Segundo publicação no Diário Oficial de 15 de Outubro, na manhã de hoje (terça, 22), a Secretaria está realizando uma audiência pública para discutir a contratação de "serviço de gestão da alimentação escolar".
A ideia é que a empresa fique responsável por elaborar cardápios, cuidar da aquisição dos itens, da logística de distribuição, armazenamento, higienização, do preparo. Além da manutenção e aquisição de equipamentos e utensílios, adequação das cozinhas, dedetização e fornecimento de merendeiras e faxineiras.
E, na mesma linha de Alckmin, ladrão de merenda, que marcava a mão das crianças à caneta para que não repetissem, Dória irá automatizar o controle (também através da empresa de terceirização) com câmeras, uma dentro da cozinha e outra na entrega.
Os alunos serão controlados com uma carteirinha com QR, que deverão passar para o fiscal se decidirem comer e na hora de comer.
Dória já estava envolvido em polêmicas envolvendo merenda escolar desde 2017. Quando estava na prefeitura, defendeu a adoção no cardápio dos alunos de uma ração preparada com uma combinação de alimentos, a farinata.
Já no governo do estado, o tucano firmou contrato de fornecimento de carne com frigoríficos que tiveram atividades suspensas pelo Ministério da Agricultura.
E ainda, para cuidar do programa de alimentação das escolas, contratou a nutricionista Vanessa Alves Vieira, exonerada por suspeita de envolvimento na máfia da merenda. Ela assumiu o mesmo cargo que tinha antes e não foi nomeada em Diário Oficial.
Há escolas em que os alunos passaram a receber leite em caixinha e bolacha de água e sal.
“Corta a carne e dá ovo para essas crianças todo dia”, era um empresário do ramo de merenda escolar, em grampo telefônico a pedido da Coordenadoria Geral da União (CGU) a partir da Operação Prato Feito, que investiga fraudes em licitações e desvio de recursos da União destinados à Educação Pública em municípios de SP, PR, BA e DF.
Com a terceirização como parte do projeto privatista de Dória, é isso que é relegado para as merendas das crianças.
Segundo a Operação Prato Feito, prefeitos eram procurados por lobistas em campanhas eleitorais com propostas de financiamento em troca da terceirização da merenda. Após a terceirização, as empresas, que formavam um quartel, estipulavam os valores dos lances e quem venceria cada licitação, uma verdadeira máfia. Elas garantiam que as outras na disputa não venceriam com pagamento de propinas.
É precisamente com este "ritual" que atua também o PSDB: precarizar para privatizar. Primeiro se destroi toda e qualquer condição material de se oferecer um serviço público e, logo após, entrega-o à iniciativa privada como forma de "resolver" o problema.
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