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Editorial MRT
Debate de estratégias na esquerda frente ao novo ciclo da luta de classes internacional
Mateus Torres

Burgueses, analistas e políticos em todo o mundo se preocupam com o retorno da luta de classes. É fundamental um debate na esquerda para superar os erros que vêm se repetindo, pois frente aos processos mais avançados de luta, o neorreformismo cumpre o papel de sustentáculo dos regimes. Ao contrário de se preparar para estes momentos de radicalização construindo polos de independência de classe e usando as tribunas parlamentares em chave revolucionária, buscam seu lugar nos regimes políticos e contribuem para o desvio das mobilizações pelas vias institucionais. Neste artigo polemizamos com essas variantes, contrapondo com a atuação que nós da Fração Trotskista, corrente internacional do MRT e que impulsiona a Rede Internacional do Esquerda Diário, viemos levando adiante.

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Um dos maiores sintomas do retorno do “espectro” da luta de classes é a cada vez mais recorrente preocupação de grandes analistas e da burguesia com os fenômenos de movimento de massas que vêm se expressando em vários países, além de suas expressões distorcidas no âmbito eleitoral e nas disputas nos regimes políticos, onde a direita e extrema direita vêm tendo também uma série de derrotas, ainda que mantenham um grande bastião do reacionarismo com Trump, que segue bem posicionado para as eleições de 2020, e mantendo força eleitoral em outros países, como se expressou agora na recomposição de Macri em relação às eleições primárias (PASO), apesar da derrota que sofreu. Desde Martin Wolf, do Financial Times, até grandes burgueses chilenos como Luksic, além de uma série de editorialistas dos jornais no Brasil, estão clamando por prudência dos governos em relação aos ataques. Pressionaram Piñera para fazer concessões e aqui no Brasil dão conselhos (em vão) a Bolsonaro para que este seja mais moderado e “se preocupe com o social”. Na América do Sul, teve peso em especial a profunda luta de classes aberta no Chile, que em dias fez ruir este símbolo da direita liberal, que inclui Bolsonaro e Guedes. Trata-se da classe dominante e seus porta-vozes tremendo com o movimento de massas nas ruas e com os prenúncios disso em outros países através dos resultados eleitorais.

Algumas características dos processos os preocupam particularmente. Desde os Coletes Amarelos na França, passando por muitos países, começa a se tornar mais legitimada entre as massas a violência nas manifestações, pois um setor vai concluindo que pacificamente os governantes e capitalistas não abrem mão de nada. Uma segunda questão é que a combatividade, combinada com a massividade, faz com que “os de cima” sejam obrigados a recuar de alguns ataques, como no Equador e no Chile, ainda que sempre seja concedendo migalhas para desarticular e dividir os movimentos e evitar sua radicalização. Uma terceira preocupação é que começa a entrar em cena a classe trabalhadora com seus métodos, como podemos ver com as paralisações na Catalunha, na greve geral no Equador e na paralisação no Chile na semana passada, tendo mais uma convocada para esta quarta. Essa entrada do movimento operário ainda é controlada pela burocracia sindical, que convoca mobilizações para descomprimir a pressão das bases e evitar que estas a superem, e com greves de pressão para negociação por vias institucionais, e não greves gerais políticas para derrubar os governos. Mas são demonstrações da disposição de luta de setores operários e da potencial confluência deste sujeito que é capaz de colocar a classe dominante de joelhos, nos processos de mobilização de massa.

É claro que cada um dos processos tem particularidades nacionais, mas não deixam de estar conectados por grandes fatores da economia, política e luta de classes internacionais. Em primeiro lugar, os impactos, que ainda seguem, da crise econômica de 2008 e a falta de uma nova recomposição qualitativa da economia internacional que, em diversas regiões e países, não consegue sair do estancamento, de forma a chocar-se cada vez mais com a percepção de que as crises vêm sendo descarregadas nas massas ao mesmo tempo que um punhado de ricos e privilegiados estão ganhando mais que nunca, numa desigualdade social cada vez mais grave. No caso da América do Sul, trata-se de uma região particularmente marcada por ciclos políticos. E o que preocupa as classes dominantes é que o atual, de luta de classes, tem todas as características do ciclo de jornadas revolucionárias do início do século que derrubou diversos presidentes justamente em países como Equador, Argentina e Bolívia, mas que foram processos possíveis de desviar com os governos dos Kirchner, Evo e o próprio Lula no Brasil (que a burguesia recorreu antes que aqui estourasse um movimento de massas). Governos que, surfando no boom das commodities, fizeram algumas concessões que colaboraram na passivização. Também há um fenômeno internacional de juventude, que vem sendo vanguarda em diversos processos, seja da luta em defesa da educação, do meio ambiente, contra as opressões, mas também ideológicos, como nos EUA se expressa na simpatia ao socialismo.

Estas mudanças mostram a necessidade de construir organizações revolucionárias que estejam à altura destes processos para canalizá-los em perspectiva socialista, que atuem tanto frente aos fenômenos mais agudos da luta de classes, quanto nas eleições sem adaptar-se aos cantos de sereia dos regimes, como também intervindo em países onde a luta de classes está mais atrasada como no Brasil. Na contramão de tudo isso, a esquerda repete as mesmas fórmulas que já mostraram que conduzem às derrotas.

O neo-reformismo mostra que em tempos de crise se transforma em sustentáculo dos regimes

Em vários países, os partidos reformistas tradicionais entraram em crise desde a crise de 2008 e, particularmente em países que passaram por processos importantes de luta de classes onde também foram atingidos pela crise de representatividade, deram lugar ao que chamamos de neo-reformismo, como o Syriza na Grécia, o Podemos no Estado Espanhol e a Frente Ampla no Chile. Vamos centrar nessas experiências (há outras) porque estão ligadas a processos agudos da luta de classes e, particularmente as duas primeiras foram muito reivindicadas pela esquerda brasileira e internacional como referências a seguir. Tratam-se das “novas alternativas” que ganharam peso eleitoral, chegando até o poder central do país no caso da Grécia e, nos casos do Estado Espanhol e Chile, governando capitais essenciais (Barcelona e Valparaíso) e tendo fortes bancadas parlamentares. Todos surgem a partir da crise dos velhos aparatos stalinistas e social democratas, tendo uma composição essencialmente pequeno burguesa e buscando empalmar com um sentimento da necessidade de uma “nova política”. Nesse sentido, já é necessário fazer um balanço dessas experiências, para que a esquerda não siga repetindo os mesmos erros, mais ainda porque o retorno da luta de classes coloca exigências superiores no sentido preparatório de construir uma esquerda revolucionária com uma estratégia baseada na luta de classes.

Na Grécia, o Syriza capitalizou o descontentamento social elegendo Tsipras em 2015, quando a via da luta de classes para derrotar os ajustes já havia sido derrotada. Tsipras se elegeu gerando ilusões de que enfrentaria a Troika, impulsionou um plebiscito onde as massas rechaçaram massivamente os ataques e esperava que isso fosse suficiente para que Merkel e os demais imperialistas abrissem mão de sufocar a Grécia. Obviamente, não foi assim. E Tsipras passou a aplicar os planos de ataque da Troika, se enfrentando com greves e mobilizações, e acabou abrindo espaço para o retorno da direita agora nas eleições em 2019.

O Estado Espanhol também foi, assim como a Grécia, um dos países onde mais houve luta de classes contra os ajustes que a burguesia quis passar com a crise de 2008. Aí também as mobilizações foram derrotadas, os ataques passaram e o Podemos capitalizou o descontentamento pela via eleitoral, ainda que não ao ponto de ganhar o poder central como na Grécia, mas constituindo uma das maiores bancadas parlamentares e ganhando nada menos que o poder executivo em Barcelona, com Ada Colau. O processo de mobilização pela independência da Catalunha, que vem ocorrendo com fluxos e refluxos desde 2017, foi um teste ácido para essa organização, que mostrou seu caráter se opondo ao direito à auto-determinação, sendo um dos sustentáculos do regime, numa eterna aposta de tentar apresentar uma alternativa compondo coalizões com o PSOE, não tendo nem mesmo se oposto à repressão ao movimento, chamando a acatar a justiça e dizendo que os repressores estão “cumprindo seu papel”. Nós da Fração Trotskista temos batalhado por outra estratégia e programa, diferenciado do neo-reformismo. Com a CRT no Estado Espanhol, estamos na linha de frente da luta pelo direito à auto-determinação do povo catalão, batalhando por uma Constituinte sob as ruínas do regime monárquico e por organismos de auto-organização que possam tornar essa luta uma realidade e avançar numa perspectiva revolucionária.

Havia ainda uma experiência neo-reformista que era pouco conhecida internacionalmente e não tinha ainda passado por uma prova mais aberta frente a um processo agudo da luta de classes: a Frente Ampla do Chile. O Chile teve um ascenso do movimento estudantil em 2011 que foi um verdadeiro terremoto político no país, que tinha continuidade com o que foi a Rebelião secundarista dos Pinguins de 2006, com boa parte daquela geração estando então na universidade. O movimento estudantil universitário era majoritariamente dirigido pelo PC, mas o processo de radicalização, em especial em secundaristas, levou a um forte desgaste desse reformismo tradicional, que passou a ser rechaçado amplamente como uma burocracia estudantil. Mas o regime político chileno, que até então só respondia a tudo com repressão, foi abrindo espaço para que as principais figuras estudantis do processo de 2011 ocupassem postos parlamentares, como Camila Vallejo do PC e, pela Frente Ampla, Gabriel Boric, Giorgio Jackson e Jorge Sharp, este último tendo depois ganhado a prefeitura de Valparaíso. O PC, que até então era impedido pelo regime autoritário de fazer parte dele de alguma maneira, se integrou fortemente ao mesmo, compondo um governo de desvio com Michele Bachelet, alimentando as ilusões de que as demandas sociais que geraram a explosão de 2011 podiam ser atendidas por um governo “progressista” da chamada “Nova Maioria”. Como sempre acontece com estes supostos “governos de esquerda”, Bachelet e o PC não atenderam nenhuma demanda social, e abriram espaço para a direita voltar ao poder com o próprio Piñera. Felizmente as massas não acompanham a lógica das direções e, novamente, se levantaram, dessa vez ainda mais agudamente, nas jornadas da semana passada. Mas uma vez mais, o PC e a própria Frente Ampla estão cumprindo um papel de desvio, apostando na estratégia de saída pelas vias institucionais e se negando a impulsionar qualquer espaço de auto-organização e de radicalização do movimento de massas.

Nossos companheiros do PTR, que são parte da Fração Trotskista, são parte do desenvolvimento, junto a distintos setores de trabalhadores e jovens, de importantes iniciativas de auto-organização democrática no Chile. Em Antofagasta, impulsionamos, junto a setores independentes, o Comitê de Emergência e Resguardo, a partir do Colégio de Professores, organismo de auto-organização que vem cumprindo o papel de articulador com outros setores de trabalhadores como os portuários, funcionários públicos e mineiros, somando-se a estudantes da Universidade de Antofagasta. Essa coordenadora impulsionou atos com milhares de trabalhadores. Outro exemplo de auto-organização é o impulsionado a partir do Hospital Barros Luco e do Sindicato Gabriela Mistral (GAM), na capital Santiago, que, junto a outros sindicatos da cultura, estudantes e jovens, levantaram o “Cordão Territorial Santiago Centro”, que decidiram em assembleia fazer o chamado à greve geral até que Piñera caia, e também defenderam a política de Assembleia Constituinte Livre e Soberana, imposta pela luta, para derrubar o regime herdeiro de Pinochet. Somos parte, ademais, da coordenadora da cidade de Valparaíso, que articula trabalhadores portuários, professores e estudantes nas marchas contra os símbolos de poder da cidade, onde agora os estudantes votaram um chamado a uma jornada de ocupações nacional. Estes organismos de auto-organização, que buscam ser os mais amplos possíveis, que se desenvolvem apesar do boicote das burocracias do PC e da Frente Ampla, são fundamentais para que os trabalhadores decidam cada aspecto do plano de luta e coordenação para, nas ruas, pôr abaixo Piñera e o regime herdeiro de Pinochet. São organismos de coordenação defensiva que, em perspectiva, podem adquirir atribuições de tipo soviético, como órgãos máximos da frente única política da classe trabalhadora, com liberdade de tendências, para que os trabalhadores experimentem praticamente a direção de sua própria luta e reconheçam que podem controlar os destinos de todo o país, em choque direto contra os capitalistas.

Na França também, a FT, através da CCR, corrente do Novo Partido Anticapitalista, batalhamos por confluir como ala revolucionária no levantamento dos Coletes Amarelos, impulsionando a auto-organização a partir de um bastião em ferroviários e articulando com setores populares e o movimento estudantil em frente única a partir da base. Enquanto isso, a maioria do NPA se negava a batalhar dentro do movimento para que se constituísse uma fração revolucionária, assim como outras correntes do trotskismo como a LO.

Em todos estes países onde a luta de classes se tornou aguda, nós da FT também emergimos como uma voz dentro da esquerda, com os sites da Rede Internacional do Esquerda Diário alcançando milhões de leitores, fortalecendo uma voz de independência de classe e revolucionária. São passos essenciais de uma rede que já está em 12 países e 8 idiomas.

As particularidades do processo argentino devem ser uma referência para a esquerda socialista internacional

Depois de anos de passividade, garantida pelo peronismo como direção do movimento de massas, a Argentina mostrou novamente o potencial convulsivo com as jornadas contra a reforma da previdência em dezembro de 2017, que já foram a sinalização do rechaço das massas aos ajustes neoliberais de Macri. Desde então, o peronismo vem cumprindo um papel de controle do movimento operário e popular, canalizando todas as insatisfações por dentro do regime, pela via das eleições que ocorreram agora. Depois de uma vitória por ampla margem nas eleições primárias, mesmo frente ao ataque especulativo do grande capital, o peronismo se colocou o papel de controlar ainda mais as massas para impedir que tomassem as ruas. Isso abriu espaço para Macri organizar as classes médias reacionárias anti-peronistas e reduzir bastante a margem neste domingo, mostrando a força que a direita ganha quando as direções do movimento de massas alimentam a passividade.

É natural que as massas comemorem a vitória de Alberto Fernandez contra Macri, pois mais um representante da direita está fora do poder. Mas como revolucionários, travamos um combate a partir do PTS (Partido de Trabalhadores Socialistas) e da FIT-U (Frente de Esquerda e dos Trabalhadores - Unidade) para desmascarar que o peronismo foi cúmplice dos ajustes de Macri e que não se pode ter expectativa de que, em meio à crise econômica, este deixe de atacar os trabalhadores e o povo, como já se demonstraram os acordos com o FMI que Fernandez quer cumprir.

Um dos momentos centrais foram os debates presidenciais, que milhões seguiram em todo o país. Nicolás Del Caño utilizou aquele espaço para dizer: “Nós somos socialistas, lutamos por um governo das trabalhadoras e trabalhadores, uma democracia mil vezes superior a esta. Acreditamos que, apesar do quão restrita é esta democracia, é preciso levantar uma medida para que o povo decida sobre tudo, porque a crise é gravíssima. Por isso, propomos uma Assembleia Constituinte Livre e Soberana”. Apesar do tempo limitado, nunca a esquerda pôde explicar tão massivamente na Argentina suas ideias como nesses debates e nesta campanha eleitoral.

O cenário de aprofundamento da polarização entre Macri e Alberto Fernandez levou à concentração dos votos nestes dois candidatos e que todos os demais, tanto Nicolás Del Caño do PTS e da FIT-U, quanto os outros 3 de direita, reduzissem seus votos, expressando uma volta senil do velho bipartidarismo na Argentina que historicamente se divide entre peronismo e anti-peronismo.

Neste marco, a FIT-U conseguiu manter uma posição valiosa, como pólo de independência de classe, sem ceder às pressões eleitoralistas e a onda do “mal menor”, com um crescimento na votação para cargos legislativos em comparação com eleições anteriores e consolidando Nicolás Del Caño (que ficou em quarto lugar), Myriam Bregman (que teve mais de 6% para deputada federal e quase foi eleita) e outras personalidades com muito respeito entre as massas como nunca teve a esquerda argentina. Reafirma a consolidação da FIT-U como referência para um setor significativo da classe trabalhadora, das mulheres e da juventude como alternativa política claramente anticapitalista.

Foi por saber não seguir o caminho da conciliação de classes e eleitoralista das variantes neo-reformistas, que o PTS e a FIT-U conquistaram essa localização, se fortalecendo sem alimentar ilusões em transformações pelas vias institucionais e, com isso, evitando que na Argentina emergisse um fenômeno neo-reformista como em outros países, o que é crucial para, nos tempos que virão frente ao novo ciclo da luta de classes que está em curso, evitar que na Argentina os processos de luta de classes sejam canalizados pelas vias institucionais e abram espaço para a direita, como na Grécia, Estado Espanhol ou Chile.

O peronismo controlou os processos de luta de classes desde 2017 para chegar a esta vitória eleitoral, mas agora tem uma tarefa muito difícil pela frente. Governar o país sem margens econômicas para concessões importantes, no marco de um novo ciclo da luta de classes na América do Sul que coloca limites para os ataques que podem realizar, por um lado, e com uma direita que eles deram espaço para se fortalecer (como expressa a votação de Macri) ao estimular a passividade, por outro.

Seguramente virão processos da luta de classes na Argentina e a experiência com o peronismo que vai, pela primeira vez em décadas, encontrar um pólo de independência de classe pela esquerda como ponto de referência. Que, ainda que seja minoritário do ponto de vista eleitoral, tem 40 parlamentares e grandes figuras reconhecidas, além do diferencial extremamente qualitativo que é a inserção no movimento operário e popular, e é uma voz escutada em todo o país que coloca abertamente uma saída revolucionária para a crise, com a ruptura com o FMI, a necessidade de seguir o exemplo do Equador e Chile e de um programa anticapitalista e socialista.

Lições para a esquerda brasileira

Ainda que o Brasil tenha passado por uma explosão social importante em junho de 2013, graças ao papel traidor das direções e em particular do PT, este processo conseguiu ser canalizado pela direita, levando ao golpe institucional e ao governo Bolsonaro. O fenômeno do movimento estudantil esse ano mostra as energias que ainda podem se liberar no sentido do retorno da luta de classes, apesar de que novamente as direções conseguiram controlar as mobilizações, evitando que pudessem desatar processos mais radicalizados como no Chile ou Equador.

Assim, seguem passando ataques históricos, como a Reforma da Previdência, a venda histórica do petróleo que ocorrerá dia 6 de novembro e os desastres ambientas, para falar somente de alguns dos mais graves. Com a paralisia imposta pelas direções, segue pesando elementos de desmoralização e passividade entre as massas, mas a esquerda deveria ser os que, antes dos analistas burgueses, se preparassem para maiores enfrentamentos.

Ao contrário disso, o PSOL vem adotando como linha central construir alianças eleitorais com os reformistas e até partidos burgueses (da chamada “oposição” ao Bolsonaro, que não se sabe pra que serve) como o PDT e PSB. Nesse caminho, quer repetir, nas eleições municipais, a trajetória das Ada Colau em Barcelona ou Jorge Sharp em Valparaíso, que servem como cobertura de esquerda do regime, e não de seguir o exemplo da FIT-U da Argentina.

Essa política eleitoral do PSOL, que se combina com uma adaptação às burocracias sindicais e estudantis, vai no sentido de repetir os erros do PT e dessas “novas alternativas” neo-reformistas que, quando se deparam com a luta de classes aguda, se transformam em sustentáculo do regime, sem que suas posições parlamentares estejam a serviço de impulsionar a auto-organização e uma perspectiva revolucionária.

Nós do MRT temos orgulho de fazer parte da FT que dá batalhas pela independência de classe e por uma perspectiva revolucionária, seja no terreno da luta de classes aguda, ou eleitoral como o PTS e a FIT na Argentina, e seguiremos no Brasil nossa batalha por construir um partido revolucionário de trabalhadores que possa estar à altura dos futuros levantamentos que virão.

 
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