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CRISE POLÍTICA E REPRESSÃO
Bolívia viveu uma jornada de forte mobilização em El Alto contra o golpe de estado

Nesta segunda-feira, as mobilizações em El Alto (periferia e região metropolitana de La Paz) contou com milhares de pessoas das regiões de Senkata, caminho a Oruro, e Río Seco. Os vizinhos se mobilizaram de maneira espontânea, ressaltando a consigna “Camacho, Mesa, queremos suas cabeças” e convocando novas mobilizações depois de organizarem em assembléias improvisadas.

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As mobilizações altenhas (em El Alto) durante a jornada de segunda (11), Tiveram como protagonistas milhares de pessoas que repudiavam ao golpe de Estado dirigido pela direita e pela polícia e apoiado pelo exército que se consumou no último domingo. Desde a região de Senkata, caminho para Oruro, e desde Río Seco, Os vizinhos se mobilizaram de maneira espontânea, ressaltando a consigna “Camacho, Mesa, queremos suas cabeças” ” e convocando novas mobilizações depois de organizarem em assembleias improvisadas.

Os enfrentamentos contra a policia se prolongaram durante horas desde as 12:00, com bombas de gás, perseguição e detenções que foram denunciados pelo grupo de moradores. Depois de uma tentativa de horas por parte da polícia de desarticular a mobilização, sem sucesso, terminaram abandonando seus postos em ônibus e caminhonetes. Fato que levou ao anúncio à noite do início de uma operação conjunta entre a polícia e as Forças Armadas.

A Ira dos manifestantes contra a polícia não foi impulsionada somente pelo apoio dessa instituição ao golpe de Estado mas também pelo fato de a polícia ter cortado seu uniforme o símbolo da Whipala em apoio ao caráter reacionário do movimento “contra a fraude” da classe média, dirigida por cívicos e a oposição de direita, racista e golpista. Os manifestantes, depois de atravessar os cercos policiais desde a avenida 6 de Março até a Av. Juan Pablo II, canalizaram a consigna “a Whipala se respeita” e foram contra postos de polícia que se encontravam a quilômetros da região conhecida como “La Ceja” (centro de El Alto e divisa com La Paz). Destruíram e incendiaram o Comando de Polícia de El Alto, a FELCC ( Força Especial de Luta Contra o Crime), a FELCV ( Força Especial de Luta Contra a Violência), o Organismo Operativo de Trânsito, além de fazer fogueiras com todos os materiais que haviam dentro e queimar bonecos vestidos de polícia.

As consignas eram: “Camacho e Mesa, queremos suas cabeças”, “El Alto de pé, nunca de joelhos”, “polícia traidora”, “Agora sim, guerra civil”, “a pollera se respeita”.

Cabe recordar que desde ontem os moradores de todas as zonas de El Alto iniciaram vigílias permanentes, sobretudo em colégios e mercados devido a ameaças e possíveis assaltos. E por isso que outra consigna central de mobilização foi “Isso não é assalto, é uma marcha de protesto” limitando as ações a destruir somente os postos de polícia e ganhando assim a simpatia de vários setores da população que se somaram às mobilizações e ao mesmo tempo mantiveram as vigílias permanentes. As declarações dos manifestantes foram que “a polícia não terá base em El Alto e que a segurança estará a cargo da população organizada”.

Esses cordões improvisados e as fogueiras estão dispersos em toda a cidade, de esquina a esquina. Não há transporte público e os dois acessos principais para rodovias nacionais estão bloqueadas por estes mesmos mecanismos. As empresas também não estão funcionando, o que é muito relevante, pois se trata da zona mais industrializada da cidade. Os mercados, as feiras e os negócios de toda a cidade estão fechados.

Assim toda jornada de segunda foi marcada por mobilizações que surgiram depois da entrada do chefe do Comitê Cívico de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho ao Palácio do Governo, depois que as mobilizações e confrontações improvisaram espaços de tomada de decisões. As assembleias que impulsionaram através de uma concentração forte a UPEA (Universidade Pública de El Alto) e onde se convencionaram os seguintes pontos similares aos apresentados nas jornadas “ a restituição da Whipala no Palácio do governo, o cerco da Praça Murillo, o rechaço à presidenta nomeada depois do golpe, exigir que Camacho e Mesa se desculpem por denegrir a Whipala, a exigência liberdades para os detidos e a renuncia da prefeita de El Alto Soledad Chapetón. Com muitas nuances determinaram que essas demandas do dia fossem discutidas nessa terça-feira, 12, na nova mobilização convocada na UPEA e na Ceja de El Alto.

Cabe ainda destacar que os meios de comunicação não transmitiram nenhum dos enfrentamentos com a polícia, nem a repressão desta aos manifestantes, que foi denunciada através das redes sociais.

 
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