempre ! ✊🏿 Em uma sociedade racista, não basta não ser racista, precisamos ser antirracista ! O futebol precisa de mais respeito, o mundo precisa de mais respeito ! Obrigada a todos pelas mensagens de apoio ! Seguimos a luta ...✊🏿 Net rasizmu

Uma publicação compartilhada por Taison Barcellos Freda (@taisonfreda7) em

É necessário seguir lutando junto a todos os oprimidos, combatendo esse sistema para por fim à discriminação que há séculos nos arranca o direito a uma vida minimamente digna e a todo tipo de opressão.

 
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