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CONGRESSO SINPEEM
Claudio Fonseca manobra plenária e impede aprovação de uma Secretaria de Negras e Negros e de Mulheres e LGBTs no Congresso do SINPEEM
Nossa Classe - Educação

Claudio Fonseca e ala majoritária da direção do SINPEEM mostraram mais uma vez seu autoritarismo e burocratismo ao atropelar a proposta de votação da criação da Secretaria de Negras e Negros e da Secretaria de Mulheres, do Movimento Nossa Classe Educação.

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Terça-feira, 23/10, segundo dia do 30º Congresso do SINPEEM, nós do Movimento Nossa Classe Educação apresentamos uma emenda ao ponto Sindical, pautado na primeira Plenária do Congresso, ponto esse que sequer constava no Texto Referência do Congresso e foi proposto por setores da oposição à direção majoritária durante a votação do Regimento no primeiro dia entendendo a necessidade de debater a Política Sindical ainda mais frente a tantos ataques à organização dos trabalhadores principalmente depois da eleição de Jair Bolsonaro.

Junto à eleição de Bolsonaro, vivemos também um aprofundamento dos ataques aos setores oprimidos – mulheres, negras e negros, indígenas e LGBTs – essa realidade bebe na fonte dos inúmeros discursos de ódio do Presidente contra esses setores e deriva numa realidade ainda mais ampliada de extermínio do povo negro, violência policial, aumento exponencial dos casos de feminicídios, nos números de violência contra a mulher e ataques inclusive físicos aos LGBTs, fora toda uma política pata tentar impedir que esse debate sobre opressão, por exemplo, se faça presente entre os muros de nossas escolas. São exemplos: casos emblemáticos como a execução da menina Agatha Félix, de apenas 8 anos; o chicoteamento do jovem negro por seguranças do supermercado Ricoy na Zona Sul de SP, e mesmo o estupro da professora da Rede Municipal de São Paulo no estacionamento da sua escola num sábado de reposição ou o assassinato da estudante de 9 anos no CEU Parque Anhanguera. Casos que não só ilustram essa realidade, como também atravessam os muros de nossas escolas.

Frente a tudo isso defendemos neste 30º Congresso, que é ainda mais urgente que os sindicatos e entidades estudantis rompam com a separação histórica que fazem entre as lutas econômicas e as lutas políticas e ideológicas, fortalecendo a luta contra a opressão também desde cada local de trabalho e estudo. Afinal, quando morre uma alguém como a vereadora Marielle Franco, mulher, negra e lésbica, também querem enterrar aí nossa liberdade democrática de dizer o que pensamos e levantar nossas bandeiras de luta, sejam elas quais forem. Portanto, isso também é um problema de nossos organismos de base.

No entanto, não é assim que pensa o presidente do SINPEEM, Claudio Fonseca, e toda a ala majoritária da direção, pois primeiro negaram a leitura de nossa emenda que propunha a criação de uma Secretaria de Negras e Negros e outra de Mulheres e LGBTs, com representantes eleitos pela base, que se incumbam da proposição e implementação de ações políticas da categoria no que tange essas questões. E ontem, 24/10, na segunda e última (!) plenária do Congresso, novamente quis deixar esse debate de fora, no entanto a os gritos do plenário, foi obrigado a abrir o microfone para que lêssemos nossa proposta, no entanto ao perceber que seria aprovada nos impediu de defende-la. Vejam:

A manobra de Claudio Fonseca foi inverter a proposta da criação de um organismo de base que debatesse opressões dentro do sindicato e que nesse momento político é mais que urgente, subordinando essa proposta à uma plenária estatutária que não acontece há anos na categoria, contrariando inclusive o próprio estatuto da entidade e burocratizando o debate já que não foi isso o proposto.

A professora Grazieli Rodrigues do Movimento Nossa Classe Educação, não defendeu a realização de uma assembleia, mas foi isso que foi colocado em votação nas palavras de Claudio Fonseca contrariando os delegados do Congresso, Congresso esse que deveria ser o organismo de deliberação máxima, afinal estavam reunidos ali representantes de mais 90% das escolas da rede como informado pela própria diretoria do SINPEEM, ou seja, um plenário de delegados da base que foram escolhidos por seus pares para decidir nossa luta no próximo período. Ao que parece a voz do presidente que demagogicamente fala em democracia, quando se trata de aceitar a vontade da maioria quando ela diverge da sua, não passa de uma falácia.

Entendendo o impedimento que Claudio apresentava burocraticamente, se apoiando no Estatuto, reformulamos junto à outros setores da oposição nossa proposta, alterando a formulação de “Secretaria” para “Departamento” e depois “Centro”, inclusive porque na plenária anterior a própria direção majoritária aprovou em plenário a criação de um “Centro de apoio à saúde dos profissionais da educação” – o que foi criticado por vários delegados pelo empreendimento econômico que significaria e que não foi debatido e por outros problemas, como a substituição do Estado no direito à saúde que é negado aos trabalhadores e que tem de ser arrancado com luta desde os organismos da classe, inclusive pelos sindicatos. No entanto, ainda assim, Claudio impôs a votação de uma Assembleia Estatutária e não de nossa proposta, vejam:

Frente ao autoritarismo de Claudio e da negativa de nossa proposta de forma extremamente burocrática, diversas delegadas e delegadas usaram seu tempo de fala para repudiar a postura do presidente do SINPEEM, assim como Daniele, uma professora LGBT que expressou sua indignação sobre a contradição de ver nossos corpos já oprimidos diariamente também não encontrarem voz e acolhida em nosso próprio sindicato.

Diante de mais essa demonstração do autoritarismo do Presidente do SINPEEM, precisamos estar atentos à sua insistência em realizar essa Plenária Estatutária a qualquer custo e manipulando nossas propostas, afinal o que tanto ele quer modificar no Estatuto da entidade? E também, denunciar em cada escola, os vergonhosos métodos burocráticos dessa direção que chegou a colocar seus seguranças no plenário para intimidar as delegadas e delegados que se revoltaram com tamanha manipulação.

E dizemos: Não daremos nenhum passo atrás na reivindicação da criação desses organismos da base que reflitam, proponham e implementem políticas em relação a necessária organização da Luta Antirracista e da Luta das Mulheres e LGBTs no SINPEEM, a força de nossa categoria não pode ser contida pela imposição de um burocrata que nos silencia dentro do nosso sindicato. Chamamos todas as mulheres, negras e negros, assim como LGBTs e todos os setores da categoria a arrancarem de Claudio Fonseca essa demanda e a torna-la força material na luta contra a opressão!

 
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